Por que Ocorrem Catástrofes Naturais

Uma das características que venho procurando desenvolver ao longo da minha vida, e que considero uma das qualidades mais difíceis de adquirir, é a humildade. Confesso que isto não é fácil e bato palmas para aqueles que a possuem em alto grau ou acima da média. Parece um termo bastante comum, como outro qualquer, mas sua profundidade é algo que poucos seres humanos até hoje conseguiram realmente avaliar. Senão, vejamos: quantos conseguem admitir uma falha, um erro? Quantos conseguem aceitar calados uma crítica; concordar, em número e grau que outros podem estar certos e eles errados; reconhecer que precisam melhorar e mudar em certos aspectos, admitir um defeito, um vício, ou seja, lá o que for que esteja impedindo o seu crescimento? Estes são apenas alguns exemplos que encerram a palavra humildade. Pode-se dizer que ela seria a chave de uma vida feliz, pois elimina o preconceito, o conflito e a arrogância. Não é a humildade, todavia, privilégio dos santos ou dos sábios. Ela pode ser adquirida, mas apenas por aqueles que realmente querem a mudança. E o fato de pensar que mudar é difícil ou impossível já se torna um obstáculo. Isto porque a mente vai à frente de tudo aquilo que fazemos ou pensamos fazer.

Contrário de humildade é arrogância, soberba, orgulho; por aí já se tem uma ideia de como ela é importante. Quando pensamos ou sentimos os efeitos do seu oposto, damos valor à humildade e, mesmo inconscientemente, ansiamos por sua expansão entre os seres humanos. Só por brincadeira, descobri um jogo de palavras com o termo humildade que dá muito certo para o mundo que precisamos ver construído; e depende de nós. Na palavra HUMILDADE temos: HUM, temos MIL e temos DADE, o que pode significar que: começando com HUM, expandindo-se até chegar a MIL e, em seguida, crescendo cada vez mais, alcançará toda a HUManiDADE. Observe que, tanto o termo humildade quanto o termo humanidade, começam por HUM, ou seja, se cada um fizer a sua parte procurando tornar-se humilde o mundo pode, sim, ser transformado para melhor, muito melhor.

O fato de se pensar que, se existe o bem, necessariamente deverá existir o mal é outro pensamento que se encontra arraigado na mente coletiva que, por hereditariedade ou por crença vê o estado do mundo como reflexo desta crença. Vou tentar explicar de maneira mais clara e que possa ser facilmente entendido. Branco e preto, perto e longe, alto e baixo, tristeza e alegria, bem e mal, vida e morte. A forma com que os encaramos faz com sejam ou não polos opostos um do outro. Em outras palavras, é uma questão de crença, de fé mesmo; não algo inocente e infantil, mas resultado da busca. Por que digo isso? É claro que existe o alto e o baixo; o perto e o longe. Mas eu preciso reconhecê-los para que eles existam.

Seguindo esse raciocínio, o que seria a treva, por exemplo; ela é o contrário da luz ou a ausência desta? Estou mais propenso a afirmar que treva não é existência verdadeira, ela não consegue avançar onde há luz. Ao passo que qualquer ambiente, por maior que seja, tomado por trevas, terá de volta a luz em um instante ao acender-se, por exemplo, um palito de fósforo ou pela chama de um isqueiro. Se quiser ver a escuridão é muito simples: basta fechar os olhos. Se quiser ver a luz abra-os; abrir, aí significa abrir os olhos da mente para a luz da vida. Sabemos que um cego de nascença desconhece a escuridão; para ele não existe diferença entre luz e trevas. Por outro lado, há muitos que, vivendo na luz têm tendência a enxergar apenas o lado negativo de todas as coisas ou seja, as trevas.

Uso de alegorias para tentar mostrar como tudo que acreditamos torna-se realidade. Um dos maiores pesquisadores da ciência e escritor de ficção científica, Arthur Clarke, já falava isto com outras palavras em suas “três leis de Clarke”. Falecido recentemente, revolucionou a era cientifica com seus estudos e livros de ficção. Seu livro “2001, uma Odisseia no Espaço”! ao ir para as telas tornou-se o marco do cinema tal como o concebemos hoje. Em suas três leis ele afirma:

1) Quando um cientista notável, mas idoso, diz que algo é possível, ele estará, na maioria das vezes, certo. Quando afirma que algo é impossível, estará, muito provavelmente, errado.

2) A única forma de descobrir os limites do possível é avançar um pouco além deles e penetrar no impossível.

3) Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.

Por essas afirmações e, analisando tanta confusão no mundo, podemos concluir que humildade, compreensão e empatia (colocar-se no lugar do outro) andam um tanto escassas entre os seres humanos. O avanço tecnológico é muito bom, mas, como disse Einstein, pode ter o efeito de uma bomba atômica em longo prazo. Por isso, é preciso cuidado. Enquanto o homem achar que apenas o desenvolvimento material é que trará a evolução do mundo, nunca vão deixar de ocorrer tsunamis, radiações nucleares e outras tragédias, pois tudo isto é resultado do pensamento conturbado do próprio homem. Deus não tem nenhuma culpa, pois nós colhemos os resultados das nossas próprias ações. O fato de alguns países serem praticamente imunes a certos tipos de catástrofes e outros, delas, vítimas constantes não é por acaso. Creio que ainda levará um tempo, mas a humanidade vai aprender, com árduas lições, o valor da irmandade entre os países.

Vivemos num mundo paradoxal: enquanto de um lado, pessoas tentam se unir e se ajudarem mutuamente frente a um sofrimento coletivo, em outra parte do planeta seres humanos, por razões absurdas, destroem e matam, voluntariamente, outros seres humanos. Depois, o homem se surpreende e se pergunta o porquê de ocorrerem catástrofes naturais. Nada transcorre impunemente. Deus jamais foi vingativo. Temos a liberdade de plantar e distribuir o amor aos nossos irmãos, não importam onde estejam. Porém, se escolhemos a guerra e a disseminação, temos igualmente que assumir a responsabilidade por isso.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 17/03/2011
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