Afetividade, Cognição e Interação: os três pilares importantes para uma eucação de qualidade
Afetividade, Cognição e Interação: os três pilares importantes para uma educação de qualidade
Autora: Solange Gomes da Fonseca
Este texto, à luz da perspectiva da afetividade, da cognição e da interação, discute os três pilares para uma educação de qualidade nas relações didáticas entre o professor e os alunos no início de todo o processo da escolarização.
Compreender esses fenômenos dos três pilares requer reconhecer que, entre as necessidades precisamos suprir a garantir da sobrevivência, da vivência e da convivência humana no contexto da sala de aula, para formarmos uma educação de qualidade.
No plano da emoção acolhem-se os mais diferentes e importantes fenômenos, como a alegria, o medo, a tristeza, a ira, o conhecimento e o afeto. Consequentemente, a afetividade, a cognição e a interação e o comportamento humano perpassa (e é perpassado) por todo o ciclo vital do individuo.
O afeto exerce papel fundamental na atividade humana e isso faz uma grande diferença no mundo acadêmico, desde os apaixonantes banquinhos escolares às temidas bancas das pós-graduações. Sem afeto não haveria interesse, necessidade ou motivação.
A afetividade é uma condição necessária na constituição da inteligência, desde a mais tenra idade.
Entendemos que os profissionais da educação em inicio de escolarização devem empenhar-se em levar os três pilares para compor uma educação de qualidade, alinhando as praticas pedagógicas nas questões do afeto, das interações comunicativas e da cognição no contexto da sala de aula.
Partimos da premissa de que no trabalho educativo não existe uma aprendizagem meramente cognitiva ou racional, pois os alunos não deixam os aspectos afetivos que compõem a sua personalidade do lado de fora da sala de aula. Por isso, pensar e sentir são ações indissociáveis. Esta é a idéia a ser defendida neste texto, que será exposto algumas reflexões acerca do papel da afetividade, da cognição e da interação no funcionamento psicológico e na construção dos conhecimentos cognitivo/afetivos numa troca de interação.
A educação é uma atividade, eminentemente humana. Atrás de cada ação educativa encerra uma visão e uma concepção de ser humano que perpassa todo o contexto em sala de aula, mesmo que o professor tenha essa consciência ou não.
Temos como herança uma concepção filosófica, segundo a qual o homem é um ser cindido entre a razão e a emoção. Essa é a concepção dualista do ser humano, cuja razão estão na tradicional separação cartesiana entre o corpo e a alma.
Buscar compreender o sr humano na sua totalidade e unicidade, valorizando a dimensão afetiva e cognitiva na construção do conhecimento numa interação comunicativa, tem sido um dos caminhos mais viáveis para o êxito do processo de ensino/aprendizagem. Porém, um desafio nos coloca em duvida: qual a diferença entre afetividade, sentimento, emoção e paixão, em todos os três pilares importantes para se ter uma educação de qualidade?
Através da mediação, a ação do professor tem um impacto e uma influência no processo de ensino/aprendizagem do aluno. Não se pode aceitar que exista uma ação pedagógica que seja neutra.
A ação pedagógica jamais pode se reduzir a coerção e a obediência cega por parte dos professores, pois para cumprir o seu papel, a educação precisa da participação e da colaboração dos seus alunos nessa construção do conhecimento com a importância desses três pilares.
Precisamos acreditar no professor como um grande agente que a sociedade tem para a construção de um novo modo de vida, baseado na totalidade do ser humano e na quebra de visões reducionistas e parciais.
Vivemos momentos de inquietações dentro e ora da escola. As pessoas, diante das mudanças promovidas pelas tecnologias e pelas ciências avançadas acabam tendo de mudar sua forma de relacionar-se, tanto com a vida, quanto consigo mesmo. Muito se fala no colapso das verdades e na necessidade de se construir uma educação de qualidade pautada na responsabilidade individual e social, alem da valorização nas relações afetivas, cognitivas e interativas.
Experiências de aprendizagem fazem parte do discurso de uma educação de qualidade, que nos propõem os três pilares para aprender: desenvoltura e flexibilidade. Portanto, a educação tem por tarefa promover conhecimento, alem de auto-organização, capacidade reflexiva, autoconhecimento e controle emocional diante das situações pedagógicas.
Devemos estabelecer relações de empatias com o outro ser humano, procurando perceber seus sentimentos, intenções e mensagens. Pois, se afetividade esta ligada ao aspecto cognitivo e vice-versa, logo o resultado numa interação nos mostra o rumo certo no prosseguimento das atividades de ensino, para que haja êxito numa educação com qualidade.
A aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. Sendo assim, a estrutura cognitiva do aluno tem que ser levada em conta em todo o seu processo de interação e de afetividade dos seus conhecimentos.
O ensino só tem sentido quando implica na aprendizagem, por isso é necessário conhecer como o professor ensina e entender como o aluno aprende, só assim, o processo educativo poderá acontecer e o aluno conseguira aprender a pensar, a sentir e a agir.
O ser humano é a um só tempo: físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico. Assim, é impossível aprender o que significa ser humano. Consequentemente há um elo indissolúvel entre a unidade e a diversidade de tudo que é humano. Concluindo-se que, a condição humana deveria ser o objeto essencial de todo o ensino, mas para se garantir uma educação de qualidade é fundamental que entre em cena os três pilares: afetividade, cognição e interação.
Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve compreender o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana, pois numa sala de aula compartilhamos de um destino comum.
A proposta educativa apresenta o professor como co-responsável pelo processo educativo que estimula e desafia o aluno a ser agente ativo, participativo e responsável pela produção do conhecimento.
A finalidade do processo educativo enfatiza a importância das relações alicerçadas na afetividade, na cognição e na interação para alcançar o equilíbrio que torna a educação com qualidade, visando o desenvolvimento integral do aluno e seu preparo para o exercício da cidadania.
Por fim, pretendo com o texto, analisar e discutir a importância desses três pilares para o desenvolvimento entre o professor e os alunos, buscando identificar as dificuldades encontradas no seu trabalho e, ao mesmo tempo, levando informações sobre a importância a sua responsabilidade na construção de uma personalidade emocional, cognitiva e interativa no contexto da sala de aula.
Com sonhos e esperanças tenho razões para viver e, como educadora das emoções sentidas, jamais deixar de acreditar nas características afetivas, cognitivas e interativas postas numa sala de aula, para termos como resultado uma educação qualitativa, com total liberdade de expressão entre o professor e seus alunos.