RUMOS PARA A EDUCAÇÃO

Eu penso sempre sobre o Brasil e os rumos que este país vai tomando. Ora, estamos crescendo economicamente sem precedentes, a miséria vai minguando aos poucos, as desigualdades vão sendo minoradas, a fama de país de bananas já não cabe mais a nós, então, o que nos falta?

Soube que há um déficit enorme de professores na rede pública, e na particular também, que cada vez mais as pessoas se desinteressam por abraçar uma carreira no magistério, pois as perspectivas são medonhas; quais sejam, ganhar uma quinquilharia minúscula para “pajear”, como dizia minha avó, um bando de canalhas e marginais que se travestem de estudantes.

O MEC, por sua vez, procura incentivar as pessoas a serem professores. Está investindo na qualificação, melhorando os salários, mas ninguém quer ser professor. Cada vez menos gente se vê vocacionada para o nobre exercício do magistério, e com razão.

Contudo a minha radical postura com relação a que cada um construa sua própria educação, devo pensar em como melhorar as coisas, já que o que penso é muito para os moldes brasileiros. O Brasil precisa de um plano de governo em massa para melhorar drasticamente o nível educacional de seu povo.

E isso é muito difícil de se fazer, pois há uma falta de identificação do brasileiro com a coisa pública, para nós o público não é de ninguém, daí o desprezo, a depredação, a falta de zelo com o equipamento que possuímos.

Não há nenhuma novidade no que estou falando, eu bem sei, porém acredito que seja preciso alguma política de Estado no sentido de que o brasileiro se identifique mais com a coisa pública; que se sinta dono das ruas, dos trens, dos ônibus, das escolas... Como fazer isso num tempo em que não há referência alguma, sobre coisa alguma?

Será que esta lição de casa já devia ter sido feita há muito tempo? Perdemos o bonde da história? A oportunidade de ser uma nação de fato? Vamos ser como os burgueses no alvorecer do capitalismo? Com os bolsos cheios de dinheiro, mas com uma educação digna de um homem das cavernas?

Talvez o maior desafio do Brasil de hoje seja começar a pensar em políticas de Estado para a educação. Políticas que envolvam aspectos fortes de identificação com a cultura e com a brasilidade. Isso é fundamental para a grandeza de um povo. Gostar de ser o que é, ter orgulho de ser o que é, e não somente no tempo da copa do mundo com a seleção brasileira, mas o tempo todo em qualquer tempo.

Acredito que o caminho seja ligar essa identificação com o futebol que o brasileiro tem e inserir nela questões de cidadania, de educação e de cultura. O que não será nada fácil em tempos em que não há referências para nada.

Contudo é uma opção melhor do que a da inércia, a escolha por deixar esse povo na constante destruição e sujeira do que é público, fazendo de uma nação que se tornará ainda muito rica uma pocilga.

Já demos pérolas aos porcos, agora vamos ensiná-los a não defecarem em cima delas.

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 08/02/2011
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