Uma Sala de aula Violenta: professores e alunos são adversários ou aliados?
Uma Sala de Aula Violenta: professores e alunos são adversários ou aliados?
Autora: Solange Gomes da Fonseca
Nos dias atuais, a violência nas escolas é uma realidade vivenciada tanto por profissionais da área, como pelos próprios alunos.
Todos os dias têm noticias na mídia de agressões praticadas dentro do âmbito escolar, e parece que nada é feito para modificar ou solucionar a situação que tomou conta do cenário escolar.
A violência escolar já ultrapassou os limites das classes sociais, das faixas etárias e dos portões das instituições de ensino.
A escola é um espaço sagrado ou deveria o ser, onde as famílias vêem como o local onde seus filhos irão aprender, crescer, evoluir e adquirir capacidade para enfrentar a vida. Entretanto, devido à perda dos valores necessários para a formação dos indivíduos, ela esta reduzida há um local para demonstração da agressividade entre professor/alunos e alunos/alunos.
Um dos principais motivos para a ocorrência de casos de violência em sala de aula é a falta de educação domestica. Pois, quando os pais não impõem limites para seus filhos, desde cedo, contribuiem para formar individuo que não respeita normas e convenções sociais e principalmente humanas.
A Pedagogia e a Psicologia constatam a necessidade de se impor limites , como instrumento de formação equilibrada ao jovem, que é uma contribuição fundamental para o seu futuro adulto.
Não podemos aceitar a banalização da violência, como se fosse uma coisa normal, natural, como se fizesse parte inevitável da vida em sociedade.
Muitos são os passos a serem dados, ao meu entender, para diminuir com a violência escolar.
Sem seguir uma ordem de sequência exata, citarei alguns desses passos:
___Cabe aos pais cuidar mais dos seus filhos, orientando e educando com os limites necessários;
___Cabe a comunidade uma integração cada vez maior no ambiente escolar e na participação efetiva nos debates para a solução dos problemas relacionados à educação;
___ Cabe aos governantes oferecer condições dignas de trabalho aos professores, valorizando e estimulando esses profissionais.
Sabemos que a violência é um comportamento que causa dano à outra pessoa, invadindo a autonomia, integridade física ou psicológica, e mesmo a vida do outro.
Pensando a violência no papel da escola existe a necessidade de dar um basta na questão que invadiu as salas de aula de todo o contexto escolar do país. Não é possível, ficarmos calados ou de braços cruzados esperando que o próximo atrito aconteça. Pelo contrario, o desrespeito permeia as relações familiares e atingem o espaço escolar por falta de exemplo para crianças e, que vai prejudicar na sua formação moral e social.
Nesse sentido, compete à educação, voltar-se para a paz na comunidade, com campanhas que promovam um movimento de solidariedade, que pode ser ensinada e aprendida por todos, criando-se a cultura da paz.
Nas praticas diárias da sala de aula, promover o dialogo, as discussões saudáveis, onde o individuo possa avaliar suas próprias atitudes diante da vida, descobrindo suas potencialidades e suas limitações e, tendo a segurança de que o respeito ao próximo fará com que seja respeitado. Acredito ser uma alternativa de valores morais e éticos para futuros cidadãos menos violentos e mais participativos e humanitários. Mostrando assim, aos seus alunos que, a educação para a paz deve estar voltada para o viver na pluralidade, na superação dos esteriotipos e preconceitos, para com o exercício da tolerância e do dialogo.
Com isso, conseguimos demonstrar o potencial de mudança que podemos atingir com a solidariedade, deixando o comodismo de lado e engajando no trabalho em conjunto, em prol da construção da cultura da paz.
Não podemos ignorar que é comum os profissionais da educação terem contato com crianças e adolescentes agressivos, tanto na escola como um todo, quanto nas salas de aula.
Infelizmente, a violência nas salas de aula tem tido grande repercussão, mas se faz necessário que a escola faça uma leitura minuciosa do seu regimento interno com os alunos, logo no inicio do ano letivo, a fim de mostrar quais as consequências de atitudes agressivas, sem deixar esmorecer durante o percurso letivo. Discutindo de forma democrática todos os direitos e deveres dos alunos, assim como o da instituição.
