ROCKSOFIA - A FILOSOFIA DO ROCK

PAULO DIAS GOMES

Professor titular de FENOMENOLOGIA, METAFÍSICA, LÓGICA e HISTÓRIA DA FILOSOFIA da FACULDADE PHÊNIX DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DO BRASIL

INTRODUÇÃO

Em primeiro plano é preciso deixar claro o que é a filosofia.

Diversos autores conceituam e definem a Filosofia a partir de sua formação etimológica, tendo como base a ideia de que a filosofia é uma incessante busca pela sabedoria. Alguns autores negam, portanto, que ela seja uma ciência. Devemos deixar claro que existem várias “filosofias” e várias “ciências” e considerando a interpretação etimológica sem desconsiderar a sua efetivação prática, a filosofia é todo um corpo de conhecimentos que evoluíram na história da humanidade a partir do questionamento e da busca por respostas e soluções, assim sendo, é ciência em seu sentido mais amplo.

Conceituo filosofia como uma ciência, ou seja, um instrumento de interpretação da realidade, pelo qual formulamos teorias, axiomas e paradigmas com base numa hermenêutica subjetiva, teórica e especulativa com interesses próprios que muitas das vezes, sobrepõem-se sobre à ciência, em seu sentido mais objetivo e prático.

Com base nisto, a própria ciência é uma filosofia enquanto teoriza sobre a realidade, buscando suas causas e efeitos, a filosofia.

Por considerar a música como uma das maiores, senão a maior, forma de manifestação cultural de um povo, é preciso uma certa precaução, no que diz às interpretações hermenêuticas.

Para os gregos, um dos conceitos duais sobre a música (Musiké) estava relacionada em primeiro plano a atividade educacional, Platão (+/- 427 – 347 a C.), considerava a Música como a arte mais sublime, pois havia em seu corpo metafísico uma forte conexão espiritual.

A idade média, confirmou esta tese através das músicas sacras e definiu aspectos éticos e morais em suas analogias das histórias de contos de fada.

A idade moderna trouxe-nos uma interpretação naturalista e social, enquanto que a Idade pós-moderna passou a designá-la como fenômeno semiótico adaptado a linguagem e à Estética

Independente destes conceitos emanentistas, transcendentalistas (pragmáticos, funcionais, artísticos e espirituais), a música é uma ciência, por fazer parte de uma forma de expressão cultural, livre de buscar de respostas e soluções, mas é efetivamente capaz de criar paradigmas, de teorizar sobre o mundo, de representar, simbolicamente, nossas concepções fenomenais.

O que se espera da música é que ela nos diga o que queremos ouvir, que nos faça sentir bem com o seu ritmo e melodia, quando isto não acontece para um determinado público, ela é ignorada, porém a sua essência permanece como heranças saudosistas e estereotipo dos conflitos de gerações. Assim sendo dentro da perspectiva hermenêutica, a música encontra-se inserida dentro das estruturas básicas de compreensão: Como Estrutura Horizontal a música é assimilada de forma holística, na estrutura circular retrata de forma testemunhal os aspectos históricos, como estrutura dialogal a música apresenta um juízo de valor idiossincrático e como mediadora, ela é capaz de servir como um elo entre a realidade e o homem através da linguagem.

Este projeto pretende abordar a música dentro destas estruturas hermenêuticas, sem desconsiderar a própria realidade dos compositores, suas tendências culturais, psicológicas, ideológicas e sociais.

Conscientes de que a Música apresenta uma característica multilinguística, o que procuramos aqui não é estabelecer um código de interpretação dogmático e infalível, nem criar analogias falaciosas sobre determinado tema, teoria. Também não há a intenção de ferir conceitos, valores ou criar algo com espírito mercenário e sem responsabilidade moral.

É um trabalho acadêmico que de forma imparcial buscará conciliar as letras das músicas aos contextos históricos culturais, fazendo uso da hermenêutica como principal instrumento mediador dentro da filosofia analítica.

PAULO DIAS GOMES

UMA BREVE HISTÓRIA DO MÚSICA OCIDENTAL

Ganhamos com a música o que perdemos na história

A palavra Rock and roll já denota uma tendência revolucionária. Quando surgiu nos anos 50 nos Estados Unidos foi marcada dentro da estrutura circular. 05 anos após a segunda Guerra Mundial, o mundo estava em reconstrução tanto estrutural quanto administrativa,.

