O HOMEM BRASILEIRO
Uma sociedade que presenciou na sua formação histórica uma revolução econômica, política, ideológica e científica, que observou fatos, soube decompô-los e na reordenação dos mesmos aprendeu que a natureza é regida por leis; que ofereceu possibilidades, através das invenções, de observar o grande domínio do ser humano sobre a natureza, nunca visto antes na história da civilização, será que nos tempos atuais tem registrado os fatos que a conceituam como sociedade?
E o homem, grande dominador, tem observado a sua situação social no grupo onde atua?
Se dominou a natureza, por que não o fez de forma humana e educada?
Atualmente pode-se observar que o principal fruto das revoluções foi o nascimento do sentimento de individualismo no ser humano. A sua vida passou a ser dinâmica e competitiva.
O homem atual ainda trabalha para si, como nos tempos remotos, mas o faz com o desconcertante sentimento de trabalhar mais e melhor que o outro ser, para merecer um cargo social mais relevante e receber maiores recompensas por tal ato.
O homem não percebeu que o seu desumanismo ajudou-lhe progredir de forma contraditória, por isso sofre com as crises econômicas, os desequilíbrios políticos e inúmeros conflitos. Não recebeu educação ou a mesma já era também produto de todos os conflitos.
Sente a necessidade de transformar a realidade em que convive, mas o desastroso sentimento de medo e alienação o faz crer que o seu calamitoso estado de estabilidade é uma “graça alcançada”. Revolução? Jamais, porque o seu instinto de luta faleceu com o seu desejo de ser o único, o melhor, o maior. Este é o famoso homem pobre, aquele que não mais reconhece valores e sentimentos.
Atualmente convive-se com brasileiros que inconscientemente receberam uma overdose de congestão alienatória que os faz aceitar tudo e a todos, afirmando sempre que a situação atual é um mérito do cidadão brasileiro.
O Brasil é a pátria amada, idolatrada, salve, salve o nosso mendigo ambulante, as prostitutas, as nossas crianças que também trabalham como adultos para sustentar suas famílias e não dispõem de tempo para estudar, o trabalhador que, confiante no futuro, convive com o péssimo salário mínimo, os educadores (formadores dignos de profissionais) que não recebem, em conjunto com toda a educação, o que lhes é merecedor.
Esta sociedade vive, convive, aceita e nega a luta com fins transformadores.
Pobre homem brasileiro! Não tem em suas mãos aquilo que merece e também ainda não aprendeu a lutar pelos seus méritos, seus direitos.
Tudo isto se resume em uma única palavra: alienação.