A Educação Brasileira

Mesmo com toda a globalização à flor da pele da realidade atual, falar de educação parece falar de algo distante do cidadão brasileiro. Com tantos projetos e iniciativas dos governos e parlamentares, percebemos um total descaso com a educação e a formação do povo brasileiro. Podemos, por exemplo, nos questionar sobre o novo projeto do MEC de incentivar a educação de péssima qualidade a partir de um ensino horrível da língua portuguesa. A nova proposta do MEC é que todos os que falam “gramaticamente errado” continuem falando assim e, jamais, aprendam a língua culta. Isso provocaria uma enorme cisão entre “ricos” e “pobres”.

Primeiro porque os chamados ricos sempre estudarão em ótimas escolas e universidades, enquanto os ‘pouco favorecidos’ estudarão sob o “enquadramento” do governo por meio de métodos que alienam e excluem o cidadão comum: a maioria dos eleitores que apoiariam seus representantes nos grandes governos.

Segundo, porque permitir que crianças e adolescentes disponham de uma educação de péssima qualidade seria impedir que os mesmos questionassem as equiparidades e distinções entre o sistema de ensino público e o privado. Isso provocaria um desgaste nas ações governamentais e implicaria numa constante reforma política educacional.

O novo método do MEC está prestes a iniciar uma etapa diferente na educação do Brasil. A maioria sempre esperou pelo dia em que a educação brasileira fosse levada a sério e hoje, para a tristeza de muitos, se depara com um total descaso. Formar crianças para que jamais cresçam enquanto pessoas e cidadãs é, ao mesmo tempo, formá-las para que sempre apóiem sem questionar as formas de governo utilizadas pelos que são chamados políticos. É preciso, antes, entender o que é política, pois denominá-los “políticos” se torna uma ofensa terrível ao sentido da verdadeira política, ora instituída no ocidente por Aristóteles.

Tudo isso para diminuir preconceitos lingüísticos, porém, maior preconceito é chegar à conclusão de que uma criança ou adolescente não tenha capacidade para aprender corretamente o uso da língua e não possa falar ou escrever de forma culta. É esse o reflexo da educação no Brasil: Enem desorganizado, ProUni sem fiscalização e sem contar a questão da merenda escolar e, agora mais uma: o problema da afalbetização de “qualquer jeito”. E tudo isso sai do bolso do cidadão comum que, honestamente, usufrui muito menos do que asseguraria a boa aplicação dos seus impostos.

Onde estaria, então, a resolução de tudo isso ou a simples organização e atenção devida à questão educacional nacional? Talvez na coerência daqueles que “mandam”. Mas, como sabemos perfeitamente, será difícil mudar. Então nos resta questionar, duvidar e cobrar de todos eles, pois só assim pode haver a possibilidade de todos participarmos de uma reforma educacional no Brasil. O governo, em veículos de publicidade, apresenta o Brasil como: um país de todos, mas esquece de mencionar que a educação de qualidade é sempre para poucos.