A IMPORTANCIA DO LATIM
A IMPORTÂNCIA DO LATIM
TATIANY ELIÇA DA COSTA RAMOS, *
YAMARA MAMED DE SOUZA*.
RESUMO
O presente artigo tem como tema a importância do latim, uma vez que se originou das línguas neolatinas, servindo assim de instrumento para o entendimento das irregularidades, exceções e funcionalidades dessa língua, para a partir daí compreendermos melhor o nosso idioma, até porque há muitos resquícios do latim dentro da nossa língua principalmente o latim escrito, onde esse latim serve-nos de trampolim para mergulhos mais profundos na nossa visão de mundo; no nosso modo de pensar, na nossa vida, pois veremos que antes de nossos valores, havia outros muitos distintos, mas perfeitamente coerentes que merecem admiração e respeito, no âmbito cientifico.
Palavras-chave: Língua. Latim. Estudo. Importância.
RESUMEN
Este artículo se centra en la importancia de América, ya que proceden de las lenguas romances, por lo que actúa como una herramienta para la comprensión de las irregularidades, las excepciones y las funciones del lenguaje, por lo que desde allí a entender mejor nuestra lengua, porque hay muchos restos de América en nuestro idioma sobre todo la escritura latina, donde nos sirve de trampolín para la América más profunda inmersión en nuestra visión del mundo, en nuestro pensamiento, en nuestras vidas porque vemos que antes de que nuestros valores, hay otros muchos distintos, pero perfectamente coherente que merecen admiración y respeto dentro de científica.
Palabras-clave: Lengua, América. Estudio. Importancia.
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*Acadêmicas do Curso de Licenciatura Plena em Letras, pela Faculdade Vale do Acaraú
sob orientação da Profa. Dra. Rosângela Lemos da Silva.
1 INTRODUÇÃO
Ao iniciar um estudo sobre a importância do latim é conveniente fazer algumas perguntas: o que é o latim? Onde e quando foi falado? Como surgiu? Como se deu sua evolução? Qual sua importância? Considerando todos os aspectos apresentados até então, acredita-se que "o latim não é uma língua morta, porque ela está presente diariamente em nossas vidas" (VIARO, p 2, 1999).
O latim é uma língua do tronco indo-europeu falada na região do Lácio, localizada dentro do que hoje é a Itália. O latim passou a ter importância á medida que esse grupo que habitava esta região foi, ao longo dos séculos, se sobrepondo aos outros povos que habitavam á península. Não se pode fazer um estudo da língua portuguesa, sem falar da língua materna descendente da família das línguas indo-européias, como o latim língua dos romanos.
No decorrer da historia do latim verificamos que há a necessidade de se estudar abordando a temática A importância do latim. Neste viés, formulou-se a seguinte problemática: e hoje qual seria a importância do conhecimento do latim? É que o latim nos faz abranger impecavelmente a estrutura de nossa língua e de outras línguas. Com isso pretende-se colaborar intensamente com a ciência no mundo moderno, ressaltando o perfil de língua latina no contexto histórico e educativo.
Assim, os objetivos da pesquisa foram: refletir a importância do latim ontem e hoje. Sendo uma pesquisa bibliográfica, qualitativa, pautada em livros, utilizando-se da mesa redonda para exposição, justifica-se nesse sentido, as estratégias enfatizam o auto-aprendizado, onde o aluno é levado á estudar, pesquisar de forma responsável e autônoma, justificando assim a proposta desse estudo.
Geralmente, as palavras escritas em latim aparecem em emblemas ou símbolos de instituições. Os lemas de muitas universidades são escritos em latim. Escolas de cunho religioso costumam apresentar o latim, razão pela qual, o latim foi usado pela igreja católica romana até o inicio do século XX. Provavelmente sirva para explicar todas as passagens bíblicas que estão escritas em latim. Hoje em dia, a área publicitária também está explorando a língua latina com eficácia.
Podemos observar então, que utilizamos muito o latim em nosso cotidiano, seja em qual for à relação comunicativa. Não apenas nós, mas todos os que falam línguas oriundas do latim.
O estudo do latim associado ao estudo da vida social em Roma nos faz vislumbrar quanta coisa mudou e quanta coisa ainda continua surpreendentemente do mesmo jeito que era, muitas vezes apenas com os nomes trocados. Sim, porque o que se herdou do Império Romano ao longo desses vinte e sete séculos de uso do latim escrito não foi pouco.
