O PROFESSOR E A ESCOLHA DE SUA PROFISSÃO

Nestas minhas andanças por diversos autores, guardei na mente palavras de um livro, não recordo agora qual, mas gostaria de repassar: “O que acontece no corpo tem efeito sobre a mente e o que acontece na mente tem efeito sobre o espírito. Se alguém só pensa coisas ruins, não pode resultar uma pessoa boa. A saúde plena é uma pessoa alegre. Mas se houver apenas pensamentos negativos no cérebro desta pessoa, e a mesma sentir somente ódio e rancor, não é saudável. Ela desestrutura o seu ecossistema. É como se ela sujasse uma nascente”. Palavras muito bem guardadas para serem oferecidas e discutidas com você, caro leitor, nobre professor.

Se você se considera um ser humano que na escolha de sua profissão, acertou em cheio, vá em frente, o ecossistema do qual faz parte lhe oferece muitas coisas maravilhosas.

Só uma coisa: será que tem procurado deixar limpa a sua nascente? Sabe-se que, semanalmente, você convive com 200, 500 ou até 1000 cabeças diferentes, consideradas importantes para a sua realização profissional, porém qual delas é a mais importante para você? Acredito que muitas lhe ajudarão a enriquecer a sua personalidade, mas a importância da nobreza da sua escolha profissional está apenas em você.

Tenho observado que a educação está contemplada com diversos tipos de profissionais: o apaixonado pela sua escolha, que consegue refletir no seu trabalho do dia-a-dia, a sua paixão por aquilo que escolheu ensinar: até os educandos percebem este sentimento neste profissional. Os que escolheram a educação como um segundo meio de sobrevivência: se estes educadores conseguirem repassar com amor aquilo que aprenderam – médicos, juízes, administradores, advogados, contabilistas, etc. – acredito que também serão percebidos.

Porém, uma ferida que persiste em mim é um pensamento que há anos me belisca. Por que os professores continuam na profissão dos mal remunerados? É claro, há exceções. Tenho observado educadores que se sentem desprezados, mal pagos, maltratados. Porém, vale lembrar que muitos são fracos, nem conseguem escrever. Em seus trabalhos para conclusão do curso passam por diversos escritores, mas não conseguem nem mesmo parafrasear frases deles para enriquecer seu trabalho. Muitas vezes tenho ajudado professores ou profissionais de outras áreas em seus trabalhos finais. E muitos deles, após quatro ou mais anos de estudos, concluem sua graduação com erros absurdos na ortografia, frases sem sentido, pensamentos incompletos. Mas, o que me deixou várias vezes alucinada, foram os trabalhos finais daqueles que pretendem continuar sua jornada de trabalho na educação. Acredito que se eles não estão conseguindo realizar um trabalho de qualidade, é porque seus educadores também estão deixando a desejar.

Tenho observado nos trabalhos finais analisados dos cursos de Pedagogia, História, Letras, dentre outros, que há uma grande preocupação apenas com as teorias abstratas. Noções práticas da maneira correta de como ensinar e do conteúdo a ser transmitido, nestes quinze anos de leitura, correção e enriquecimentos de trabalhos da área de educação, nunca estiveram presentes. Por que? A quem cabe a culpa? E as mentes brilhantes, por que não permanecem na educação?

Dia destes li em algum lugar, também não recordo onde, que o nosso ex-presidente só ficava a par do que vinha acontecendo aqui e lá fora, através de tabelas, áulicos e puxa-sacos. Isso implicou em muita coisa que vem acontecendo aqui. De quem é a culpa sobre o que vem acontecendo com a educação brasileira? Dos pais? Dos educandos? Dos educadores? Dos que depositam mensalmente o mísero salário na conta bancária dos professores? Vale a pena pensar!

Ivonete Frasson
Enviado por Ivonete Frasson em 12/06/2011
Reeditado em 20/01/2012
Código do texto: T3030878
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