Homero o primeiro educador grego

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Considerando que há dois períodos na história da educação grega: um período antigo, que compreende a educação homérica e a educação antiga de Esparta e Atenas, e um novo período, o da educação no "século de Péricles", correspondendo este ao período áureo da civilização grega, o qual se inicia com os Sofistas e se desenvolverá com os filósofos gregos do período socrático: Sócrates, Platão e Aristóteles. Depois, com período helenístico, já de decadência, em que a Grécia é conquistada pelos macedônios. A Grécia triunfou pela sua cultura, que se difundiu e universalizou. Somos herdeiros dos gregos e fiéis depositários do seu legado cultural; na sua atividade racional e nos seus ideais se encontram algumas das nossas raízes culturais mais profundas. Enfim, a nossa cultura ocidental é estruturada pela ética, a moral, o saber e por fim a razão grega.

Desde os tempos mitológicos os gregos importavam-se com valores éticos e morais o que nos possibilita afirmar que história da educação, começa na Grécia, porque é com os gregos que a compreensão da subjetividade e da introspecção ganham sentido pragmático. A preocupação com o problema educativo é a preocupação dominante na Atenas do século V a.C. Os sinais disso são bem evidentes: aparecimento dos Sofistas que se apresentam com novas propostas e soluções educativas, com um novo plano de estudos e como outros e novos mestres, em nada semelhantes aos do passado; o saudosismo grego a sua época áurea fica evidente nos anseios dos filósofos que em suas obras mostram a importância homérica na educação, principalmente para moldar o espírito grego. A preocupação de Sócrates no que é a virtude e pode a virtude ser ensinada? Uma pergunta bastante reveladora quando pensamos em educação numa Grécia que não está mais em seu apogeu; Platão que na República propõe as suas respostas a estes mesmos problemas; Aristóteles em Ética a Nicômaco constitui também uma visão do problema educativo.

Para Platão, a questão central e decisiva tratando-se de educação se resume, a saber, o que é a virtude. O tema de todos os diálogos platônicos é bem a prova disso; é verdade que se questiona e se procura saber o que é a coragem, a sabedoria, o amor, o belo, a justiça... E tantas outras virtudes! O problema é que esses valores são, ao fim e ao cabo, apenas exemplos de virtudes ou atributos do homem virtuoso, mas não é a virtude. Mas é a virtude a estrutura principal no modelo educativo dos gregos e seu espírito.

É em Homero e nos chamados poemas homéricos, a Ilíada e a Odisséia, que tal ideal educativo aparece originalmente formulado e explicitado. E se, em ambos os poemas, o ideal homérico de homem (o herói). Define-se pela virtude, o modo de a conceber não é, contudo, igual nos dois poemas. Assim, na Ilíada, entre todas as suas muitas heróicas personagens, (Agamêmnon, Ájax, Pátroclo, Diomedes, Menelau, Nestor, Ulisses - do lado dos Aqueus - Heitor, Páris, Príamo, Hécuba e Andrômaca - estes do lado dos troianos, constituindo as duas últimas às figuras femininas, em conjunto com Helena), todas com as suas qualidades, destacam-se claramente a figura de Aquiles, o herói modelo, nobre, valente e corajoso, o melhor entre todos. Aquiles encarna, pois, a virtude e é na sua figura que se caracteriza esse ideal. Para além do guerreiro valoroso, valente, corajoso e honrado, Aquiles é o protótipo do perfeito guerreiro da época homérica. Mas se é em Aquiles que melhor se realiza este ideal, é evidente que não se chega lá espontaneamente, antes se pressupõe uma educação apropriada. É dessa educação que Homero nos fala no canto IX, esse ponto é o modelo que influencia a todos os gregos e principalmente os filósofos socráticos na construção de um espírito grego. A virtude da Ilíada e consagram o ideal educativo nela presente. Mas ser virtuoso como superlativo que é, é ser, de entre todos, o mais valente, o mais conceituado, e comportar-se como o primeiro. Esta virtude nos poemas homéricos, algo que não é dado, mas sim conquistado, algo conscientemente procurado, por isso mesmo um ideal de cuja realização nos queremos aproximar o máximo possível. Contudo, não está apenas possuir um atributo próprio da nobreza, mas sim um conjunto de qualidades físicas, espirituais e morais tais como: a bravura, a coragem, a força e a destreza do guerreiro, a eloqüência e a persuasão, e, acima de tudo, ter o espírito de herói, entendida esta como a fusão da força com o sentido moral.