Então, por que não estudar o latim? De língua morta o latim não tem nada. Vejam, por exemplo, quantas expressões são usadas em Direito. Quem nunca ouviu falar de habeas corpus?De alibi? De data venia? O latim não está de forma alguma morto, está no nosso dia-a-dia: quem nunca mandou um curriculum vitae? Quem nunca ouviu falar de renda per capita? Ou pensou em fazer uma pós-graduação lato sensu? Ou ouviu que alguém é doutor honoris causa?
Essa antiga língua de Roma está nas tecnologias mais modernas, está na fecundação in vitro, nas invenções mais recentes: está, por exemplo, no fax (abreviação de fac simile, que significa "faça de maneira semelhante", não é isso que faz o fax?). Mesmo muitas palavras importadas do inglês remontam ao latim: na Informática usa-se o verbo deletar, do inglês to delete, que vem, por sua vez, do verbo deleo em latim, que significa "eu destruo". De tão entranhado na nossa língua, o latim até se confunde com ela: idem é latim, o supra summum, o et caetera...
Verificamos, dessa forma, que inúmeras palavras de nossa língua têm relação direta com o léxico latino. Por outro lado, precisamos de um conhecimento um pouco mais profundo do latim, para percebermos essa ligação em muitos outros termos.
Muitos vocábulos latinos sofrem, com a evolução da língua, supressões, acréscimos e transposições de letras, por exemplo, que os tornam um pouco distantes da origem.
Portanto, aprender ou não o latim não é a questão. Ele já convive conosco, pois é a alma de nossa língua e bastaria reconhecê-la. Com o latim, vemos que as irregularidades e as temíveis exceções das gramáticas não são nem irregulares, tão pouco exceções. Tudo passa a ter uma lógica mais clara e previsível. Se já conhecemos bastante latim, por que não saber mais, ampliando ou aprimorando nosso vocabulário.
O latim continua vivo apesar de o considerarem uma língua morta; isso explica que o latim está presente em nosso dia a dia, em diversos produtos, assim como na escrita de língua morta o latim não tem nada.
Através deste artigo será possível responder às tais perguntas, pois o foco é explanar o tema com uma linguagem de fácil entendimento para que todos possam compreender através da língua – mãe: o latim.
2 ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA LATINA
Afinal, o que é latim? E qual sua importância? O latim era a língua falada no Lácio, pequena região da Itália onde por volta do século VIII a. C., foi fundada a cidade de Roma, com isso o osco e o umbro, o latim teria derivado do ramo itálico que, por sua vez, originou-se do indo-europeu.
Com a expansão do Império Romano, o latim também se difundiu por grande parte da Europa e regiões. Como língua viva na época em que era falada, ela também sofreu evidentemente muitas transformações, originando outros idiomas.
Assim, o latim deve sua importância no passado ao prestigio de Roma, que surgiu como uma pequena aldeia, fundada por pastores na região central do Lácio, porem torno-se a capital do Império Romano, cujos limites se estendiam desde a Lusitânia ate o Oriente, a Líbia, as terras germânicas e outras regiões – e, assim, conforme se expandia territorialmente, o Império Romano levava consigo sua língua.
3 LÍNGUA LATINA
O latim é um idioma original da região itálica do Lácio que ganhou grande importância por ser o idioma oficial do antigo Império Romano, ele deu origem a um grande número de línguas européias, denominadas românicas, ou neolatinas, como o português, o espanhol, o francês, o italiano, o romeno, o galego, o occitano, o rético, o catalão e o dalmático – este, já extinto.
Durante séculos depois da Queda do Império Romano, o latim continuou a ser utilizado em toda a Europa como língua culta, por exemplo, atualmente é idioma oficial na Cidade do Vaticano.
Alguns costumes e hábitos da Roma Antiga e do Império Romano permanecem vivos no mundo. Por isso, ainda, não nos renunciamos de dizer que o latim sobreviveu ao longo de vários séculos, ele se constituiu, além disso, em língua universal por toda a Idade Média. E até bem pouco tempo, as missas eram rezadas em latim. Ainda hoje, os nomes científicos têm caráter universal, sendo apresentados com terminologia nessa língua.
Conscientes disso, muitas vezes, entre os maiores estudiosos de língua latina, encontraram pessoas cuja língua materna aparentemente não tem uma relação direta com o latim, como os alemães e os finlandeses! Como explicar então o descaso que presenciamos para com a língua que é à base da língua portuguesa, justamente no país que tem a maior população de fala românica do mundo, que é o Brasil.
