PORQUE E PARA QUE INSTIGAR O ALUNO A LER?
LEITURA: PORQUE E PARA QUE INSTIGAR O ALUNO A LER?
Teresa Cristina Patrício1
“Escrever é estar no extremo de si mesmo”
(João C. M. Neto)
RESUMO: Este texto tem como objetivo apresentar um trabalho de pesquisa direcionado a leitura, mostrando ao mesmo tempo os benefícios que ela proporciona ao homem, fazendo com que através da leitura sejam descobertas várias ramificações que o direciona em busca de novos horizontes e conhecimentos.
PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Oralidade. Escrita. Aprendizagem. Motivação
INTRODUÇÂO
Este artigo apresenta as noções básicas para que o homem entenda o que realmente é leitura, partindo de um conhecimento prévio do que se entende por ler. A leitura está relacionada ao entendimento, a interpretação do que foi lido, enquanto ler significa vê ou observar algo que está escrito, porém sem necessariamente procurar entender. Este fato acontece sempre quando alguém pergunta; você leu o que estava escrito naquela placa? A resposta de imediato é sim li. Por isso pode-se dizer que a leitura é um testemunho oral da palavra escrita de diversos idiomas. Com o surgimento da imprensa e o avanço tecnológico a leitura está mais presente na vida do homem.
1. LEITURA
A leitura é sem dúvida uma preparação para que se forme um cidadão crítico, e, este seja inserido na sociedade, onde possa se comunicar através da oralidade e tendo uma fundamentação teórica do que está sendo produzido através da fala.
No entanto pode-se dizer que houve leitura quando a criança consegue diferenciar a letra da palavra, de forma que a letra é a representação gráfica e, a palavra é a reprodução do som. Através desse processo visual de identificação e diferenciação, passará a ser desenvolvido o processo de entendimento e compreensão, para que chegue ao estágio de leitura.
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¹Graduada em Letras Português/Inglês, pela Faculdade São Miguel e Pós Graduação em curso na FUNESO - Fundação de Ensino Superior de Olinda (Teresa.kiko@hotmail.com/ tcpatricio@gmail.com).
*Este artigo é dedicado ao Professor Francisco Mesquita, como conclusão da disciplina Produção de Textos Acadêmicos.
O processo de leitura não é tão fácil como parece, pois para chegar a ele haverá vários caminhos a ser percorrido. Conduzir a criança a identificar os símbolos, representados pelas letras, ensiná-la a diferenciá-las e associá-las, a cada som representado por essas letras.
Para conseguir fazer com que ela perceba que cada letra representa uma unidade lingüística significativa, para esse processo inicial de leitura dá o nome de codificação. A codificação é o conhecimento prévio para iniciação da leitura, porém não se pode dizer que uma criança que, conseguiu codificar algo está lendo ou sabe ler.
O que acontece com a leitura é algo muito mais relevante e absoluto, pois a leitura existe quando a criança consegue ler e compreender o texto lido através de uma análise crítica, expondo suas idéias, confrontando-as com o texto.
Quando não há compreensão pela criança do que se lê no texto, esta leitura deixa de ser interessante prazerosa e motivadora. Pode-se considerar então que uma criança lê, quando ela entende o que o texto retrata. Pois quando esta apenas decodifica e não compreende, não se pode afirmar que houve leitura.
Faz-se necessário que sejam selecionados textos que desperte o interesse e a curiosidade da criança, uma vez que as ilustrações nos textos já é um convite para que possam fazer uma boa interpretação. Caso esses textos sejam escritos sem nenhuma gravura, contudo apresente letras grandes e uma linguagem que seja conhecida em seu cotidiano.
Vale salientar que o processo de leitura não está ligado ou direcionado só a sala de aula, e que essa leitura irá conduzí-lo para uma sociedade centrada em cidadãos críticos.
2. FACILITANDO O ACESSO À LEITURA
Os professores devem investir na funcionalidade da leitura. Ainda mais quando o aluno provém de classes menos favorecidas economicamente e não tem acesso fácil ou nenhum a livros ou a textos escritos, nosso papel é oferecer a maior diversidade possível de textos: quadrinhos, revistas, jornais, anúncios, bilhetes, cartas, rótulos, bulas, cartazes, avisos, classificados, poemas, contos, charges, etc.
Com isso, estaremos facilitando o acesso desse aluno ao mundo da leitura. O hábito da leitura dispensa a sistematização do ensino de regras gramaticais e faz o aluno depreendê-las do contexto de maneira mais agradável. Devemos também fazer um estudo da língua com um todo, e não fragmentá-la língua em gramática, literatura e redação. E, contudo, o envolvimento do professor é à base desse processo: com isso, certamente os resultados serão melhores.
3. A ESCRITA DEVE TER UM SENTIDO PARA QUEM LÊ.
Saber ler, como já foi dito antes não é só ler por ler, e, nem tampouco decodificação de signos, símbolos, conhecerem o significado e o significante.
Ler é um movimento de interação das pessoas com o mundo e delas entre si e isso se adquire quando passa a exercer a função social da língua, ou seja, quando sai do simplismo da decodificação para a leitura e reelaboração dos textos que podem ser de diversas formas apresentáveis e que possibilitam uma percepção do mundo.
É uma atividade básica na formação cultural da pessoa. Além disso, é uma excelente atividade de lazer. A leitura de uma narrativa bem tecida, de um conto, de uma crônica e de diversos outros gêneros literários constitui uma valiosa atividade a ser incluída em nossos momentos de lazer. Ler é uma atividade que mexe com todos os órgãos.
4. “QUEM LÊ CONSTRÓI SUA PRÓPRIA CIÊNCIA” (JOÃO ÁLVARO RUIZ)
A leitura tem importância fundamental na vida das pessoas. A necessidade de muita leitura está posto entre todos, haja vista, que propicia a obtenção de informações em relação a qualquer contexto e área do conhecimento, assim como, pode constituir-se em fonte de entretenimento. Para uns, atividade prazerosa, para outros, um desafio a conquistar. “Pode-se dizer ainda que um texto seja um jogo de estratégias mais ou menos como pode ser a disposição de um exército para uma batalha (ECO, 1984, p.9)”.
CONCLUSÃO
É preciso, portanto, que essa situação mude a fim de que mais tempo seja voltado para a leitura.
As professoras demonstraram em seus relatos que têm noção da importância da leitura para a vida dos seus alunos e por isso devem dedicar o máximo de tempo possível para aprimorar a leitura dos alunos.
Enquanto tivermos a preocupação das escolas com o registro de resultados e a apresentação de conteúdos em detrimento da aprendizagem, não conseguiremos motivar os alunos para essa atividade tão prazerosa como é a leitura. Contudo, deve-se considerar que o professor deve, apesar de todas as dificuldades, não esquecer a importância do seu trabalho e do seu relevante papel na formação dos futuros leitores, como bem atesta Sole (1998;65) :
“Aprender a ler não é muito diferente de aprender outros procedimentos ou conceitos, exige que a criança possa dar sentido àquilo que se pede que ela faça, que disponha de instrumentos cognitivos para fazê-lo e que tenha ao seu alcance a ajuda insubstituível do seu professor. Afinal, o mesmo, pode transformar em um desafio apaixonante o que para muitos é um caminho duro e cheio de obstáculos.”
REFERÊNCIAS
ECO, Umberto. Conceito de texto. São Paulo: EDUSP, 1984.
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto; leitura e redação. São Paulo: Ática, 1997
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. 5. ed. Campinas, SP: Pontes, 1997.