Aquiles é o ideal do homem corajoso, e o Odisseu homem de sabedoria, e este é espírito grego, mesmo durante a época clássica. Homero é, entre todos os poetas gregos, considerado o maior e, a crer nos testemunhos que são citações dos socráticos, a opinião corrente ao tempo indica-o também como o educador de toda a Grécia. De fato, a tradição homérica e o ideal educativo que nela se propõe são transmitidos oralmente, de geração em geração, pelas eras e contos. Também só assim se podemos compreender que em Homero, a Grécia atinge sua unidade que é determinada pelo espírito da virtude.

Podemos compreender que os gregos possuem particularidades políticas na organização das cidades-estado independentes, os gregos, contudo, são espiritualmente unidos. Homero é sem duvida alguma, o primeiro educador da Grécia e mesmo de todo o mundo antigo. Tanto que ser culto era, na antiguidade, saber Homero de cor e ser capaz de citá-lo em qualquer ocasião. É o que podem constatar-se em fontes várias, as mais importantes das quais são Platão e Aristóteles. Assim, Homero, o poeta foi o educador da Grécia e que, no que toca a administração e educação (Paidéia) humana, é digno de ser tomado como modelo para aprender com ele e regular toda a vida segundo as normas deste poeta. Assim acreditava Platão e podemos comprovar isso por todo conteúdo da República.

Portanto podemos afirmar que uma verdadeira Paidéia, conscientemente procurada, é, portanto, uma cultura geral de caráter superior, entendida como um alimento para construção do espírito, em uma busca pela virtude. Podemos entender por Paidéia, palavra esta que conceitua o ideal grego de educação, Platão, defenderia a idéia que toda a verdadeira educação ou Paidéia, a que é educação na aretê, que enche o homem do desejo e da ânsia de se tornar um cidadão perfeito, e o ensina a mandar e a obedecer, sobre o fundamento da justiça. (JAEGER, Werner. Paidéia. A formação do homem grego. São Paulo. Martins Fontes, 1989.).

Com a desfragmentação da polis a falta da ética fez os filósofos repensarem muito sobre o descaso e o egoísmo em que a sociedade ateniense estava vivendo. Essa tal ética tão exclamada por todos é esquecida no cotidiano quando muitas vezes faz-se uma ação política, não se importando se esta prejudicará um outro ser humano ou todo o meio em que se vive.

Porém, desde os tempos mitológicos a ética no mundo grego é um conceito muito abordado e utilizado na relação entre eles, podendo ser observado nas obras A Ilíada e A Odisséia, de Homero, que retratam o rapto de Helena, no qual sai da Grécia boa parte dos heróis, e vão à busca de Helena, tendo como base o auxílio de muitos guerreiros, sendo coordenados pelo Rei Ulisses, e estes vencem a Cidade de Tróia. Todavia, ele desafia os deuses e por causa disso, deixam-no perdido por muitos anos, nos quais ficou uma boa parte no mar durante seu regresso para Ítaca e, após o retorno, revê as suas atitudes.

Como Ulisses, os gregos tinham a noção de que uma falta de respeito com outra pessoa e acima de tudo com os deuses, acarretaria numa grande conseqüência para sua vida, essas questões éticas relacionadas com a virtude eram de interesses dos filósofos preocupados com os novos rumos da polis ateniense temendo aqueles que prejudicam o que for preciso, tanto a natureza quanto o próprio homem para conseguirem o que ambicionam. Talvez por esse motivo o saudosismo dos filósofos pelos tempos antigos e pela virtude heróica, e a ética dos tempos Homéricos.

