Do ser ao ensinar: alunos e professor sob a perspectiva da socialização na sala de aula
Do ser ao ensinar: alunos e professor sob a perspectiva da socialização na sala de aula
Autora: Solange Gomes da Fonseca
O processo de desenvolvimento social de um aluno esta, pois atrelado as praticas internacionais em que o aluno se engaja, juntamente com outros membros dos grupos aos quais ele pertence.
No cunho da socialização e ancorado nos processos educacionais de sala de aula, a estrutura de participação do ser ao ensinar se caracteriza nas diferentes atividades em que os alunos e o professor se engajam numa mesma trajetória interacional dos momentos em que o aluno oferece um tópico para a interação, fazendo revelar significados socioculturais que fundamentam a configuração de cada ser com as praticas pedagógicas a serem ensinadas em aula. De todas as configurações que emergem essas praticas pedagógicas distintas, focalizamos os entendimentos situados acerca da socialização na sala de aula entre os alunos e o professor.
É interessante colocarmos, que num primeiro momento essa socialização, geralmente é aceita silenciosamente pelos alunos. Porem, adesão pode ocorrer por meio de negociação. Alem disso, devem ser feitas considerações na relação do professor com seus alunos. Essa ‘negociação’ depende do nível de ensino. Por exemplo, se não há negociação temos o que podemos chamar de nível ‘mico’ e também há sempre a discussão sobre a autoridade do professor.
O professor, sendo influenciado pela pratica cotidiana, deve refletir sobre o que se faz e por que se faz, isto o leva a uma trajetória do ser ao ensinar, tendo como referencial algo que o guie e justifique sua atuação em sala de aula sob a ótica da socialização.
Como sabemos que o ensinar não é dado de maneira estática, então os planos fechados raramente se adaptam as necessidades da situação. Por isso, precisamos de teorias sociais que sirvam de referenciais para contextualizar e priorizar metas e finalidades.
Assim sendo, o ensinar deve ser visto não só na dimensão individual, mas também na dimensão social. Neste aspecto, devem ser considerados os conteúdos de aprendizagem, como produtos sociais e culturais, onde o professor é ao agente mediador entre o aluno e o socialização em sala de aula e, o aluno é considerado como aprendiz social.
Tendo em vista esta função da escola, é necessário ter referenciais explicativos que fundamentam este principio e que considerem o caráter socializador do ser ao ensinar, como ponto crucial e, sua função no desenvolvimento individual de cada aluno na sala de aula, para que o ensino seja de qualidade. Pois, o ensino de qualidade no ambiente institucional é aquele que favorece o bem-estar e o desenvolvimento geral dos alunos em suas dimensões sociais, de equilíbrio pessoa e cognitivo.
Sendo o equilíbrio o fator fundamental do sistema social e, para que este sobreviva é necessário que as pessoas (alunos e professor), que nele ingressam, assimilem e internalizem os valores e as normas que regem seu funcionamento.
Apesar, das profundas diferenças que separam as correntes sociológicas que se ocupam da questão e, que não podem ser ignoradas existe entre elas um ponto de encontro: a educação constitui um processo de transmissão cultural no sentido amplo do termo socialização, como valores, normas, atitudes e experiências, cuja função principal é a reprodução do sistema social aplicado na sala de aula, onde o professor é o andaime dessa construção do ser ao ensinar.
A sociedade escolar só pode viver se dentre seus membros existir uma suficiente homogeneidade de condutas. Pois, a educação perpetua e reforça essa homogeneidade, fixando desde cedo na alma dos alunos as semelhanças essenciais que a vida coletiva supõe para sermos apreciados e aceitos na sociedade.
Este artigo partiu das observações feitas pela autora, sobre os problemas sociais como um todo e, a preocupação com os caminhos que levam a conexão do ser ao ensinar sob a perspectiva da socialização entre os alunos e o professor na sala de aula, buscando captar uma atividade reflexiva, da profundidade de uma administração escolar, numa perspectiva democrática voltada para as necessidades inerentes e a valorização do ser humano, que são os responsáveis por uma educação significativa vinculada as trocas interativas no espaço social.
É com esse olhar que tento aprofundar e compreender as práticas pedagógicas na gestão escolar, reconhecendo que a educação é essencialmente um ato de conhecimento e de conscientização, mas que por si só não leva há uma socialização em sala de aula a se libertar da opressão.
Acredito assim, que o maior comprometimento da distancia do ser ao ensinar é o processo de democracia e cidadania, que concretiza o fenômeno das relações humanas, pois elas encerram um grande potencial de direção na luta por uma transformação da sociedade que se encontra em (re) construção.
Do ser ao ensinar enfatizamos a necessidade do respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto ser ele um sujeito social e histórico, da compreensão de que formar é muito mais do que puramente treinar o aluno no desempenho de destrezas.
Como eixo norteador desse artigo, o “formar” é muito mais que o “ensinar” o ser humano em suas destrezas, atentando para a necessidade de formação ética do professor, conscientizando seus alunos sobre a importância de vivermos harmoniosamente numa ótica da socialização na sala de aula e, os estimulando a uma reflexão critica da realidade em que estão inseridos.
Nessa conexão do ser ao ensinar, com o contexto social, o aluno vai mantendo-se assim o status quo, pois a escola apresenta uma proposta de humanização do professor como norteador do processo sócio-educativo.
O bom senso requer que sejamos coerentes, diminuindo a distancia do ser ao ensinar e, julgando se a sua autoridade na sala de aula é ou não autoritária, pois ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos alunos e exige também a compreensão da realidade.
Ensinar requer a plena convicção de que a transformação é possível, porque a historia deve ser encarada como uma possibilidade e não como um determinismo moldado, pronto e inalterável.
Do ser ao ensinar há um caminho, alem da socialização entre os alunos e o professor, da autonomia de que, aprende, fazendo um cidadão consciente de seus deveres e direitos sociais, éticos, culturais e humanos.
Termino o artigo com um lembrete aos profissionais de educação:
Cada um deve estar capacitado e socializado para exercer o seu cargo, a fim de que, possa ser considerado um profissional pronto para se adequar ao mundo e, não ser engolido pelo sistema educacional. Pois, ser um educador, é um trabalho nada fácil, com um grande objetivo a ser alcançado. Todavia, vale a pena refletirmos um pouco sob a perspectiva da socialização na sala de aula entre os alunos e o professor e, a conexão feita do ser ao ensinar, como um ato sagrado.