O não comprometimento das demandas pedagógicas, dos gestores, dos docentes, da família e da comunidade ajuda para que o conjunto de fatores que compõem o dia a dia das crianças e dos jovens cheguem à sala de aula sem noções de limites e respeito ao colega e muito menos ao professor, que por vezes, há os que “pensam” que por pagarem esses professores são seus serviçais.
É função primordial do professor fazer uma sala de aula melhor, com um ambiente mais fraterno, pois só assim, conseguiremos melhores resultados.
A violência que aumenta e assusta os profissionais pode ser contida com ações educativas e com a transformação do ambiente escolar pra torná-lo mais acolhedor e possível de provocar mudanças, buscando alternativa para conter o avanço do desrespeito e do perigo vivenciado nas instituições de ensino.
As causas da violência nas salas de aula são inúmeras, não sendo fácil fazer uma inventariação de todas, mas o cerne da questão é que muitas escolas tentam resolver os problemas para os quais não estão preparadas e que não são da sua competência. Pois, na verdade tem alunos que são potencialmente violentos e, a escola por imposição aos caprichos da família e do Estado acaba por não tomar as soluções adequadas, como o encaminhamento, desses alunos para um especialista.
A sociedade tem vindo a sofrer significativas transformações. Uma vez que, a família, núcleo primordial de educação tem vindo dissimuladamente a delegar esse papel para a escola, justificando que é no contexto educativo que os indivíduos passam a maior parte do dia. Todavia, nenhuma outra instituição poderá jamais substituir as condições educativas da família. E, nem parece ser razoável que seja unicamente a escola a ensinar valores tão necessários para o normal desenvolvimento do ser humano tais como: a democracia, as regras para a sã convivência em grupo, o respeito pelo outro, a solidariedade, a tolerância, etc.
À escola não se pode pedir que alem de ensinar os conteúdos programáticos exigidos pelo Ministério da Educação, tenha também que ter a função educativa que compete aos pais. Mas, na verdade é que a violência muitas das vezes, começa dentro de casa e ultrapassa as fronteiras das salas de aula e, é registrada cada vez mais na população de jovem.
Porem vamos analisar a problemática também através de outro ângulo, o qual acredito ser o mais critico e o causador potencial das agressões no ambiente escolar:
Vivemos em uma sociedade, cuja desigualdade social, por si só, já é agressiva, não dando oportunidade a todos. Diante desse fato não quero justificar e nem tão pouco procurar culpados para o mal que se instalou na sociedade e atinge fortemente o espaço escolar, mas na verdade há todo um distúrbio emocional e psicológico que altera o metabolismo do individuo, em não consegui econômica e culturalmente se encaixar aos padrões normas da sociedade. E, assim a sociedade contribui com grande parte para esse comportamento agressivo.
O ser humano não nasce naturalmente mau, a sociedade é que o transforma. De fato, nenhum ser humano nasce violento ou criminoso, o seu destino não esta traçado após o seu nascimento. Os seus comportamentos são frutos do ambiente a que são expostos.
Como já se focou anteriormente no texto, a educação devera registra-se imediatamente ao nascimento, baseada em valores, normas e modelos de conduta, que serão inculcados no sentido de formar a personalidade do individuo.
De fato, a tarefa do professor é prevenir e intervir em situações de desvio ou risco em qualquer franja mais debilitada da sociedade, de forma a criar mudanças qualitativas, exercendo intencionalmente sua influência positiva no indivíduo.
Consciente de que este texto é insuficiente na abordagem desta temática, pois muito mais haveria de dizer, dado que o fenômeno da violência nas salas de aula é muito amplo e surgem variados contextos, acredito mesmo assim, ser os professores aliados dos seus alunos na busca de mobilização em protegê-los como cidadãos para que não tenham um futuro sombrio, enredados em sofrimentos, privações e sem projetos de vida, como podemos presenciar nos atos adversários, onde não há respeito e as normas não são cumpridas, onde são pessoas contra a qual se disputa algo sem sentido, sem efeito, sem valor pessoal ou educacional.
Para a educação, a evolução do saber e do aprender são pontos principais traçados, num “elo” entre o professor e o aluno com a finalidade única de fortalecer e unir seus reais objetivos educacionais.