Olhar Esperançoso: o ser professor... o ser humano

Olhar Esperançoso: o ser professor... o ser humano

Autora: Solange Gomes da Fonseca

Abro o texto com um olhar esperançoso no ser professor que sofre as consequências do ser humano, que hoje sofre todas as críticas de um ensino não adequado as normas educacionais. Eis aqui, uma verdade constatada, mas uma ação com muitas dificuldades.

A missão de cada ser professor é valiosa e de grande responsabilidade. Junto com os professores iniciamos todos os nossos processos de implantação ao mundo profissional que escolhemos para nós, sempre com um grande olhar de esperança a um novo rumo de uma profissão.

Quem de nós é capaz de criticar um olhar esperançoso para a educação?? Se dele depende todas as mais remotas profissões...

O ser professor exerce a mais refinada profissão. Pois, é ele que com sua arte de ensinar vai melhorar e moldar o ser humano, que é um verdadeiro missionário no desenvolvimento da consciência humana.

Existe uma diferença entre o ser professor e o ser humano, embora os dois completem e formem um só ser. Enquanto, o ser professor estar comprometido com as pessoas, somente com o conhecimento, o ser humano esta comprometido com o conhecimento a fim de evoluir a consciência humana na sua complexidade.

No momento atual, as escolas estão carentes de professores, carentes de consciência e carentes de valorização. Todavia, é o ser professor que se distancia da sua real função humana e liga-se ao mundo do saber e compromete-se por inteiro com sua missão de ensinar.

Mas, como ser humano, o ser professor esta sujeito às falhas humanas e sabe que seu maior desafio é aprender sempre com seus alunos. Pois, eles são gerações mais atualizadas do que a sua, sendo evoluções dos seres humanos.

Com um olhar esperançoso para a educação de hoje, percebemos a necessidade urgente de professores que vão além dos seus limites e, resgatam a consciência humana, como o grande desafio da profissão, com o intuito de olharem a sua profissão e ver a fundamental importância que ela exerce numa nação. Agindo assim, o ser professor estará exercendo o verdadeiro papel na prevenção social tão desejada, contra futuros profissionais inconscientes de suas funções e tendo o olhar esperançoso para que assim se possa crescer e ver a sua maravilhosa contribuição numa sociedade consciente e melhor.

A autonomia pressupõe a dignidade e a autenticidade humana. Em consonância com isso, aponta a formação da vontade de ser professor, como uma questão importantíssima para a educação que queira formar para a autonomia de hoje, tendo em vista a frequente estetização da vida humana, que promove o isolamento e massificação desse tão desejado olhar esperançoso para a educação.

Segundo Freire (2000, p.34), em discursos lúcidos e práticas democráticas, a vontade só se autentica na ação de sujeitos que assumem seus limites. A vontade ilimitada é despótica, negadora das outras vontades, é a vontade ilícita dos “donos do mundo”, é a vontade egoísta. Nenhuma educação que pretende um olhar cheio de esperanças esta a serviço da boniteza da presença humana no mundo, a serviço da rigorosa ética, do respeito às diferenças, da justiça. Mas, os limites devem ter uma assunção lúcida, ética, não podendo ser uma obediência medrosa e cega interna pela introjecção da visão externa.

Como a formação é imprescindível para que o homem seja livre, a educação da vontade é necessária para a promoção da autonomia.

A auto-responsabilização requer a educação da vontade, do olhar esperançoso para as melhorias educacionais. Em tempo, em que se esta optando por vigiar em vez de formar, propomos uma aposta no sr humano, em sua possibilidade de ser autônomo e auto-responsabilizar-se.

Propomos assim, uma valorização da educação da vontade como uma das coisas necessárias para uma educação democrática, onde o ser professor possa com autonomia reconhecer o seu real valor humano.

O ser professor não precisa ser “perfeito” para fazer um grande trabalho. Ele fará seu trabalho na medida que se apresenta da forma mais próxima ao que ele é como ser humano, que se revela sem máscaras. Mostrando-se como alguém que esta atento a evoluir , a aprender, a ensinar e a olhar o mundo com otimismo e esperança nas melhores qualidades educacionais.

Como em outras profissões há uma distancia entre sonhos e a realidade. Pois, para muitos a profissão de professor vira rotina, repetição, passando pelo período de saturação. Porém, se me coloco, nesse momento aqui como professora, aprendo e não só ensino vivo as duas situações interligadas, mas diferentes. Em muitas ocasiões, me coloco diante dos alunos como alguém que já conhece, que já percorreu o caminho anteriormente e quer ajudar seus alunos a fazer essa travessia. Mas, há momentos e situações que escapam mais ao meu controle e, me vejo também vivendo como um aprendiz do conhecimento e, assim, começo a olhar de uma outra forma, sem ainda ter feito todo o percurso de antemão. Nessa situação, sou o ser professor e também o ser humano, que esta aprendendo e, ao mesmo tempo, mostrando o processo de aprender, como um processo plenamente dominado pela busca do olhar esperançoso na educação.

Numa sociedade como a nossa, com tantas mudanças, rapidez de informações e desestruturação de certezas, não podemos ensinar só roteiros seguros, caminhos conhecidos, excursões programadas. Precisamos arriscar um pouco mais, indo alem do nosso conhecimento e transformando a educação em uma agencia de viagens com roteiros pré-programados previsíveis.

Cada um tem uma forma peculiar de ver o mundo, de enfrentar situações inesperadas. Mas, para seguir com esse olhar esperançoso é preciso filtrar tudo a partir de nossas lentes, experiências, personalidades, formas de perceber, sentir e avaliar a nós mesmo como ser professore, ser humano, então, que carreguemos essa identidade com a importância de como nos vemos, nos sentimos, como nos situamos nessa esfera educacional.

Nessa construção da nossa identidade que vamos realizando tão penosamente, não podemos modificar magicamente. Mas, podemos, contudo, aprender a ir modificando alguns processos de percepção, emoção e ação. Pois, não somos uma ‘aeronave’, mas podemos realizar grandes vôos, podendo ir além de onde estamos e de onde imaginamos e de onde outros possam nos olhar com um brilho que nos rendam um convite a continuarmos a luta na esperança por uma pedagogia da esperança, do respeito, do dialogo, da solidariedade e da autonomia de sermos professores, de sermos humanos...

Assim, o olhar esperançoso para ações educativas, nos aponta no texto as relações intersubjetivas da educação que perpassa pela afetividade, amizade, motivação, amorosidade e esperança.

O meu olhar esperançoso vai sempre em busca da importância na esperança pela educação. Pois, uma educação sem esperança não é educação.

Faz-se a cada dia, mais necessário obter um olhar holístico recheado de esperanças sobre o “todo”, não descartando as “partes”, mas promovendo uma contextualização entre ambos, na busca de uma educação de qualidade, voltada para o ser humano enquanto indivíduo social, político e principalmente psicológico: o ser professor.

Freire (1992), nos lega, assim, não só a pedagogia da esperança, mas uma pedagogia da esperança “molhada” na libertação dos homens e das mulheres...

Mediante o texto escrito, mudanças se faz necessária na formação e atuação do ser professor...do ser humano, sempre com o olhar esperançoso para a educação.

E fica aqui uma pergunta: qual é o seu legado, meu caro leitor?

Solange Gomes da Fonseca
Enviado por Solange Gomes da Fonseca em 30/04/2011
Código do texto: T2939898
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