Prática ou Teoria.
Os métodos tradicionais de ensino da língua no Brasil visam, por incrível que pareça, a formação de professores de português! O ensino da gramática normativa mais estrita, a obsessão terminológica, a paranóia classificatória, o apego à nomenclatura – nada disso serve para formar um bom usuário da língua em sua modalidade culta. Esforçar-se para que o aluno conheça de cor o nome de todas as classes gramaticais, nada disso é garantia de que esse aluno se tornará um usuário competente da língua culta. [ Marcos Bagno,p.119].
“O autor chama a atenção aos professores de língua portuguesa, para que não continuem neste ciclo vicioso que é ensinar regras gramaticais, pensando que estão formando cidadãos para serem futuros falantes. O que Bagno quer dizer é que as regras são necessárias, porém não deve ser prioritário, o professor deve dar prioridade à linguagem pois a comunicação, a interação deve ser a base principal para formação de um falante de linguagem culta”
ENSINAR LÍNGUA OU ENSINAR GRAMÁTICA?
Todas as sugestões feitas nos textos anteriores só farão sentido se os professores estiverem convencidos – ou puderem ser convencionados – de que o domínio efetivo e ativo de uma língua dispensa uma língua de uma metalinguagem técnica.
“Entende-se que a partir do momento em que o professor de língua portuguesa sabe diferenciar a prática da teoria, esse ensino mecânico deixa de existir, passando a ocupar um espaço onde a linguagem se torna de fácil conhecimento e as regras são usadas como suporte técnico para o falante de uma língua culta”.
Em outras palavras, se ficar claro que conhecer uma língua é uma coisa e conhecer sua gramática é outra. Que saber uma língua é uma coisa e saber analisá-la é outra. Que saber usar suas regras é uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra. Que se pode falar e escrever numa língua sem saber nada “sobre” ela, por outro lado, e que, por outro lado, é perfeitamente possível saber muito” sobre” uma língua sem saber dizer uma frase nessa língua em situações reais. Para dar um exemplo óbvio, sobre evidentemente mais inglês uma criança de três anos que fala inglês usualmente com os adultos e outras crianças para pedir coisas, chingar, reclamar ou brincar, do que alguém que tenha estudado a gramática do inglês durante anos, mais não tem condições de guiar um turista americano para passear numa cidade brasileira.
“Essa comparação em falar e aprender, nada mais é do que a prática com a linguagem e o ato de decorar regras, pois quem está sempre praticando a linguagem não terá dificuldade em usá-la diante de qualquer situação, porém quem se prende a usar só as regras gramaticais terão dificuldades em usar a linguagem, uma vez que não se tem costume de usá-la”.
CONCLUSÂO
Chegamos a conclusão que para se ensinar português, o professor necessita ter conhecimento das regras gramaticais, como também da lingüística, pois os textos lidos não são contra as regras gramaticais, só não aceitam que um falante de língua portuguesa viva em um mundo moderno preso as teorias.
REFERÊNCIAS
BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: O que é, como se faz . São Paulo. Loyola, 1999
POSSENTI, Sirio. Por Que (não) Ensinar Gramática na Escola. São Paulo. Mercado de Letras,2009.