Os valores humanos estavam ultrajados pela destruição física e moral de seus valores. Talvez a palavra Rock’n’roll que significa “rocha que rola”, estivesse relacionada com a queda das Grandes Nações mediante a ganância e corrupções políticas.

O rock and roll nascente serviu de instrumento para amenizar o racismo, tão evidente neste período. Era uma miscigenação de vários elementos musicais. Não continha uma carga explosiva de desobediência civil e sim de aculturação (afro-americana).

“-PAZ E AMOR, BICHO!!!”

A década de 60 costuma ser divida em duas partes; de 1960 a 1965 marcada por crises morais decorrentes de uma sociedade hipócrita e a segunda pela rebeldia idealista por uma liberdade contida pela ação ditatorial da política, pela guerra fria, guerra do Vietnã, movimento Hippye, viagem à lua e por fim as drogas (LSD) surgem como fugas paliativas da realidade . A música foge do romantismo da primeira parte e se rebela na segunda. Grandes personagens Mao TSE-Tung, Gandhi, Brejnev, Kennedy, Nixon, Guevara, Luther King, Caetano Veloso, Brigitte .Bardot, Bob Marley, Bob Dilan, Elis Regina, Geraldo Vandré, Gal Costa, Chico Buarque, Roberto Carlos, Elvis Presley, Beathes, BeeGeess, Pink Floyd, Rolling Stones, surgiram neste palco de tantos acontecimentos que influenciam as letras e os ritmos musicais que se alojaram nos anos seguintes originando-se numa contratura colorida.

Podemos resumir esta alienação dos anos 60 na música de Bob Dilan “Blowin' In The Wind” - “SOPRANDO NO VENTO”

How many roads must a man walk down, Before you call him a man? How many seas must a white dove sail, Before she sleeps in the sand? Yes and how many times must cannonballs fly, Before they're forever banned? The answer, my friend, is blowin' in the wind The answer is blowin' in the wind

(Quantas estradas precisará um homem andar, Antes que possam chamá-lo de um homem? uantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar, Antes que ela possa dormir na areia? Sim e uantas vezes precisará balas de canhão voar, Até serem para sempre abandonadas? A resposta, meu amigo, está soprando no vento, A resposta está soprando no vento)

“SEXO, DROGA E ROCK AND ROLL”

A insatisfação levou a indiferença e ao egocentrismo coletivo deixando algumas heranças para a década de 70. Escândalos políticos, crises econômicas, preocupação ambiental. Movimento Punk. O mundo estava colorido, mas não tinha cor, ou seja, faltava definição, usava-se o estilo hippie, uniforme militar, botas e tamancos, colares e bijuterias, calças e sais de cintura baixa. A música dos anos 70 foram marcadas pelas salas dançantes (discotecas) tudo extravagante, muitas cores. Banda e Pessonagens importantes , ABBA, The Jackson, Scorpions, Led Zepellin, Kiss, Queen , The Police, Eric Clapton, Freddie Mercury, Alice Cooper, David Bowie, John Travolta, Andy Warhol, Farrah Fawcett, Bruce Lee, Paul McCartney, Elton John, Barry Gibb, Robin Gibb, Maurice Gibb, Genesis, The Commodores, John Lennon, não havia essência em muitas nas letras e nem nas músicas, isto tudo, distorceu a música do blues, do rock e deu origem ao Hard rock, Algumas bandas sobreviveram como a dos Rolling Stones,que se adaptou bem às mudanças da década anterior. A liberdade sexual parecia ser a coisa mais importante e foi incentivada com o homossexualismo e uso do ecstasy.

Os Anos 70 pode ser representado por resumida pela refrão da música de Gloria Gaynor: “I Will Survive” – “EU VOU SOBREVIVER”

Oh not I, I will survive, yeah As long as I know how to love I know I'll be alive I've got all my life to live, I've got all my love to give I will survive, I will survive, yeah yeah!

(“Oh não, eu não. Eu vou sobreviver...Enquanto eu souber como amar, eu sei que permanecerei viva. Eu tenho minha vida toda para viver, Eu tenho meu amor todo para entregar.Eu vou sobreviver, Eu vou sobreviver, sim sim!”)

TÁ DOMINADO!!!

