SUA VIDA - PARTE 2

Estamos vivos. Temos oportunidade, a cada dia, de transformar para melhor a nossa existência. As pessoas costumam dizer que não gostam de trabalhar, que trabalhar é muito ruim. Isto depende do ponto de vista. Quando viajamos em férias por lugares maravilhosos, históricos, interessantes, estamos nos divertindo e nos sentimos felizes. Estes passeios, por vezes, são orientados por guias que, geralmente, conhecem bem a região e podem nos dar grandes informações. Perguntem a eles se estão se divertindo. Uns dirão que sim e outros dirão que não. Isto prova que o próprio trabalho que executamos para ganhar a vida pode ser alegre e descontraído, mas isto varia de pessoa para pessoa. Aquele que se sente feliz e não vê o tempo passar está mentalmente preparado para encarar a atividade dessa forma. Mas, para outros ela é trabalho, obrigatório, chato e cansativo; só faz para ganhar o próprio sustento.

Concluímos que, o que faz esta diferença é a mente predisposta a se divertir ou a se entediar no trabalho e não o trabalho em si. Agora, levemos esta ideia para as dificuldades da vida. Perguntemos quem gosta de enfrentar dificuldades. Todos, ou a grande maioria, dirão que detestam as dificuldades. Realmente, dificuldades causam desânimo, às vezes tristeza e até sofrimento; então é lógico que ninguém goste. O que diríamos então daqueles que praticam o alpinismo, o esqui, a natação ou outros esportes pesados? Ninguém reclama de subir altas montanhas, enfrentar o frio intenso ou se cansar. Fica-se horas e horas envolvido com estas atividades e o que se sente é prazer e alegria. Porque então não se divertir com as dificuldades? Levantar peso, praticar saltos exige muito esforço, mas ninguém se queixa; até vão espontaneamente para a academia praticar esses esforços pesados.

O que é preciso entender é que não se deve buscar e nem suportar as dificuldades, mas se alegrar com elas, pois da mesma forma que as atividades pesadas nos fortalecem e nos aprimoram, as dificuldades fazem o mesmo conosco. Os exercícios melhoram o estado físico, o exterior e as dificuldades aprimoram a têmpera, o caráter e a personalidade.

O ser humano possui a tendência de procurar o prazer e fugir do sofrimento. Isto até certo ponto seria real e aceitável ao olharmos o homem exclusivamente do ponto de vista material. Fazemos de tudo para evitar o sofrimento, mas dificilmente conseguimos evitá-lo. Falar assim dá a impressão de que precisamos aceitar ou nos resignarmos com o sofrimento. Também não. Aí, fica a pergunta: então, o que fazer? Porém, paremos para pensar. Por que uns sofrem mais e outros menos? Os que mais sofrem dentro do sofrimento são aqueles que encaram o sofrimento como sofrimento. Em primeiro lugar, lamuriam, acham que ninguém sofre mais do que eles, não veem sementes de gratidão, não conseguem encontrar a felicidade dentro do sofrimento. Isto exige reflexão, crescimento espiritual, mas é também uma forma de adquirir crescimento espiritual. A frase: “se não for pelo amor, que seja pela dor” é de grande sabedoria. Nessas horas consegue-se pensar com mais profundidade, avaliar o próprio estado até o ponto de entender o que levou a pessoa àquela situação.

Outro ponto importantíssimo que precisa ser observado diz respeito ao entendimento da vida no que se refere a ser ou não feliz. Se felicidade é um estado de espírito, então o que precisa ser feito é criar um estado de espírito de felicidade. Parece simples quando posto, mas torna-se difícil a prática; porém, não é impossível. A vida é um mar de felicidade, acontecem muito mais coisas boas do que ruins e cada dia é melhor do que o outro, em tudo. Quem, ao ler estas palavras, duvida, discorda é porque tem tendência a não acreditar na felicidade. Se tudo começa na mente, é ali que precisa ser plantada a semente da felicidade. Só o fato de achar que a felicidade é difícil, que a vida é feita de sofrimento e o mundo é dos fortes e dos ricos e dos espertos; apenas esses pensamentos e essas crenças já se tornam barreira para se achar que é feliz. Colocar a obtenção de qualquer coisa que seja como condição para ser feliz é outra tendência nociva que afasta em vez de atrair a felicidade.

Se observarmos atentamente as pessoas que chegaram a uma idade avançada, com raras exceções, há duas características básicas que fazem parte da personalidade delas. Uma é a gratidão e a outra é a alegria. Quem não é grato pela vida, pelo simples fato de estar caminhando, poder trabalhar, se alimentar e eliminar normalmente, fazer amigos, ver o sol nascer, ver a chuva, acompanhar o desenvolvimento do mundo, apoiar e ser apoiado nas alegrias e nos momentos difíceis; quem não consegue agradecer a estas coisas simples, mas fundamentais ao ser humano e ainda vive reclamando e se lamuriando pelas mínimas coisas dificilmente irá chegar a uma idade avançada. Por mais difícil que seja a vida e por maiores que sejam os problemas aquele que consegue enxergar já tem motivos para agradecer porque é mais feliz do que um cego. Viver o dia a dia com alegria, ser uma pessoa de espírito alegre, sorrir com facilidade e manter uma fisionomia alegre, descontraída e atraente é um fator incomparável de saúde e longevidade. Quem não é assim precisa, com urgência, cultivar esse hábito se quiser ter uma existência longa e feliz.

Há de fato muitas situações erradas, mas quem vai conseguir mudar o mundo? Realmente não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar a nós mesmos e, como o mundo é constituído de grupos de indivíduos, cada indivíduo, procurando mudar para melhor, é certo que o mudo também mudará para melhor. Então fica o conselho: Quer mudar o mundo, comece por mudar a si mesmo. Podem falar ou pensar que são apenas palavras bonitas e que palavras bonitas não enchem barriga. Mas tudo é questão de acreditar. Aí, volto a um paragrafo anterior em que afirmei que só o fato de achar que não vai dar certo já é um impedimento a dar certo. Então, tudo parte da crença e da vontade. Não esqueçamos que o mundo é o que é hoje porque homens com Edson, Santos Dumont, Grahn Bell, Henri Ford, Bill Gates e tantos outros acreditaram um dia que seus sonhos não eram apenas sonhos; eles poderiam se tornar realidade. E não apenas pensaram ou acreditaram, mas colocaram mãos à obra sem ficarem se questionando o tempo inteiro. E tanto persistiram (e como persistiram!) que acabaram conseguindo.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 30/01/2011
Reeditado em 30/01/2011
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