Culpa do professor? Não!
É impressionante! O professor faz das tripas coração e continua sendo alfinetado (ou seria esfaqueado?) pela sociedade.
Esses dias, circulava numa escola daqui de Santo Antônio artigo publicado em Zero Hora com o título “Quando a culpa é do professor”. Trata-se de um jornalista e advogado criticando o trabalho dos docentes, dizendo que estes só reclamam e não ensinam os alunos a pensar.
O interessante é que a crítica veio de alguém bem de fora da educação. Normalmente, é isso que ocorre: alguém de fora, sem a experiência no ramo, mete o bedelho, opinando abobrinhas com um português duvidoso.
O autor não deixou seu e-mail para contato. Do contrário, enviaria um a ele, sugerindo que acompanhasse mais de perto o trabalho de um professor. Talvez, assim, ele veria que fazemos muito mais do que ensinar. Precisamos ser psicólogos, assistentes sociais, motivadores, consertadores... e o que mais mesmo? Ah, sim, professores também. Ele poderia visitar a casa de alguns docentes também e ver que, quando nela estão, nem sempre é para lazer, mas sim para planejamentos, correções e uma gama de atividades relacionadas à escola. Se bem que alguns docentes, dificilmente, estão em casa num horário bom para receber visitas, já que trabalham em duas, três ou quatro escolas.
Depois de ter essa experiência (quem sabe?), poderia mudar o teor de seus escritos sobre os professores. A realidade vai muito mais além do que as paredes de um escritório com Internet e ar condicionado. A realidade é dura e é enfrentada da melhor maneira possível. Não somos milagreiros. Será que não estamos prestes a ser?