Desigualdade X Educação
Para Bourdieu a escola não é neutra reproduz o mesmo que está do lado de fora sendo a mesma lógica das desigualdades sociais, assim, o indivíduo é resultado de uma herança de conhecimentos e convívio social.
Existe a condição que vem da parte externa que é o capital econômico, social e cultural. Desta maneira o sujeito pode herdar tanto o quantitativo quanto qualitativamente, domínios como linguagem da norma culta, o bom gosto e desempenho em determinadas habilidades e competências. Daí determinados resultados decorrente de algumas escolas de bairros periféricos, serem negativos devido à realidade e o convívio sócio econômico que vem das raízes. Assim as classes populares tendem a oferecer um retorno incerto, baixo e em longo prazo como na nossa realidade escolar. Para R.W. Connell o fracasso das crianças pobres ou o conhecimento chegando com certo atraso, não passa do período de desvantagem na área educacional.
Para Paulo Freire em seu livro “Pedagogia do Oprimido” o indivíduo é convidado ao uso de prática da liberdade. Em linguagem direta, os homens humanizam-se trabalhando juntos para fazer do mundo a mediação de consciências que se coexistem em liberdade.
Assim definido com os pensamentos de Bourdieu, R.W. Connell e Paulo Freire, todos defendem a mesma postura relacionada à questão do aluno desprovido de privilégios.
O que se concluiu é que a herança sócio-econômica e cultural na escola é de maneira gritante, enquanto o aluno “rico” toma o refrigerante na latinha e o pobre o espera beber para produzir serviço e obter retorno econômico.
O acesso das classes sociais inferiores ao livro e a uma boa literatura, se restringe muitas vezes às quatro paredes da escola, quando utiliza uma biblioteca. Isso quando a escola a tem.
Já o aluno com mais recursos começa pela estrutura familiar. Têm livros diversos, possibilidade de acesso pelo uso de internet, livrarias e bibliotecas.
Os pais e os filhos que aproveitam as sobras dos abastados não têm tempo nem recursos financeiros para buscar o conhecimento profundo. O cansaço e a falta de recursos não os permitem acesso às literaturas diversas. Talvez esse seja um dos grandes motivos da dificuldade de aprendizagem dos alunos.
16/11/2010