A Década de 1980, historicamente, para o século XX, marcou a transição entre a idade industrial e início da idade da informação. Guerras, conflitos armados, na África e nas Américas, evolução tecnológica, Neoliberalismo, AIDS, WINDOWS, CD, sub-cultura gótica, Darks, foram eventos importantes que mudaram a concepção dos estilos musicais anteriores. A música passou a ser eletrônica, clipes musicais, hip hop, New wave, rock de contestação, muitos grupos que foram criados nos anos 70 se consolidaram. Dentre eles, Titãs, Kid Abelha, Barão Vermelho, Legião Urbana, Ultraje a Rigor, 14 bis, Raul Sexias, Engenheiro do Hawai, Capital Inicial, Lionel Richie, David Bowie, Whitney Houston,. Prince, U2, A-Ha, Duran Duran, Supertramp, Michael Jackson, Madona, Cyndi Lauper, Tina Turner. A música no Brasil passou a fazer reflexão sobre a realidade social (pobreza, miséria, corrupção, poluição, guerra, alienação econômica e cultural, etc....).A droga mais usada era o Crack (sub-produto da Cocaína)

Resumimos através da música: “REVOLUÇÕES POR MINUTO” do Grupo RPM

“ Nos chegam gritos da Ilha do Norte. Ensaios pra Dança da Morte Tem disco pirata, Tem vídeo cassete até Agora a China bebe Coca-Cola Aqui na esquina cheiram cola Biodegradante Aromatizante tem.”

“TÔ NEM AÍ”

Os anos 90 foi marcado com grandes transformações em todas as áreas humanas. O grande evento foi a globalização democratizada e patrocinada pela explosão tecnológica da Internet. A prosperidade econômica em alguns setores proporcionou abismos sociais e alguns conflitos armados dissolveram muitos regimes autoritários. No Brasil muitos fatores levaram a queda de um governo corrupto e o estabelecimento de uma nova moeda que passou a predominar até os dias de hoje. Houve avanços consideráveis na tecnologia, surgiu o DVD, novos programas foram lançados no comércio. A ciência desenvolveu estudos avançados na engenharia genética e a questão ambiental passou a ser uma preocupação mundial. O fim do apartheid e a reunificação da Alemanha marcaram este período de eventos desagradáveis relacionados às mortes de vários personagens importantes como J.F.Kennedy, Freddie Mercury, Princesa Daiana e de Madre Tereza de Calcutá. Na música surge o Punk e o Metal sinfônico, grupos novos se popularizaram como o Nirvana e Guns N’ Roses, a música pop consagrou nomes como o Céline Dion, Mariah Carey, Whitney Houston e Backstreet Boys, Shakira, Thalía, Christina Aguilera,e Jessica Simpson,'N Sync e Britney Spears, Os artistas mais bem sucedidos no estilo formam: 2 Brothers on the 4th Floor ; 2 Unlimited; Ace of Base; Alexia; Angelina; ATB; Aqua; BG The Prince of Rap;Black Box; Capitain Hollywood Project; Captain Jack; Cascada; Corona; Culture Beat; Dj BoBo; DJ Company; DJ Miko; Double You; Dr. Alban; E-Rotic; E-type; Fun Factory; Haddaway; [[Ice MC; JK; La Bouche; Le Click; Martha Wash; Maxx; Masterboy; Masterboy; Mr. President; Nevada; Nina; Nicki French; Playahitty; Real McCoy; Randy Bush; Ru Paul ; Scatman John; Snap!; Scooter; Whigfield; U96; Undercover; DJ Mangoo; J&R Project; Toy Box; Moisés Santana & Charles Friend; Tweenty 4 Seven.

Grandes festivais marcaram este período. O Reggae se populariza, e Michael Jackson se consagra como o Rei do Pop e a Madona como Rainha. O rock nacional revela vários nomes, dos mineiros Skank, Jota Quest e Pato Fu, ao mangue beat de Chico Science & Nação Zumbi, passando pelos Raimundos, Mamonas Assassinas e Charlie Brown Jr. No heavy metal, destaque para o Sepultura e para os paulistas do Angra. No hard rock nacional, destacou-se o Dr. Sin e Golpe de Estado. Gêneros brasileiros como o pagode, axé e sertanejo passam a ultrapassar o rock em vendagem no Brasil.Em 1995 a cantora Simone grava o primeiro álbum da história da indústria fonográfica brasileira composto exclusivamente por canções cristãs/natalinas, intitulado 25 de Dezembro. A vendagem, de 1.0 milhão de cópias, ocorreu em apenas um mês e meio. A versão em espanhol vendeu 2.0 milhões de cópias.

A juventude se apega aos mais diversos meios de diversão eletrônica, e as estações de TV se aprimoram com as novas tendências tecnológicas. A globalização traz as novelas e filmes de todos os gêneros, modas, drogas e todos as formas culturais são conhecidas e em grande parte adotadas. O que antes era discriminado passa a ser tolerável. O que antes era proibido, passa a ser liberado.

