Síndrome da desobediência
Depois de muito tempo sem escrever e estimulada por um amigo a fazê-lo, resolvi falar sobre um tema que fora discutido hoje, numa escola, pouco conhecida, que é a Escola Bíblica Dominical.
Talvez muitos de vocês nem nunca tenham ouvido falar a respeito, mas é uma das maiores e melhores escolas já existentes.
Falávamos de desobediência.
Vivemos hoje muitos tipos de crises, sejam financeiras, éticas, relacionais, etc., mas nenhuma delas chega aos pés da desobediência.
Desobedecer é desrespeitar um comando, uma vontade superior, um desejo de alguém.
As pessoas transgridem tudo o que precisa ser obedecido. Sejam as leis, os regulamentos, aos pais, aos professores etc. E parece normal transgredir. Há sempre um jeitinho de participar dos chamados "esquemas", que nem precisa ser explicado, pois todos já ouviram falar disso. Até mesmo as crianças saberiam definir bem o que é. E é uma situação tão comum, que nem causa estranhamento quando ouvimos alguém dizer: 'vamos fazer um esqueminha e vai dar tudo certo'.
Onde reside nossa moral? Nossos valores foram pelo ralo?
Como cobraremos obediência, respeito das crianças se elas nos ouvem falar o tempo todo, com ar de graça, sobre algum 'esquema' do qual participamos?
No semestre passado, na faculdade (sou aluna do 10º período de Direito), ouvi uma colega falar, com a maior naturalidade do mundo, que estava torcendo para o candidato fulano de tal vencer as eleições, pois o pai seria acessor do mesmo e, em ganhando, seu pai daria a ela um carro zero de presente no Natal.
Que moral tem esse pai de cobrar de sua filha decência e respeito, se ele mesmo participa dos 'esquemas' e a leva a participar também, mesmo que indiretamente?
Para obedecer é preciso que tenhamos comprometimento moral (com a sociedade, família principalmente) e espiritual (com Deus). E isso deve ser feito de coração, sem esperar imposição de quem quer que seja.
Aliás, se todos fôssemos obedientes dispensar-se-iam as leis. Estas seriam inúteis, não?