EDUCAÇÃO ALIENANTE
Toda história possui um tipo de educação. Toda educação possui uma história.
A história atual, recheada de incertezas sociais e coberta por políticas ou políticos opressores, já conseguiu formar educadores incertos também.
Nossa educação cavalga, modernizada, a um enorme labirinto, sem saber seu verdadeiro destino.
A educação moderna passou a agir como passagem estreita para o novo reino de liberdade e participação.
A economia deste país, além de outros fatores, contribuiu ao estreitamento desta passagem.
Possuir mais, hoje no Brasil é muito mais significativo do que saber mais.
Nossa educação não é uma educação de todos e para todos, da classe baixa até a classe alta, mas é uma educação restrita apenas à classe média alta e classe puramente alta.
Essa educação moderna passou a ser pensada como uma liberdade conquistada, porém vigiada e limitada. Os limites dessa educação são as cartas brancas para o abandono da escola pelo trabalhador ou pelos cidadãos de segunda ordem.
Quando se proclama a necessidade da educação para a cidadania, o discurso de conservadores, liberais ou progressistas exclui sempre as elites e as camadas médias. Esse discurso tem um endereço certo: as camadas populares, os trabalhadores, o operariado, como também os cidadãos de segunda ordem.
Mas será que a “tentativa” de exclusão das ditas camadas (médias e elites) já não corresponde ao ilusionismo, tentando uma educação apenas para quem realmente necessita e buscando nestas famílias populares a compra de um ideal governista?
Como seria bom se tivéssemos neste país um governo voltado de maneira mais ampla, preocupadora e sensata aos problemas relacionados à saúde do nosso povo e à educação de nossa gente.
Um governante ou um líder político bem sabe que quem consegue transformar uma terra, torná-la fértil e produtora não é uma jazida de intelectuais, mas mãos trabalhadoras e corpos suados.
Quão enganadora é a nossa política e quão sofredor é o nosso povo!
Onde se tem instalado a destreza de um verdadeiro governante? Nos livros ou nas enxadas? No pensamento ou nas mãos?
A realidade brasileira tem apresentado uma resposta certa a estas interrogações.
Livros são doces finos consumidos apenas pelas classes nobres. Os doces populares têm sido os materiais utilizados pelas mãos dos trabalhadores brasileiros.
A educação brasileira ainda está em estado de alienação.