TICs, EDUCAÇÃO A DISTANCIA E EDUCAÇÃO PRESENCIAL
TICs, EDUCAÇÃO A DISTANCIA E EDUCAÇÃO PRESENCIAL
Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo
O objetivo da discussão é fazer uma análise da fala de Pedro Demo,(2008), Professor Titular da Universidade de Brasília, desde 1982, Departamento de Sociologia (SOL). Num dos seus artigos acessado no sitio http://pedrodemo.sites.uol.com.br/textos/tics.html, especialista em educação está aposentado desde maio de 2008, foi professor do Doutorado de Educação, UFRJ, (1981-1986) e Técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA/SEPLAN, 1975-1994.
Demo nos afirma em seu texto que,
[...] desde fins de 1980, desenvolveu-se no Brasil o interesse pela causa dos professores básicos, por entender que, em parte pelo menos, a cidadania popular depende da qualidade de sua atuação e formação. (DEMO,2008, p.3)
Em decorrência, este especialista da educação:
Aproximou-se da sociologia da educação, área em que pesquisa e publica até hoje intensamente, sempre com realce para o vínculo estreito entre educação e combate à pobreza política. http://pedrodemo.sites.uol.com.br/Frame3.html).
Este tipo de atividade teórica e prática segundo Demo(op.cit),
têm como razão maior de ser aprimorar a educação básica, em especial a escola pública, por ser esta uma das arenas mais sensíveis da qualificação da democracia. (DEMO, 2008)
Inspira-se ele na tese de que “o aluno aprende bem com professor que aprende bem”. É imprescindível que o professor tenha oportunidade de estudar, pesquisar, elaborar, tornando-se autor, sem falar no desafio de dar conta das novas tecnologias e novas alfabetizações. (DEMO,2008).
O desenvolvimento das novas tecnologias poder-se-ia dizer até não tão novas pelo tempo que estão sendo usadas no cenário mundial ou se tomássemos como referencia o “saber fazer” do homem desde suas origens, na medida em que para fazer algum artefato necessário a sua sobrevivência, ele teve que acessar uma informação real ou virtual além de sua própria capacidade criacionista para alcançar seu objetivo, no entanto as alterações que se fazem no mundo virtual e real são tão recorrentes que as tecnologias da informação e da comunicação serão sempre novas, como novo é o homem a cada amanhecer de cada dia.
Levando essa reflexão para o ambiente escolar, percebemos que assim como o homem em sociedade, o professor na sala de aula defronta-se a cada instante com a exigência de protagonizar novos papéis, em virtude das alterações que ocorrem momentaneamente no mundo real e virtual, exigindo dos profissionais da educação novas posturas frente aos desafios presentes no espaço escolar e em sua vida profissional.
O questionamento que fazemos é de como enfrentar estes desafios, visto que como nos fala Pedro Demo (2008),
somos sujeitos de uma formação instrucionista e porquanto reprodutores dessa prática educativa, atrelados aos deveres de casa e da escola já predefinidos, planejados, elencados, demonstrando até certa resistência as mudanças advindas da inserção no mundo virtual que hoje nos aponta novas perspectivas para o aprender a aprender(DEMO, 2008).
Tais posturas não são exclusivas de professores em final de carreira como algumas pesquisas destacam. Profissionais recém-licenciados já trazem na sua bagagem formativa posturas avessas ao incremento de novos recursos midiáticos na sala de aula, falam de modismos, frente à possibilidade de inovar seja com um simples trabalho coletivo de campo até a uma oficina pedagógica que permita socializa acertos e erros seus e de seus pares, imagine-se uma intervenção midiática em sua sala de aula.
Gaston Mialaret (1981) nos diz:
[...] não se pretende trazer para o ensino a monotonia de um modelo, mas antes de uma diversidade criadora. É precisamente nessa diversidade criadora que o professor encontra sua unidade na realização do ato pedagógico (Mialaret,1981).
O que a tecnologia nos oferece é a possibilidade de interagir de forma processual entre a ciência e a experiência dado que possibilitará um renascer de um novo saber (conhecimento), não sendo este a mera repetição do que foi ensinado, mas sim fruto de minhas possibilidades, significâncias reais e habilidade pessoal, enfim fruto de aprendizagem.
A tecnologia surge quando se ultrapassa o limite do fazer baseado na experiência (o como) e se adquire, sob o modo de “logos”, a compreensão de tal fazer (o saber porque),quando se acrescenta a reflexão à técnica, numa formulação discursiva de carácter teórico (Bertrand e Valois, 1994,p.65).
Deste modo, ao integrar os elementos básicos do “fazer” e a reflexão teórica do “saber”, a tecnologia pode ser considerada como “teoria da técnica”, situando-se entre ciências especulativas e conhecimentos aplicados, é o que se espera das TICs no campo educacional.
O autor trata da relação existente entre TICs e educação utilizando outros autores referencia para dar sustentação teórica a sua reflexão procurando desconstruir a visão ora simplista ora preconceituosa que alguns profissionais da educação demonstram ter em relação às TICs e a educação, especialmente a educação formal escolarizada.
Segundo DEMO (2008),
o que se coloca para o professor seja o iniciante ou o pós-graduado é que precisam aprimorar os processos educativos de formação e de aprendizagem, para que a criatividade semântica, a (re)alfabetização, a inclusão digital, o conhecimento flexível seja rotina na sala de aula, segundo o autor a escola que temos não se adequa a uma educação autônoma, relacional, colaborativa que é o que preconizam as tecnologias da informação e da comunicação (DEMO, 2008).