Os filósofos socráticos fazendo uma abordagem sobre as obras de Homero como auxílio para explicar a sua utilização no cotidiano do conceito filosófico, que é a Ética, no qual tem em vista um melhoramento do comportamento humano em relação às pessoas e o meio em que vive.

Homero foi o primeiro educador na Grécia, a virtude dos heróis fazem parte do espírito grego inseridos na formação de consciência e, ao mesmo tempo, pelo conceito tão importante da filosofia a ética e moral.

A importância da ética não é somente um pensar filosófico e sim uma atitude que todas os cidadãos gregos deviam tomar e ao mesmo tempo. A educação com um foco no entendimento subjetivo do homem, somada as virtudes dos heróis gregos seriam o modelo para construção de uma polis perfeita.

A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana e tão auto-evidente, que tem exigido, por isso mesmo, muito tempo para ser plenamente compreendida, tanto pelos que a recebem, quanto pelos que a praticam. Daí, com efeito, a tardia literatura especifica e hoje a profusão de teorias, doutrinas e acerca do tema. Já nos gregos o conceito aretê (cuja tradução para atualidade não é fácil) a virtude da tempera heróica, ética e da nobreza que caracterizava a bravura guerreira dos cavaleiros, eis talvez o primeiro conceito de educação, de formação do homem. O Homem vulgar, assim, não tem aretê. A aretê é, então, um atributo da excelência humana, a beleza de caráter que orienta a práxis (a ação cotidiana) humana para o bem, é enfim a unidade suprema de todas as excelências.

É essa virtude que os filósofos almejam e que o conceito restrito de educação se amplia e se eleva até a mais alta aretê humana, transcendendo o conceito, primeira referência ao conceito educação que já agora abarca o conjunto de todas as exigências ideais, físicas e espirituais que conduzem à formação humana mais ampla e consciente é esta virtude homérica que influenciou não apenas os filósofos socráticos, mas todos os gregos. É bem expressivo, por outro lado, que Platão, considera o defeito especifico da retórica - a arte maior dos sofistas - o falar para agradar aos homens e não para atender o “bem eterno”, é corrupção do discurso crise da aretê. Platão aos sofistas (inclusive Górgias de Leontini e Protágoras os maiores dentre os muitos sofistas da Antigüidade Clássica): porque eles reduzem o conhecimento à opinião e o bem à utilidade, relatividade de valores e princípios absolutos para a vida humana, não ostentam mais que “sapiência aparente”. Devemos também estar atentos às mudanças na organização política da polis, algo que incomodava os filósofos socráticos descrentes com os novos rumos da fragilizada democracia.

A formação do caráter, na perspectiva da aretê, da perfeição humana, deve ser levada a efeito desde cedo, assim acreditavam os gregos desde os tempos mitológicos; educar a todos para serem dignos. Já que temos de viver inexoravelmente em sociedade e organizada minimamente, é então indispensável, que desenvolvamos as virtudes públicas esse era o viés de Platão em sua República. Todavia a sementeira desta Paidéia deveria contribuir com a perfeição humana, a aretê.

Quando tratamos de cultura grega e educação, invariavelmente observamos que é impossível considerar os ideais de formação humana entre os gregos da antiguidade sem referir um conceito da mais alta importância para eles arete. paideia propriamente dita refere-se ao período que se inicia após os sete primeiros anos, quando a criança é enviada às escolas. Aliás, o primeiro sentido do verbo trepho (tre/fw) é tornar compacto, engrossar, nutrir, criar e, por extensão, instruir, aplicando-se, com o sentido originário, a animais e plantas.

É muito comum traduzir-se a palavra areté por virtude e o seu plural, aretai, por virtudes. No entanto, isso pode induzir a se pensar que o sentido original de areté é de natureza ética. Ora, esse não é o sentido original exclusivo nem de areté, que melhor se traduziria por excelência,talves do que por virtude.