Só mesmo o imediatismo, tão frequente na visão-demundo brasileiro, pode explicar que o ensino do latim continue visto como desnecessário para o ensino do português, tão ausente e distante ele parece estar das necessidades mais prementes da Sociedade. Os métodos antigos em muito pecaram, dando ao ensino do latim o caráter penoso das infinitas tabelas a serem decoradas pelo aluno, que, por sua vez, não via sentido naquilo.
Muitas vezes até textos inteiros tinham de ser decorados. Não querendo tirar o mérito dessa metodologia, que, por seguro, ajudava em muito a desenvolver a memória dos alunos, acredito que atualmente a postura é outra: é preciso revitalizar o valor que o latim tem como um ótimo meio para aguçar a percepção etimológica das raízes do português (e de outras línguas, como visto acima), o exercício da análise sintática, o raciocínio lógico, a ampliação de vocabulário e a curiosidade para entender outros momentos históricos e o desenvolvimento das sociedades e do pensamento até os dias de hoje.
As consequências, num segundo momento, aparecerão na compreensão mais clara da ortografia portuguesa, na solução lógica das flexões irregulares e das exceções, no questionamento da nomenclatura tradicional e no vasto repertório histórico-filosófico que o aluno adquirirá, estando, assim, pronto para estabelecer suas próprias analogias e defender seus pontos de vista com mais clareza.
3.1 A LÍNGUA LATINA E SUA FORMAÇÃO HISTÓRICA
É importante frisar que os acontecimentos que descrevem a historicidade servem de embasamento para a compreensão do surgimento do latim. Neste caso, destacamos uma breve reflexão segundo o autor.
Estuda-se o latim não para ser camareiro, intérprete, correspondente comercial, mas para conhecer, diretamente, a civilização e a história de um povo, pressuposto necessário da civilização moderna, ou seja, para sermos nós mesmos e nos conhecermos de maneira consciente ( PITA, 2002, p. 3).
Em meado do século VIII a.C. foi fundada a cidade de Roma, ali havia um estreito parentesco entre o latim e dois outros idiomas falados antigamente na Península Itálica, e essa semelhança fez surgir uma única língua; por outro lado, o confronto de raízes vocabulares existentes no latim com raízes de palavras pertencentes a algumas das antigas línguas faladas na Índia, Pérsia, Grécia, entre outros; permitindo aos estudiosos do assunto formular a hipótese da existência de uma língua primitiva que teria gerado esses idiomas o "indo – europeu", mas os seus usuários se dispersaram, acarretando profundas modificações como o surgimento de inúmeras línguas; vale ressaltar que muitas dessas línguas estão hoje extintas ou mortas, as remanescentes são faladas em grande parte do mundo ocidental e em algumas regiões do Oriente.
O latim influenciou no surgimento das novas línguas, as chamadas neolatinas, tida hoje, como modernas, estudando-a podem seguir por um caminho que reúne conhecimentos étnicos, culturais e lingüísticos.
3.2 EVOLUÇÕES DO LATIM
O ensino do latim começou a ser invadido através da igreja católica, possuidora do poder educacional do século XVIII, e que reservou a transmissão da cultura clássica, difundida para os países cristãos do ocidente.
Fala-se, portanto, em fases da língua latina, que vão desde as suas primeiras manifestações, ou seja, desde a fundação de Roma representada por algumas inscrições, até a queda do Império Romano do Ocidente ou, mais ou menos, até a invasão dos longos bardos na Itália: Latim pré – histórico (língua dos primeiros habitantes), Latim proto-histórico (aparece nos primeiros documentos), Latim arcaico (aparece em antigos textos literários, é inicialmente pobre, mas tende a enriquecer-se), Latim literário (floresce a partir do segundo quartel do século I a.C é uma língua cultivada, artística, diferente do latim falado, ele se preservou graças a inúmeras obras literárias): "Há sensível dessemelhança entre o latim das obras literárias do século I a.C. e as inscrições cristãs dos primeiros tempos; por essa razão ele se caracteriza conforme a época e as circunstâncias em que foi usado" (FONTANA, p.25, 1987).
Como qualquer língua, apresentava modalidades distintas, entre as quais, podemos destacar o Latim Clássico e o Latim Vulgar. O primeiro representa o idioma quase sempre escrito, retratado pelos literatos da época.
Temos contato, até os dias atuais, com exemplos dessa modalidade, que servem de fonte de inspiração para muitos escritores de nossa época.
O segundo era o idioma essencialmente falado por todos de qualquer classe social e com qualquer nível de instrução. Desse último, surgiram as línguas românicas, entre as quais, o português.
