A INCLUSÃO ESCOLAR E O BULLYING
Todo ser humano tem direito à educação sem distinção de raça, cor, religião etc. Todos precisam ser incluídos e usufruírem de um ensino de qualidade. Por inclusão social, entendemos que é a necessidade primeiramente de alcançarmos uma educação para todos sem distinção, centrada no respeito e valorização das diferenças. A realidade que conhecemos é diferente e vemos que isso não acontece na prática quando nos deparamos com diversos problemas no âmbito escolar, e atualmente um vem ganhando maior repercussão e preocupando, professores, pais e especialistas, o Bullying conhecido como um tipo de violência escolar que é caracterizado por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. Esta violência passa a ser uma barreira para a inclusão escolar e social, o termo Bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. E vem sendo estudado no Brasil nos últimos anos, tais comportamentos são usualmente voltados para grupos com características físicas, socioeconômicas, de etnia e orientação sexual, específicas (Smith, 2002). Alguns estudos apontam que filhos de homossexuais, alunos obesos, acima do peso, com estatura baixa, ciganos, artistas de circo, estrangeiros entre outros... São, os alvos favoritos estatísticamente, de seus colegas do que crianças e jovens considerados "normais". E a situação se torna ainda mais grave quando o alvo é uma criança ou um jovem com algum tipo de deficiência - que nem sempre têm habilidade física ou emocional para lidar com as agressões. Essas atitudes são impulsionadas pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam elas Visual, auditiva (físicas ou intelectuais) e, em boa parte, pelo preconceito que já vem de casa. Alguns autores dissertam também a respeito de suas causas, que incluem, além de fatores econômicos, sociais e culturais, os relacionados ao temperamento do indivíduo, às influências familiares, de colegas, da escola e da comunidade (Lopes Neto, 2005). Mas como amenizar esse problema na escola? É preciso intervir imediatamente com ações de controle, contra o Bullying, para não corremos o risco de vermos o espaço escolar cada vez mais contaminado pela violência como já vem ocorrendo atualmente. Se medidas de controle e prevenção contra a violência forem trabalhadas na escola irão contribuir positivamente para a reflexão e formação de uma nova cultura sem violência, construída em cima do respeito mútuo pelo próximo, do amor e a união onde todos têm os mesmos direitos de serem aceitos independentemente de suas condições reais. A inclusão escolar permite trabalhar os novos indivíduos que iram ditar as regras e padrões da nova sociedade que estaria se formando, por meio da nova geração. Através da convivência com as diferenças as crianças vão construindo o processo para inclusão social, um mundo melhor, no qual todos saem ganhando, e com isso possibilitando falar em inclusão social real. Segundo Teresa Églér Mantoan: “[inclusão] é nossa capacidade de entendimento e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para as crianças que são discriminadas, por qualquer motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro. A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos”.
REFERÊNCIAS
LOPES, A. A., Neto. (2005). Bullying: Comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, 81(5), 164-172.
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MANTOAN, Maruá Teresa Eglér. Inclusão é privilégio de conviver com as diferenças. Revista Nova Escola, n. 182, p, 2426, maio 2005. Entrevista concedida a Meire Cavalcante.
PRADO, Ana Maria C. C. do e MAROSTEGA, Vera Lucia. A Inclusão do Portador de Necessidades Especiais em Âmbito Social e Escolar. Revista do Centro de Educação Especial, Santa Maria RS, cadernos, vol. 1, n. 17, 2001. Disponível em: <http:// www.ufsm.br/ce/revista>. Acesso em: 10 Maio. 2011.
SMITH, P. K. (2002). Intimidação por colegas e maneiras de evitá-la. In E. Debarbieux & C. Blaya (Eds.), Violência nas escolas e políticas públicas (pp. 187-205). Brasília, DF: UNESCO.
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