A palavra arete desígna o mérito ou qualidade pelo qual algo ou alguém se mostra excelente. Esta qualidade pode referir-se ao corpo e aplicar-se a coisas, como terra, vasos, móveis; pode referir-se à alma. Pode ter o sentido particular de coragem ou atos de coragem ou o sentido moral de virtude.

No livro I da República Platão introduz algumas reflexões acerca do conceito de areté. É verdade que ela vai direcioná-las para o objetivo principal que tem em mente, qual seja, discutir a idéia de justiça: sua natureza, se é vício e ignorância ou sabedoria e virtude; se é mais vantajosa a injustiça do que a justiça. Platão parte da verificação de que cada coisa tem sua função, e uma areté própria a preencher. Mas nesse diálogo Platão está interessado em uma areté, a justiça, que ele procura definir. Assim, no mesmo livro I, mais adiante, aplicando esses ensinamentos ao conhecimento do homem, raciocina com vista a chegar à areté do homem. Platão quer saber se é possível prejudicar a um homem em sua excelência. Para isso é preciso saber em que o homem e só o homem é excelente, isto é, qual a sua areté. O que permite ao homem cumprir o seu mais alto grau de perfeição?

Para conhecer a areté humana, ensina Platão, é preciso saber o que é o homem. Embora não trate especificamente desse ponto no livro I, Platão pensa o homem como um ser de corpo e alma, sendo à alma destinada a função de governar, deliberar, dirigir o corpo. E considerando que o homem vive na polis, isto é, de forma associada, Platão considera a justiça a maior de todas as virtudes, porque é a mais social, como diria Aristóteles. Assim, se a arete do homem é a justiça, todo ideal educativo deverá ser alcançar essa perfeição. Em contraponto, um homem injusto age em sentido contrário à excelência.Como vemos, no século IV a. C., com Platão, ainda encontramos uma idéia de areté empregada no sentido amplo, não restritamente moral, mesmo que a preocupação do autor de A República seja de ordem moral.

Originalmente, o sentido de arete nos é dado pela poesia heróica, de que Ilíada e Odisseia são dois grandes paradígmas. Esses dois grandes poemas, vemos que o sentido básico de arete. Do ponto de vista de práticas educativas, essa vinculação do conceito de virtude aos valores da aristocracia não durará para sempre. Haverá, sim, algumas permanências de matiz claramente aristocrático, por exemplo, na educação ateniense clássica. Veja-se o que vai ocorrer com os jogos atléticos, prática bem do gosto da nobreza, desde Homero. Por outro lado, com o tempo, a polis afirma-se como categoria existencial predominante para o homem grego. A ética individualista de Homero vai ser superada por éticas centradas em valores cívicos. Por outro lado, vai se delineando o objetivo formador do ser humano. Ocorrem, então, algumas divergências quanto à questão de se saber qual areté é mais importante na formação do homem ideal. As virtudes são amplas em seu conceito.

Se pensarmos no Sócrates platônico ele amplia os horizontes da ética grega, argumentando, naquele diálogo, que a justiça é o maior bem, para si próprio e para a comunidade e que é preferível sofrer uma injustiça a cometê-la. Pois aquele que a pratica comete uma violência contra sua própria alma em primeiro lugar, antes de cometê-la contra terceiros. A alma injusta, doente e desarmônica, não pode ser feliz.A idéia de que a justiça tem valor em si, que vale independentemente das vantagens que acarreta, na terra e no além, é o grande tema da República. Todo esforço de Platão nesse notável diálogo é provar que a justiça deve ser praticada sempre e a injustiça sempre evitada, ainda que não haja testemunha alguma disso. Os desdobramentos éticos desse imperativo é magnificamente tratado por Platão em um mito, o do anel de Giges. Giges era um pastor que, tendo encontrado um anel que tinha o poder de o tornar invisível, quando descobriu isso matou o rei, usurpou o trono, casando-se com a rainha.

