PEDAGOGIA DOS BABACAS
“Eles estão longe de serem espíritos livres, ainda acreditam na verdade” Nietzsche (1844-1900)
Com a ajuda do Anticristo, dou início a mais este exercício dissertativo nesta manhã deliciosa. Deliciosa porque preguiçosa. De acordar tarde, de se fazer o que se quer, sem trabalhar, sem sofrer.
Só os idiotas acreditam na dignidade do trabalho, somente eles aceitam a mentira do valor do trabalho. Só labuto em minha vida por necessidade. Tenho pena de gente que dá um duro do caralho na vida e não consegue nada, vai chegar aos 60, 70 anos sem saúde, sem amor, ‘duro’, simplesmente fudido, como disse a um amigo meu e ele não gostou nada, e ainda acreditará no ‘conserto’ do mundo, na possibilidade da educação mudar esse país, nos valores da família cristã...
Gente fudida é uma merda. Por terem fracassado na vida, ficam inventando lorotas para justificar o que é evidente. E o que é evidente? Que a sociedade e as pessoas em geral, embora não demonstrem escancaradamente, rejeitam os fudidos da vida.
Ou seja, se você não tem grana, se você é feio, malsucedido profissionalmente, se é gordo, velho, a não ser que seja nesses guetos para acolher essas ‘minorias’, você está FORA.
É o fenômeno ‘loser’ operando sempre, a despeito dos reformadores do mundo.
Já há algum tempo eu ativei meu detector de gente burra e mal educada. Eu apenas ouço uma frase de alguém e já posso fazer um diagnóstico preciso sobre sua inteligência e educação.
A menos que a pessoa seja um grande intérprete, o que é muito raro, pois as pessoas atuam sempre sendo elas mesmas, o meu faro é preciso para questões de detecção de gente burra e mal educada.
Agora, com a ajuda de um amigo pesado, estou desenvolvendo meu detector de gente babaca. Gente babaca é aquele tipo de ser que pensa que o mundo tem conserto e que as coisas podem ser melhores.
Escrevem muito mediocremente, com erros grosseiros, textos ridículos sobre educação como se fosse possível catequizar e evangelizar educacionalmente essa escória da juventude periférica brasileira.
Essa gente, a escória a que me referi, não tem jeito. Não perca tempo, Sra. Pedagoga, com essa gentalha. A psicóloga que também deve estar com os cabelos arrepiados e ser uma gatinha, esqueça essa gente. O mundo não tem reforma nem conserto. As coisas são, simplesmente são.
As mudanças operam sim, eu sei muito bem, mas é por uma série combinada de fatores aleatórios, históricos, políticos, sociais e tantos outros que estão inacessíveis às boas intenções do corpo docente.
Aumentar salários dos professores, investir em suas carreiras, inovar em técnicas pedagógicas, tudo isso é uma enorme conversa para boi dormir. E, claro, a academia precisa produzir ciência, artigos, teses, dissertações... Além de tentativas de transformar o profano professor do século XXI num santo de ordem franciscana medieval.
É risível o discurso pedagógico. Eu o acompanho por curiosidade e vontade de me divertir, pois toda a produção dessa gente não passa de um amontoado de boas intenções. Babaquices repetidas à exaustão na tentativa inútil de levantar da tumba o cadáver educacional brasileiro.
Quando leio esses artigos cheios de boas intenções de gente querendo consertar o mundo, somente posso rir e balançar a cabeça.
É quando meu detector de babacas começa a funcionar.