Devemos, então, distinguir o latim clássico do vulgar, tomando o clássico como língua literária e escrita que, de acordo com Mottoso Câmara:
Estava sujeito a uma disciplinação rigorosa e era tema de atenção por parte dos intelectuais e, mais particularmente, dos gramáticos, que se inspiravam na gramaticologia grega.
Como uso refletido e aprendido, resistia às forças evolutivas da língua, cingia-se a um padrão escrito, que procurava ser imutável, e prestava-se mal para a vida social corrente, cotidiana. ( CÂMARA, 1979, p. 20).
E o latim vulgar, aquele falado por toda a gente de qualquer camada social, o que representava maior diversificação do seu uso. Portanto, dessa modalidade mais suscetível a transformações, evoluíram as línguas neolatinas, como verificamos in verbis:
(...) As línguas românicas provêm do latim vulgar, no sentido relativo de que resultaram de um latim dinâmico, essencialmente de língua oral, em processo de perene evolução. Elementos do latim clássico, que estão nas origens românicas, são os que se integram no processo evolutivo, fazendo-se vulgares. ( CÂMARA, 1979, p. 21).
Diante do exposto, podemos inferir sobre a relevância do estudo dessa língua responsável pela formação de tantas outras, inclusive da nossa.
3.3 A IMPORTÂNCIA DO LATIM
A importância do latim deu-se mediante o prestígio de Roma, era uma língua de comunicação; apesar de não ter sido uma língua oficial do império romano, foi sempre uma espécie de língua comum, cujo papel a Igreja se encarregou de acentuar; o latim foi à língua da comunicação universal, da política, da religião, da cultura e da ciência. E hoje, qual sua importância?
A língua latina tem sido provavelmente, estudada por um ininterrupto período de tempo mais longo e por um maior número de pessoas, que qualquer outra língua. Por causa de seu prestígio na vida intelectual e religiosa da Europa durante um longo período, mesmo depois que ela deixou de ser falada, sua gramática tem despertado mais curiosidade do que a de qualquer outra língua. (ROSÁRIO, p.5, 2008 apud LAKOFF, 1993).
Além disso, há uma rica literatura deixada pelo mundo romano que não só permite o desfrute de autênticas obras de arte como também estende seu alcance por outras áreas do conhecimento (historiografia, filosofia, antropologia, teoria literária, também pela ciência e pelo teatro, etc.), outro grande motivo da importância do latim, é que há mesmo o interesse lingüístico, afinal é a língua-mãe e fornecem-nos explicações para fenômenos aparentemente inexplicáveis de nosso idioma e das línguas-irmãs do português.
Em suma, estudar Latim é importante porque desenvolve e aguça a mente, exigindo do estudante memorização, concentração e reflexão, facilita o aprendizado de todas as línguas neolatinas e torna acessível o manuseio de livros de ciências, filosofia, direito, teologia, escritos em Latim, quando esta era a língua da cultura ocidental; também porque o Latim enriquece o vocabulário, melhora a dicção e pronúncia, levando – nos a escrever e a falar com mais clareza e objetividade, e finalmente, estudar "Latim é importante para disciplinar a mente, e adquirir cultura humanística é conhecer e valorizar nossa língua portuguesa" (FURLAN, p.42, 2006).
De um lado temos a rica literatura deixada pelo mundo romano, que estende seu alcance por outras áreas de conhecimento: pela historiografia, antropologia, filosofia, teoria literária, ciência e teatro, dentre outras.
De outro, há o interesse lingüístico pelo Latim, sendo uma das mais antigas línguas indo-européias, de acordo com o registro escrito, oferece-nos a solução referente ao conhecimento das línguas; sendo, por fim, a língua mãe dos idiomas românicos, fornecendo explicações para fenômenos aparentemente inexplicáveis do português e das línguas irmãs: o Espanhol, o Italiano, o Romeno, o Francês.
Por um paradoxo curioso, esse idioma, que não o é de nenhum povo e desconhece fronteiras, pois é ensinado, falado e escrito em toda a Europa, sem falar dos outros continentes, dá à luz uma literatura não brotada de solos étnicos, mas que supera em quantidade e qualidade qualquer uma das literaturas nacionais durante o mesmo período.