O que Platão ou o Sócrates platônico nos leva a perguntar é eticamente crucial: Se voce tivesse um anel que lhe permitisse ficar invisível e não ser alcançado pelo castigo, voce seria sempre justo ou se entregaria a atos injustos? Ora, nesse nível, de nenhum outro pensador grego o tema da areté recebeu um desdobramento ético tão denso e complexo. Platão também merece um destaque por sua criação de uma teoria da areté, em razão da qual o tema recebeu o mais profundo tratamento ético. Platão põe uma questão simples mas devastadora: pode um homem excelente ser excelente em uma areté e não o ser relativamente a outra? Quem possui uma possui todas? Como pode alguém ser justo e ímpio, ou corajoso e intemperante? Ou sábio e injusto?

Diante da tradição Homerica que valorizava tanto a justiça, a temperança, a coragem, a justiça, a piedade, a sabedoria, diante dos usos e costumes que submetiam a juventude grega a códigos de conduta estribados em valores nunca discutidos, Platão (ou o Sócrates platônico) quer saber se a excelência pode ser ensinada ou é um dom natural, ou uma graça divina. Essa questão pode a excelência ser ensinada ou o bom já nasce feito, acompanha a cultura grega desde Homero e antes de Platão os personagens de Eurípides já se perguntam a esse respeito. Mas Platão é quem elabora uma reflexão filosófica sistemática e cerrada acerca do tema, desde os primeiros diálogos. A seu ver, tudo se resume em saber se aquelas aretai são conhecimento, pois só nessa hipótese poderiam ser aprendidas. Apesar de na idade madura, com a República, parecer ter chegado a uma "doutrina" da areté que a identifica com conhecimento. Pode a areté ser ensinada? Prudência, sabedoria, justiça, coragem são uma e mesma coisa, e, pois, em se tendo uma se terá todas as demais, ou não? É a areté múltipla ou una?

Se, como Platão parece crer apenas o sábio filósofo tem o conhecimento e, no que toca à areté, pode legislar a respeito do que deve ser procurado ou evitado Com outros fundamentos, Aristóteles chegou a mesmos resultados até certo ponto semelhantes. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta a sua teoria das virtudes, distinguindo dois tipos de virtudes: as qualidades de inteligência e as de caráter. Aquelas se desenvolvem no sábio, cujo objeto de investigação são os objetos imutáveis, acerca dos quais se pode gerar um conhecimento epistêmico, passível de juízos de verdade e de erro e de ensino. Alcançar essas virtudes é o auge da vida contemplativa.

As disciplinas do espírito que as cultivam não se voltam para a vida prática nem são produtivas. As virtudes referentes ao caráter são acessíveis à grande maioria das pessoas, desenvolvem-se em torno de objetos mutáveis, opináveis, que supõem decisões voltadas para a ação, tomadas após deliberação com cálculo e reflexão. Se tiverem mérito, isto é, obedecerem a retas tendências, essas decisões revelarão o homem prudente. O que alcançar essas virtudes terá uma vida ativa plena.

Diferindo de Platão, Aristóteles ressalta que tais decisões voltam -se para a vida prática, a saber, para a vida na polis, a vida política. Elas formam o caráter do homem e são filhas do hábito. Logo, não comportam verdade ou falsidade, mas valores: mais úteis, mais convenientes.

Aristóteles estabelece que o bem é o alvo da vida feliz, que esse bem se alcança com a prática das excelências, que ninguém nasce virtuoso e nem aprende teoricamente o que a virtude é. Mas que o ser humano vai incorporando em sua natureza uma disposição para a areté, e, com o treino e o tempo, a constância e disciplina, pode torna-se um homem de bem. Quanto aos fundamentos de suas idéias acerca da areté, afasta-se de Platão, para o qual tanto a vida moral como a vida propriamente científica desenvolvem-se em torno de objetos cuja representação sensível encontra uma correspondência ontológica transcendental no plano do imutável e do eterno.