Em síntese o autor defende como práxis da escola contemporânea a inserção das TICs na educação e da educação nas tecnologias da informação e da comunicação destacando que o elemento transformador é a possibilidade do relacionamento entre as pessoas e as organizações sem fronteiras, sem preconceitos, sem racismo, colaborativamente aproximando pessoas de diferentes fazeres, saberes e falares.
Pedro Demo desde fins de 1980 desenvolveu o interesse pela causa dos professores da educação básica, por entender que,
em parte pelo menos, a cidadania popular depende da qualidade de sua atuação e formação”. Em decorrência, “aproximou-se da sociologia da educação, área em que pesquisa e publica até hoje intensamente, sempre com realce para o vínculo estreito entre educação e combate à pobreza política(DEMO, 2008).
Este tipo de atividade teórica e prática têm como razão maior de ser aprimora a educação básica, em especial a escola pública, por ser esta uma das arenas mais sensíveis da qualificação da democracia. Inspira-se na tese de que aluno aprende bem com professor que aprende bem. É imprescindível que o professor tenha oportunidade de estudar, pesquisar, elaborar, tornando-se autor, sem falar no desafio de dar conta das novas tecnologias e novas alfabetizações.
Concluindo entendemos que o professor de agora e do futuro deverão estar conectados com as TICs, pois a educação a distancia e a educação presencial são cada vez mais complexas, porque a sociedade vai-se tornando, em todos os campos mais complexa, exigente e necessitada de educação contínua.
Segundo Moran (2003),
a educação é mais complexa porque vai incorporando dimensões, antes menos integradas ou visíveis, como as competências intelectuais, afetivas e éticas, porque cada vez mais sai do espaço físico da sala de aula para outros espaços presenciais e virtuais; porque sai da figura do professor como centro da informação, para pensar o professor incorporando novos papeis como o de mediador, de facilitador, de gestor, de mobilizador, em todas as situações de ensino e aprendizagem (MORAN,2003).
Existe no Brasil uma grande variedade de cursos a distancia: cursos para poucos e muitos alunos; cursos com pouca interação e com muita interação; cursos centrados nos professores e cursos centrados nos alunos; cursos com apoio local e com apoio remoto; cursos que visam lucros fáceis e cursos feitos com qualidade.
Mas o que se deve levar em conta é que a educação a distancia está trazendo contribuições significativas para o ensino e a aprendizagem virtual e presencial, a legislação brasileira recomenda e as escolas e universidades que integrem aulas presenciais e atividades virtuais ou vice-versa, flexibilizando tempos e espaços, ampliando os espaços de ensino e aprendizagem até agora praticamente confinados a sala de aula. O currículo pode ser flexível segundo a portaria 2253 do MEC, em 20% da carga total.
Temos nas universidades algumas disciplinas sendo oferecidas total ou parcialmente a distancia, o vinte por cento acreditamos seja a etapa inicial da criação da cultura on line, mais tarde cada universidade irá definir qual é o ponto de equilíbrio entre o presencial e o virtual em cada área de conhecimento (MORAN, 2003).
Com as tecnologias da informação e da comunicação cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distancia se modifica profundamente e as formas de ensinar e aprender segue o mesmo caminho. Estamos caminhando para uma aproximação sem precedentes entre os cursos presenciais, semipresenciais e os a distancia.
Os professores que atuam em sala de aula estão no presencial-virtual quer queiram ou não e começam a atuar também na educação a distancia, teremos no futuro próximo a combinação que melhor resulta trará para a educação como um todo, em pouco tempo todas as universidades e outras organizações educacionais estarão experimentando o presencial e o virtual garantindo uma aprendizagem significativa, onde a pedagogia da comunicação e gestão presencial e virtual aproximaram departamentos e grupos de professores interessados em flexibilizar suas aulas de forma flexível e aberta.
Referencias Bibliográficas
Almeida, F. J. Aprendizagem colaborativa: o professor e o aluno resignificados. In Almeida, F. J.(coord). Projeto Nave. Educação à distância. Formação de professores em ambientesvirtuais e colaborativos de aprendizagem. São Paulo: s.n., 2001.
Baranauskas, C.; Rocha, H. V.; Martins, M. C. e D’Abreu, J. V. Uma taxonomia para Ambientes de Aprendizado Baseados no Computador. In: Valente, J. A. O computador na sociedadedo conhecimento. Campinas, SP: UNICAMP/NIED, 1999.
Bouchard, P. Autonomia e distância transacional na formação a distância. In Alava, S. (org.).Ciberespaço e formações abertas. Porto Alegre: Artmed, 2000.
BERTRAND, Yves. Teorias Contemporâneas da Educação. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.
DEMO, P. 2002. Complexidade e Aprendizagem - A dinâmica não linear do conhecimento. Atlas, São Paulo.
DEMO, P. 2004. Aprendizagem no Brasil - Ainda muito por fazer. Mediação, Porto Alegre.
GIUSTA, Ângela da Silva. Educação a Distância: uma articulação entre a teoria e a prática. Belo Horizonte: PUC Minas Virtual, 2003.
Sites visitados:
http://pedrodemo.sites.uol.com.br/Frame3.html
http://www.eca.usp.br/prof/moran/tendencias.htm
http://www.educacaoetecnologia.org.br/?p=4378
http://www.eca.usp.br/prof/moran/futuro.htm
http://www.eca.usp.br/prof/moran/propostas.htm
http://www.fc.up.pt/fcup/contactos/teses/t_030370032.pdf
http://www.eca.usp.br/prof/moran/questoes.htm