A FORMAÇÃO DE PORTUGAL
Por David Kooperfield
A Idade Média inicia-se em 476 d.c com a queda do Império Romano do Ocidente e termina em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos;
Dividida em ALTA IDADE MÉDIA (SEC. V-XI) e BAIXA IDADE MÉDIA (SEC. XII-XIV) a Europa conheceu nessa época um intenso processo de ruralização, tendo como base o sistema feudal;
No Feudalismo as atividades produtivas eram a economia de subsistência em grandes propriedades rurais;
A origem dos feudos final do Império Romano do Ocidente;
O Império Romano fora abalado no século IX, por ataques de bárbaros germanos, os vikings ou normandos (suecos, dinamarqueses, noruegueses) e Hungaros ou magieres, que atacavam as cidades imperiais obrigando a população destas a se refugiarem no campo;
Outro fator contribui para o declínio da vida urbana foi: o domínio do mar mediterrâneo pelos árabes (SÉCULO VII);
Assim se consolida o feudo de produção com as seguintes características:
FEUDO: grande domínio territorial concedido a um nobre pelo rei ou outro senhor feudal, era ele a unidade produtiva da Idade Média, auto-suficiente baseado na mão de obra servil;
O FEUDO divida-se em:
1. MANSO SENHORIAL: terras de exploração exclusiva do Senhor Feudal onde ficava o castel e uma igreja;
2. MANSO SERVIL: parte destinada à produção dos servos camponeses;
3. TERRAS COMUNAIS: prado/florestas, utilizadas por servos/camponeses e pelo senhor;
SOCIEDADE FEUDAL
Relações de vassalagem e suserania, baseados em conjuntos de obrigações;
No topo da pirâmide social: os grandes proprietários rurais (nobres/clérigos);
No conjunto dos senhores havia a nobreza feudal que devia lealdade ao rei;
O feudalismo era uma sociedade estamental;
O CLERO
Gozava de grande prestígio E eram originários da nobreza (senhores de amplos domínios nos quais se localizavam muitas cidades remanescentes do Imperio Romano as chamadas cidades episcopais);
A IGREJA
Pertencia a ela ao domínio da cultura e da moral (filho de nobre é nobre, filho de sevo é servo);
Qualquer transgressão à imutabilidade das relações é Sacrilégio;
OS SERVOS
Na base da sociedade;
Indissoluvelmente ligados à terra;
Viviam sobre o domínio e proteção de um nobre (deviam-lhe obediência e obrigações);
Essa relação de dependência se transmitia de pai para filho;
Os servos estavam sujeitos à:
a) CORVEIA: TRABALHO compulsório e gratuito nas terras do senhor em determinados dias por semana;
b) TALHA: TRIBUTO QUE AOBRIGAVA os servos a entregar ao senhor parte de sua produção no manso servil, pelo uso de ferramentas e equipamentos de trabalho do feudo como arado, moinho, fornos;
c) BANALIDADES: dava o direito de o senhor se apropriar de parte da produção;
POLÍTICA
O rei principal senhor feudal tinha poucos poderes fora de seus domínios;
Isso devido a força da nobreza e do clero num universo fragmentado em bispos, duques, condes e barões na ausência de um estado centralizado;
Esse sistema se manteve inalterado até meados do século XI, quando forças econômicas, sociais e políticas impacta e leva ao declínio nos três séculos seguintes;
Com o fim das invasões normandas e magiares ocorre o crescimento demográfico a partir do século X;
A PARTIDR DO SÉCULO X
Ocorre o crescimento demográfico;
Aumento na produção de alimentos;
Aproveitamento de novas terras para o cultivo;
Técnicas agrícolas (3 campos);
Emprego do arado de ferro (charrua);
Aperfeiçoamento da atrelagem de animais para arar a terra;
Intensificação da adubagem e irrigação;
Difusão de moinhos de vento e água para moer grãos;
O COMÉRCIO
Com o aumento da produção criou-se um EXCEDENTE AGRÍCOLA, que fora destinado ao mercado;
O comercio antes restrito as proximidades do castelo e mosteiro, ampliou-se com o surgimento das feiras, atraindo mercadores de várias regiões;
Com o inicio das cruzadas (século XI) os mercadores de Veneza, Gênova, Pîsa, tomaram o MEDITERRÂNEO dos mulçumanos;
