PARAR PARA PENSAR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO

As lutas justas do educador continuam...

Os contínuos processos sociais, onde a comunicação se faz presente, parecem adquirir uma força maior nos dias atuais, dentro dos processos associativos.

A educação atual ainda não conseguiu descartar de si os processos dissociativos, onde o isolamento dos educadores nas escolas prevalece, a competição e o conflito sempre parece existir, pois ainda se trabalha de forma separada dos demais companheiros da mesma área ou Unidade Escolar.

Mas hoje, a cooperação ou o grau de socialização necessários parecem existir, pois nossos educadores, revoltados com os péssimos salários mensais, que além de atrasados, estão desajustados à falsa inflação brasileira param suas atividades escolares para refletirem conjuntamente possíveis soluções para tão exagerada disparidade.

Esta paralisação se faz necessária até mesmo para aqueles educadores que, preocupados com o atraso das tarefas de ensino-aprendizagem com seus educandos, bem como com a ausência dos mesmos em um único dia, nunca paralisaram suas atividades.

Desde 1986, a classe do magistério público estadual começou a sentir este descaso do governo estadual à educação, decidindo sempre paralisar seus trabalhos com educandos, mas nunca uma paralisação total e definitiva, pois sempre se realizaram, nestes dias inativos com educandos, em conjunto com seus colegas desta classe, reflexões sobre os problemas que já naqueles anos martirizavam o educador.

Um país capitalista como o nosso, que sempre concedeu descaso à saúde e educação, contendo uma engrenagem onde todas as peças deviam permanecer sempre no mesmo lugar, atualmente virou as costas para Comte e Durkheim e segue lado a lado com Marx e Engels, analisando em conjunto, as transformações contínuas pelas quais estão passando e sofrendo. Suas lutas podem ser por transformações radicais apenas, mas se lutam, julga-se como a necessidade de mudanças levou-lhes a adotar, já com Mills ou Gouldner, uma posição crítica e de questionamento sobre os atuais problemas sociais.

Se o capitalismo dói no brasileiro e se o socialismo o ofende, então o que se estabelece para o seu bem-estar?

Já que ele não mais pretende sofrer com lutas armadas contra um sistema de governo, a única solução está na negociação, ou seja, em uma única mesa sentar chefes e trabalhadores, governantes e governados para negociar salários.

Educação também tem o direito e principalmente o dever de parar para pensar na grande defasagem salarial que o seu salário indigno de educador lhe apresenta.

Será isto considerado problema político, educacional ou social?

O educador deve, portanto, em todo dia estabelecido, parar e refletir, pois afinal, ele também é trabalhador e não pretende ver também a sua escola pública privatizada. Ou será que não se importa com tal questão, aplaudindo as políticas atuais que há vários anos lhe engana, na promessa de aumento dos salários?

Será que todo educador tem consciência de que grande parte do percentual destinado à educação do país está sendo desviado para outros setores, os quais os governantes consideram de suprema importância?

Quais os verdadeiros motivos que fazem com que estes homens atribuam descaso à saúde e principalmente à educação?

Quem e o que é o BRASIL para eles?

O que lhes representa um professor? Somente um trabalhador ou aquele tipo de ser humano que, por mérito, recebeu o atributo de ensinar a viver? Talvez nossos políticos e governantes não tenham passado por aquela casa de ensino que os fez serem o que são: a escola. Talvez...

Entrei na educação na década de 80, também sofri com as greves que aconteceram naquela década. Neste ano estou saindo dela e continuo com os mesmos sentimentos de descaso que os governantes sempre tiveram para com os educadores. Mas saio com orgulho, porque passei por ela, plantei minhas sementes e hoje posso ver diversas delas já com frutos. Coisa que não se pode falar em relação aos políticos.

Ivonete Frasson
Enviado por Ivonete Frasson em 05/06/2011
Código do texto: T3016374
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