O SUPREMO TRIBUNAL E O “C...”
Mais que nunca A GENITÁLIA entra em cena, via Supremo Tribunal Federal. O assunto, como não poderia deixar de ser “UNIÃO ESTÁVEL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO”. Na prática: um homem ou uma mulher vivem homossexualmente com seus companheiros há muito tempo. Trabalham, pagam impostos, têm famílias, geralmente são formados em cursos superiores e além, vivem em seus cantos sem incomodar ninguém e, melhor, são felizes da forma que escolheram ser. O que fazem nas suas “quatro paredes”, como põem em prática suas sexualidades, não nos interessa. Da mesma forma que eles não devem se interessar pelas práticas sexuais dos héteros.
Quando acontece de um dos dois morrer ou mesmo terminarem a relação, o patrimônio dos dois tem que ser regulado na forma da lei. Foi isto, grosso modo, o que o Supremo tão bem fez e por 10 X 0 – isto mesmo dez a zero. Nesse contexto entram a adoção de crianças, dependência de plano de saúde, etc. Mas o foco é a proteção de dois seres humanos que, juntos, e vivendo como cidadãos avocam a proteção do Estado de direito, haja vista que, como dissemos, pagam impostos, trabalham, etc.
O “buraco”, certamente é mais em baixo. Ou em cima. O que menos importa é a posição dele, a propósito do que estamos contextualizando. Com certeza que a quem o Supremo mais estarreceu foram alguns familiares de gays que aguardam que eles morram pra ficar com seu patrimônio e colocar o companheiro na rua da amargura; também quem muito se incomodou com isto foram os falsos moralistas que não têm coragem de sair do armário. Ou aqueles para quem a natureza não lhe prodigalizou com inteligência mediana capaz de ver o mundo além do seu nariz. O que a grande maioria precisaria saber é que os dez por cento estimados de gays no mundo, pelos órgãos de pesquisa, não retratam a realidade. Convenhamos que pesquisar sexualidade não significa bater na porta e perguntar: “você é gay”? Os enrustidos nunca dirão, embora continuem casados e passando para os familiares que são “machos”, sob o beneplácito simbólico de filhos que colocam no mundo...
Nesse contexto, o que nos entristece é saber que a violência está tomando conta do nosso país desenfreadamente e ninguém grita ninguém fala. Referimo-nos aos que têm espaço na mídia como esses pastores pentecostais à Malafeia, digo Malafaia, Edir Macedo e políticos como o tal do Serra que, passadas as eleições nem ele nem sua mulher vão denunciar fatos graves da vida brasileira nos veículos de comunicação. Mas o “CU” dos outros, muitos vão denunciar! Saber quem dá e quem come interessa muito mais do que lutar contra a fome, a discriminação, a xenofobia contra nordestinos e alhures. Pobre país em que a gente mora. Mas diante da posição do supremo, não nos resta dúvidas de que nem tudo está perdido. Não há só uma luz no final do túnel, mas um holofote, desses que iluminam os estádios de futilbol.
Bem que Jesus alertava: “não aponte com o dedo os erros dos outros, quando no seu tem uma trave” – grifo meu. Neste sentido, conhecemos muitas famílias que vivem querendo saber quem come quem, quem dá pra quem, quem é puta, gay, sapatão e adjacências. Esquecem que na família atem tudo isto e muito mais, pois não raro alguém é preso traficando e coisas do gênero.
A atitude do Supremo é um forte alento a favor do respgate da cidadania das pessoas em questão. E que não se diga depois que o próprio Supremo legislou em causa própria, pois seria o fim do poço. Apenas o supremo deu um banho de lição em forma de cidadania, reconhecendo direitos. Não mais que isto, direitos! Afinal, essa é sua principal função: dirimir dúvidas diante de códigos legais que apresentem dubiedades, lacunas jurídicas. Neste sentido, cumpriu muito bem o seu papel a Suprema Corte. Pra os descontentes, dez a zero talvez lhes cale um pouco a língua. Afinal, “língua falou, cu pagou”...