O mundo está globalizado e confuso. A população dogmatizada no processo de aceleração informal se perde dentro de uma alienação cultural jamais vista pela humanidade.

As músicas falam de tudo e não falam nada. Talvez o que mais se busque é uma atualização (agradar a todos) como instinto de sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo e diversificado.

Podemos dizer que a música PATIENCE “PACIÊNCIA” do grupo Guns N' Roses, surge como um hino para o despertar de uma geração imediatista e oportunista:

“I sit here on the stairs. 'Cause I'd rather be alone. If I can't have you right now I'll wait, dear. Sometimes I get so tense. But I can't speed up the time. But you know, love, there's one more thing to consider.”

(Eu sentei aqui nas escadas. Pois eu prefiro ficar sozinho. Se eu não posso te ter agora, eu esperarei, querida. Às vezes eu fico tão tenso. Mas eu não posso apressar o tempo, E você sabe, amor, existem mais coisas a se considerar.)

FALA SÉRIO!!!

O período que vai de 2000 a 2009 é conhecido como a Década de 2000 foi marcado com preocupação. Primeiro com o bug do milênio que não aconteceu depois os conflitos políticos entre os Estados Unidos da América e o Oriente Médio desencadeados pelos atentados terroristas, a morte do Papa João Paulo II. crises imobiliárias, ditadores são mortos, carrascos nazistas são presos. Conhecida como “Década da Destruição”, foi marcada por queimadas, acidentes e desolação em contraste com a evolução tecnológica: redes de computadores, o fim do disquete, o surgimento do DVD, do Pen-drive, e dos Cartões de memória, Blu-ray, imagens holográficas, e sistemas virtuais em 3D, TV e Rádio pela Internet, GPS, IPOD, Playstation 3até o esporte ganha tecnologia avançada, tudo levou para a popularização das meios tecnológicos, TV a cabo, Web 2.0, Wikipédia, Conservapédia, Google Knol, Youtube, Orkut, Blogs, Fóruns de discussão, Twitter e a construção coletiva do Linux.. A energia solar passou a ser uma alternativa mais confiável. A ideologia Dominante camuflava os conflitos existentes com novos brinquedinhos para a população não entrar em pane. Era a velha ideologia do Pão e Circo.

Surgiram novos astros no espaço, medo de colisões de asteroides, terremotos e erupções vulcânicas, a descoberta de água em marte e do Planeta Gliese 581 c como primeiro planeta extra solar possivelmente habitável.

Não era só a humanidade que estava evoluindo, a Gripe Suína, o SARS e a Gripe Aviária, anunciavam o surgimento de Pandemias do terceiro Milênio.

A Moda ia e voltava, tênis, botas, roupas, cabelos pintados, tribos urbanas, piercing no umbigo e das mini-saias e mini-shorts, êxtase, Viagra, Clark, cocaína, adrenalina, Emos, Geeks , Vamps, etc...

Na música, morre Michael Jackson. Surgem e ressurgem novos estilos dentre eles Hip-Hop, Urban pop e R&B, no Brasil prevalece o Funk, o Axé, o Forró e o MPB.

Muitos grupos e artistas ser revelaram neste periodo dentre eles Mariah Carey, Madonna, Britney Spears, Jay-Z Bruce Springsteen Janet Jackson Usher, Alicia Keys, Jennifer Lopez, Ashanti Kelly Clarkson, Eminem 50 Cent , Beyoncé, Ludacris,Kanye West, Carrie Underwood, Norah Jones,'N Sync, Ne-Yo Avril Lavigne Coldplay, Nelly, Hannah Montana, Metallica, U2.

Se todos os estilos artísticos sofreram inflüências de sua época, a Decáda de 2000 apresentou uma miscigenação musical e ainda sofre de uma falta de originalidade, parece-nos que somente algumas vertentes são conservadas pela integridade de suas raízes folclóricas.