Basta lembrar as grandes obras da teologia e do hinário, as coletâneas de lendas cristãs, e, também, no lado profano, nomes como os de Dante, Petrarca, Boccaccio, Erasmo, Bacon, Descartes, New, grandes estudiosos latinos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento do latim é de fato, importante para o entendimento de nossa língua. Em suma, ensinar o latim é propiciar aos graduandos, o conhecimento da história, da sociedade, da cultura e da literatura, percebendo o legado que nos deixaram e nos reconhecermos naquilo que somos. Aqueles que fazem uso do latim em seus estudos e prática profissional entendem muito bem a questão do preconceito em torno disso. Mesmo assim, os que acreditam no valor de uma língua que perpassou séculos, percebem a sua presença em muitos momentos da vida atual. Percebemos o quanto o latim está vivo no nosso discurso cotidiano e como ele constitui o núcleo da língua portuguesa.
Portanto, somos levados a refletir sobre a importância, ou não, do estudo do latim. Como seria irrelevante a astúcia trazida por ele da etimologia de nossos vocábulos? Como seria inútil o reconhecimento de nossa história, na história que dominou parte do mundo, por uma época? Seria negar o passado e a verdade. Seria negar a alma de nosso linguajar.
A partir das eloquências a priori da problemática, hipótese e os objetivos confirmamos a veracidade dos mesmos. Pois, podemos dizer que o latim é de fato, importante para o entendimento de nossa língua. Observamos que ainda existe, por parte de alguns, a valorização dessa língua, que a entendem como fonte de cultura e erudição.
Quando alguém se diz estudante ou profissional da área da língua latina, o mais comum é ouvir-se o seguinte: “Qual a utilidade do latim?”, “Como é possível empregá-lo, se já não é mais falado?”.
Aqueles que fazem uso do latim em seus estudos e prática profissional entendem muito bem a questão do preconceito em torno disso, exemplo seria uma pessoa que ingressa em um Curso de Letras, e estuda latim, sofre diversas vezes, discriminação.
De uma forma geral, os outros não a entendem. Acreditam que, por se tratar de língua morta, não seria relevante estudá-la. Desmerecem, assim, o seu estudo, desacreditando no uso prático.
Logo, o estudante desse curso passa a sofrer de descrédito perante a sociedade, e, com isso, por vezes, acaba abandonando-o, ou tendo vergonha de assumi-lo como opção acadêmico-profissional.
Mesmo assim, os que acreditam no valor de uma língua que perpassou séculos, percebem a sua presença em muitos momentos da vida atual. Percebemos o quanto o latim está vivo no nosso discurso cotidiano e como ele constitui o cerne da língua portuguesa. Conseguem entender que, com o seu conhecimento, muitas irregularidades e exceções da língua portuguesa, não o são na sua história, no estudo diacrônico.
Como vimos, com o estudo do latim, somos capazes de conhecer o étimo do muitas palavras portuguesas e, desse modo, compreendê-las melhor. Ele também possibilita o aprendizado de outras, com as mesmas raízes, como é o caso das línguas românicas e até mesmo de outras que dele não derivaram.
Portanto, somos levados a refletir sobre a importância, ou não, do estudo do latim. Como seria irrelevante a percepção trazida por ele da etimologia de nossos vocábulos? Como seria inútil o reconhecimento de nossa história, na história que dominou parte do mundo, por uma época? Seria negar o passado e a verdade. Seria negar a alma de nosso idioma.
Diante de tudo isso, como não aceitar o latim, principalmente nos cursos de graduação em Letras, os quais têm como princípio o ensino das letras, das línguas e, efetivamente, da língua portuguesa.
Finalmente esperamos que este trabalho contribua, para que o estudante de letras possa observar que a língua latina, representa uma porta para o conhecimento aprofundado de sua própria língua.
REFERÊNCIAS
FONTANA, Dino Fausto. Curso de Latim. São Paulo: Saraiva 1987.
FURLAN, Oswaldo. Gramática básica do latim. Editora da UFSC, 1993.
MAR TINS, Carla. Estudar latim, Para quê? Rio de Janeiro: Escola Secundária Francisco de Holanda, 2000.
RÓNAI, Paulo. Curso básico de latim. Gradus primus. São Paulo: Cultrix, 1995.
RÓNAI, Paulo. Não perca o seu latim. Col. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. 16. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
VIARO, M. E. A importância do latim na atualidade. Disponível em: www.fflch.usp.br/dlcv/lport/pdf/MViaro018.pdf. Acesso em: 10 Mar. 2010.
WIKIPÉDIA. Latim. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim. Acesso em: 02 Mar. 2010.
CÂMARA, Junior. História e estrutura da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Padrão, 1979.
FARIA, Ernesto. Gramática superior da língua latina. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1958.