De posse de Constantinopla (entreposto comercial) italianos trazem mercadores orientais;
Houve expansão nos portos e cidades do mar do norte com a formação da LIGA HANSEÁTICA pelos mercadores de Flandres;
Com o desenvolvimento do comercio deu-se novo dinamismo às antigas cidades romanas e as novas que surgiram;
Os Burgos convergiam para lá, mercadores cambistas e artesãos;
Como as cidades se localizavam em DOMÍNIOS FEUDAIS, seus habitantes os burgueses foram conquistando autonomia política adquirida pela compra da CARTA DE FRANQUIA ou de INSSUREIÇÕES;
ESGOTAMENTO DO SISTEMA FEUDAL XIV
Estagnação tecnológica;
Baixa produção de alimentos;
Escassez de moedas;
Aumento dos preços;
Fome;
Epidemias;
Calamidades naturais;
Intensificação das lutas entre dinastias (frança – Inglaterra 1337-1453)guerra dos 100 anos;
Rebeliões camponesas (jacquerie 1358- frança);
Despovoamento dos campos;
FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS
Fortalecimento da autoridade real em detrimento do poder dos senhores feudais;
Processo lento de formação ESTADO NACIONAIS;
O monarca conta com o apoio de mercadores e artesãos interessados na eliminação de barreiras feudais;
SURGIMENTO DO REINO PORTUGUES
Inicia-se na 1ª metade do século XII;
Nesse período o resto da europa vivia o apogeu do sistema feudal;
Conquistados pelos romanos no século II a.c., a antiga Lusitânia foi ocupada no século V por suevos, visigodos e em 711 pelos árabes;
Encastelados no reino de Leão, Castela, Navarra e Aragão (Esp) cristãos de toda Europa no século XI se empenharam em expulsá-los;
Nessa cruzada se destacam os irmãos Franceses Raimundo de Borgonha e Henrique de Borgonha;
Estes em reconhecimento a seus desempenho militares casaram com as filhas do rei de Leão, AFONSO V e receberam como dote extensos domínios feudais a Raimundo de Borgonha foi dado o condado portucalense (1090);
Em 1139 d. Afonso Henrique filho de Henrique de Borgonha após derrotar os partidários de sua mãe d. Tereza e as forças do rei de Leão d. Afonso VII torna-se o 1° rei de Portugal;
Nascia a Dinastia de Borgonha que ocuparia o trono até 1383;
Capitanea a nobreza, intensifica a luta contra os mouros (mas só os expulsa em 1249 sob o reinado de Afonso III);
A CONFIGURAÇÃO DO REINO PORTUGUES
Se constituiu num organismo centralizado;
Economia agrária de relações servis, mas contemplada com um comercio de tradição mourIsca em Lisboa, Coimbra, porto, Santarém;
Produtos principais: pescados, sal, azeite, mel;
Possuía uma navegação costeira desenvolvida para a época;
Os marinheiros portugueses ligavam-se ao sul com atividades no MEDITERRÂNEO e ao norte com Flandres, França e Inglaterra;
Possuía prósperas produção naval para suprir as necessidades comerciais bélicas, pesqueiras;
O capital encontrava-se em mãos de banqueiros judaicos;
DURANTE A DINASTIA DE BORGONHA A SUCESSÃO
Desenvolveu-se um grupo de mercadores com interesses diversos dos da nobreza agrária;
Essas diferenças se transformam em revolta durante a QUESTÃO SUCESSÓRIA com a morte do rei d. Fernando em 1383, gerando um grave crise política época em que ocorre o declínio dos feudos por toda a Europa;
Ao morrer o monarca português deixou única herdeira sua filha casada com o rei Castela que deseja anexar Portugal;
Essa pretensão era compartilhada pela maioria da nobreza portuguesa mas encontrava forte resistência do grupo mercantil composto por marinheiros, artesãos e pequenos comerciantes;
Foi com o apoio dessas camadas sociais que o mestre de Avis, filho bastardo de d. Fernando derrotou as tropas de Castela (que haviam cercado Lisboa) e assumi o trono com o título de d. João I;
Inicia-se a dinastia de Avis que permanece no poder até 1580;
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REFERÊNCIAS:
Kupper, AGNALDO; André, Paulo. História crítica do Brasil. São Paulo: FTD, 1998.
MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio 1 ed. São Paulo: moderna, 2005.