Eis o retrato de uma Década que não sabe prá onde vai, mas isto não importa, o importante é está indo. A letra da música: “OOPS!...I DID I AGAIN” “OOPS!....FIZ ISSO DE NOVO” de Britney Spears, parece-me um retrato revelador desta característica:

“You see my problem is this. I'm dreaming away. Wishing that heroes, they truly exist. I cry, watching the days. Can't you see I'm a feel, in so many ways. But to lose all my senses. That is just so typically me. Baby, oh”

“Você sabe que meu problema é isso. Estou sonhando longe. Desejando que heróis, existam de verdade. Eu choro, vendo os dias. Você não vê que sou uma boba em tantas formas. Mas perder todos meus sentidos. Isto é tão típico em mim. Baby, oh”

Depois desta abordagem histórica, perguntamos: Como podemos fazer uma analogia filosofica de estilos musicais, tendo em vista a relatividade cultural de cada época?

A hermenêutica nos fornece instrumentos para se fazer uma abordagem em 3 dimensões distintas:

A-UNIVERSAL

a.1 – TEMPORAL: Avaliação histórica - Enfoca a dimensão cultural da música baseado nas três sub-dimensões temporais, ou seja, Passado, Presente e Futuro.

a.2 – ESPACIAL: Avaliação Geográfica – Enfoca a dimensão espacial de cada estilo dentro de seu espaço cultural.

a.3 – FORMAL: Avaliação Cultural – Enfoca a dimensão da cultura de cada povo, seus costumes, sua cosmovisão interpretativa dos fatos e acontecimentos.

Por exemplo ao se abordar um determinado Álbum Musical de um autor, é preciso levar em consideração os motivos que o levaram a edição deste Álbum, depois é preciso verificar, detalhadamente, as mensagens contidas nas faixas músicais de seu Disco.

Roberto Carlos e Raul Seixas são exemplos de autores que evoluiram de estilo, adaptando suas produções às evoluções emotivas de seu público-alvo.

As bandas como os Beathes e U2 não mudaram seus estilos, de forma que mantiveram suas ideologias nas letras e ritmos.

A história mostra-nos que os grupos ou autores que não acompanham a evolução cultural de seu público-alvo, dificilmente, prevalecerão no Ápice da pirâmide do sucesso.

Os estilos românticos tendem a durar mais tempo, pois traduzem a eterna raiz da espiritualidade humana, enquanto os estilos rebeldes são provisórios, uma vez que traduzem a ideologia temporal e formal.

Cada grupo ou cada autor tem uma característica própria dentro do mesmo estilo artististico. É o caso das Bandas de Rock na década de 60 , na América do Norte, do Sul e da Europa.

B-INDIVIDUAL

b.1 - PESSOAL Avaliação pessoal. Enfoca as inflüencias externas que interviram ou interferem na produção artística de seus autores.

Neste aspecto trata-se de uma abordagem psicológica, uma análise causal.

As músicas do grupo LEGIÃO URBANA (Brasília, 1982-1996) sofreram as inflüências psicossomáticas de Renato Russo, por várias vezes, o grupo passou de por “sobes e desces”, tendo seu auge nostalgico no período em que a AIDS já se havia acelerado. Os álbuns Equilíbrio Distante e Tempestade retratam a solidão, saudossismos, visão preconceituosa de seua homossexualidade, amor, intolerância e injustiças que o abalaram profundamente e que, interferiram diretamente na composição de todo o disco.

Exemplos como Cazusa, Elvis Plesley, Jane Jopin e outros, nos provam o quanto o aspecto psicológico dos compositores são marcantes nas produções artísticas.

Neste aspecto as músicas se encontram dentro das estruturas dialogal e mediadora, resultado subjetivista da personalidade de seus autores. Dialogal por espelhar as manifestações psicológicas individuais de quem as compõem; e Mediadora, por conciliar através da linguagem diferenciada as mais diversificadas formas de culturas.

PAULO DIAS GOMES

Filósofo, Teólogo e Pedagogo

BIBLIOGRAFIA

• CANDÉ, Roland de (2001). História Universal da música. 2 volumes. São Paulo: Martins Fontes. ISBN 8533615000

• CARPEAUX, Otto Maria (2001). Livro de Ouro da História da música (Edição revisada e ampliada de "Uma nova história da música"). Rio de Janeiro: Ediouro. ISBN 8500008776

• NETTL, Bruno (1956). Music in Primitive Culture. Harvard University Press.

• WELLESZ, Egon, ed. (1957). New Oxford History of Music, Vol. 1: Ancient and Oriental Music.

• WISNIK, José Miguel (1999). O Som e o Sentido. São Paulo: Cia das Letras. ISBN 8571640424

• http://pt.wikipedia.org/wiki/História da música

PAULO DIAS GOMES
Enviado por PAULO DIAS GOMES em 24/11/2010
Reeditado em 25/11/2010
Código do texto: T2634435