AUTONOMIA E PLANEJAMENTO
William Pereira da Silva
Abro os Parâmetros Curriculares Nacionais, Introdução, página 41, Ensino Fundamental - Uma Prioridade e leio; “A lei (LDB) destaca o papel importante que a escola desempenha no processo educacional e lhe confere uma grande autonomia de organização. Também incentiva os sistemas de ensino a desenvolverem projetos que possibilitem a aceleração de estudos para alunos com atraso escolar.
Participo na escola do primeiro encontro anual de professores, num sábado, sobre PLANEJAMENTO, lei no artigo apresentado para estudos retirado da revista Nova Escola, escrito por Renata Costa, que relata; “ É claro que há determinações das secretarias, porém o professor tem uma zona de autonomia relativa para realizar o que pretende na escola e na sociedade”. Ainda noutro parágrafo leio; “ O segundo passo para um bom planejamento é levar em conta a realidade da qual fazem parte professores, escola e alunos. Em termos gerais, isso significa considerar aspectos sociais da comunidade, problemas e necessidades locais e, por fim, a diversidade dentro da sala de aula”.
Ao terminar de ler sobre o assunto relatado no parágrafo anterior sinto viver uma realidade totalmente diferente proposta pelos PCN’S, LDB e o estudo de um bom planejamento, o que vejo no meu cotidiano é a interferência direta de todos em nossas ações, não nos dão autonomia de nada. Secretaria de Educação, Dired, diretores, todos intrometem onde não deve, parece até que eles desconhecem a palavra autonomia, realidade, peculariedades, projetos, ações para mudar a realidade educacional, conselho escolar. Tem pavor de ver realizado ações que contrariem seus interesses políticos e pessoais, de mostrar poder e ações que eles pensam serem eficazes, mas que ao longo dos anos tem-se mostrado ineficientes. A cada dirigente que muda vem com toda força impor ações que não condizem com a nossa realidade, querem mudar apenas com critérios criados na burocracia oficial. Passado alguns meses voltam aos conchaves políticos, aos interesses de amiguinhas, aos interesses mais mesquinhos que destrói tudo o que foi planejado para uma real melhoria na educação. Para demonstrar autoridade encenam organizar setores deficientes, realocar funcionários, punir faltosos, culpar professores de ineficiência, descaso, omissão, sendo eles os políticos os maiores causadores do caos na educação, aqueles que favorecem todos tipos ilícitos de benefícios aos seus simpatizantes. Muitos cargos de dirigente deveriam ser por concurso, indicar por apadrinhamento político demonstra a interferência direta de políticos nas escolas dando autoridade a pessoas que às vezes pesam ser o próprio Deus da educação ou a Deusa da sabedoria, a Atena Hígia.
Dentro da hierarquia da Secretaria de Educação existem funções para cada setor ou cargo nele exercido, entretanto muitos saem de seus afazeres para entrar em determinada áreas que não lhe compete, querem disciplinar, determinar o funcionamento das escolas de acordo com seu pensar ou como pensa seu chefe político. Caso uma escola tenha um Diretor capaz, íntegro, uma equipe administrava responsável, conselho escolar atuante, grêmio estudantil participativo, associação de pais e mestres inserido no contexto escolar não daria margem para interferência de dirigentes que esquecem a autonomia da escola e dos professores e extrapolam suas funções pensando ser aquela pessoa que ira conserta sozinha um mal criado ao longos dos anos por aqueles que o indicaram para tal função.
Dêem autonomia as escolas, enviem recursos humanos e matérias suficientes a cada realidade exigida, interfiram somente no necessário, fiscalizem, exijam de acordo com as leis, acabem com todos os benefícios pessoais em detrimento do coletivo, afastem os políticos das escolas, então teremos o início de uma nova era na educação.