Comentando o livro 'A CONQUISTA DOS CORONÉIS' de Durval Menezes (Carta)
Caro amigo, professor e historiador Durval Menezes:
Recebi, por especial deferência, devidamente autografado, o seu mais recente livro “A CONQUISTA DOS CORONÉIS” com 340 páginas, parte ilustrada com fotos, capas a quatro cores e bela encadernação.
Um presente que deixou-me a melhor das impressões, conhecendo o autor e sabendo da sua cavalheiresca conduta como professor, pai de família e amigo, bem como com a preocupação que sempre demonstrou pelos fatos que envolvem a nossa história.
E logo na abertura, encontro a apresentação da nossa querida escritora e amiga, Profª Heleusa Figueira Câmara, seguida pelo prefácio do ilustrado Magistrado e Professor Manoel Augusto Sales Figueira, ambos figuras proeminentes do cenário literário da Bahia, cujos textos são impregnados das mesmas impressões que a obra vem proporcionando ao leitor: a sede de ler sem parar, dado o estilo envolvente da sua narrativa.
Muitos dos tópicos do seu bem escrito e bem elaborado livro já eram do meu conhecimento, uma vez que li obras importantes de vários autores que enriquecem a bibliografia da sua obra, a exemplo de Aníbal Lopes Viana, Israel Zai Orrico, Walfrido Moraes, Euclides da Cunha, além das referências que faz a Canudos, cuja obra imortalizou Euclides da Cunha e os dois livros sobre Canudos e Pau de Colher (CANUDOS - OASSASSINATO DA LIBERDADE e A GUERRA DOS CACETEIROS), que o nosso saudoso geofísico e grande escritor Ruy Bruno Bacelar de Oliveira nos brindou.
A narração é o ponto alto deste seu trabalho, uma vez que valoriza o fato histórico, dando-lhe autenticidade e sentimento. Por isso, ouso dizer que o seu estilo equipara-o aos grandes escritores nacionais, justamente pela forma e pela beleza da narração que empresta à sua obra, em grande parte eivada de prosa poética e muita emoção. Ao ler determinados trechos fazemos uma viagem no tempo e nos colocamos em meio aos fatos tão bem descritos pelo caro amigo.
‘A CONQUISTA DOS CORONÉIS‘’é uma obra para ser lida e consultada por todos quantos queiram saber da saga de dezenas de coronéis e até possam entender o porquê das suas ações, o mandonismo, o poder econômico e poder político de cada um, as suas características de generosidade, assistencialismo, senso de justiça, bem como a necessidade dos sucessivos governos, desde o Império, em criarem e concederem patentes da Guarda Nacional para que a Lei e a Ordem fossem mantidas nos mais longínquos rincões deste país de extensão territorial continental e que não contava com os mínimos recursos físicos, técnicos, financeiros e humanos, para estabelecer ‘a presença’ do governo federal, do Oiapoque ao Chuí.
Achei muito interessante a saga da Isabelinha - ‘a Coronela do Sertão da Ressaca’. Também de muita originalidade, a aposição da principal virtude de um Ernesto Dantas - ‘Coronel Poliglota’, Lampião - ‘O Coronel Sem Terra’, Sinhô Pereira - ‘Cangaceiro Ético’, Padre Cícero – ‘Coronel de Batina’, Delmiro Gouveia - ‘Coronel do Progresso’, Horácio de Matos - ‘O Tigre da Chapada Diamantina’ Coronel Napoleão Ferraz - ‘Um homem do futuro que, por acidente, nasceu no passado’, Exupério Canguçu – ‘O Coronel Maçom’, chegando a Luis Carlos Prestes e sua Coluna Prestes, e ao ‘Coronel Presidente’ - Getúlio Vargas.
Sem dúvidas esta obra é uma das mais importantes que temos o prazer de conhecer. E com ela, o escritor Prof. Durval Menezes terá seu honrado nome inscrito no Panteão da História.
Muito obrigado, caro Durval e esperamos que o amigo venha a nos brindar com outros livros que contenham outras verdades, a exemplo daquelas que aqui foram tão bem relatadas, com muito sentimento, mas sem a paixão que caracteriza a época e o palco de tais acontecimentos históricos.
‘Esta Senhora de 170 anos’, através dos seus filhos naturais e adotivos, agradece sensibilizada pela maneira fidalga pela qual é tratada nesse excelente e bem-vindo compêndio.
Ao final, não poderia esquecer de parabenizar o Secretário Municipal de educação, Coriolano Filho e o prefeito Guilherme Menezes que assentiram no patrocínio da 1ª edição desta importante obra.
O amigo e admirador
Ricardo De Benedictis
*Benedictis é jornalista, escritor e produtor cultural.
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