PAIS, SIM EM TUDO!
A classe média brasileira não sabe como lidar com os problemas familiares e começa a se questionar seus próprios métodos pedagógicos. Depois que passou uma época extremamente repressiva, que somente proibia comportamentos, presenciamos o inverso: pais que se sentem na obrigação de dizer sim a tudo. Será esta a melhor maneira de desenvolver o senso crítico dos filhos?
O momento mais delicado na formação da personalidade é a adolescência, fase em que barreiras são contestadas, rebeldia dos jovens se manifesta explicitamente e eles passam a cristalizar valores éticos e morais, dando prosseguimento à evolução cultural humana.
Proibir-lhes qualquer espécie de questionamento foi uma maneira cômoda que muitos pais encontraram de não enfrentar essa etapa do desenvolvimento de seus filhos. Passaram a esbravejar ante qualquer opinião ou atitude contrária à sua, sem argumentos convincentes e a exigir obediência.
Adotar a postura contrária, como faz algumas vítimas desse modelo autoritário, também não soluciona o problema. Apesar da extrema liberdade que oferecem aos filhos, os índices de consumo de drogas, criminalidade e agressões familiares não diminuem. Para os jovens dessas famílias não há mais limites a romper, e isso os desorienta, prejudicando sua formação.
Diante dessas duas situações contraditórias, mas de efeitos semelhantes, somos forçados a aceitar um modelo híbrido de educação. Que permita uma boa dose de liberdade, direito fundamental dos seres humanos, mas que imponha a autoridade necessária para forjar a personalidade de nossos filhos.