Recebi  esse lixo (sem aspas) de carta pela Net. Com todo o cuidado que a gente tem que ter com o que recebe por  e-mail, decidimos tecer alguns comentários acerca dessa pérola. Infelizmente não nos foi informado o Estado, a idade do missivista, se de escola particular ou pública, se filho de pais separados, etc. Mas estas são questões importantes, mas que não nos impede considerar:

1 – O texto é homofóbico e, como tal, reflete o meio em que o estudante está sendo criado, pois educado ele não demonstra ser, mesmo entendendo que esteja ainda em formação psicossocial.

2 – Reflete, claramente, que o machismo brasileiro continua forte, embora disfarçado feito camaleão, com todo respeito ao bicho.

3 – Explicita o baixo nível da maioria das nossas escolas, embora percebamos que a atitude do professor tenha sido correta, inclusive no zero auferido como nota.

4 – Claro está que a escola não caminha paralelamente com a família. Ou se o faz, alguém está “pegando o trem na curva”, provavelmente o aluno.

5 – Parece que esse “textículo” é reflexo da auto-afirmação de boa parte dos jovens, no afã de expor uma sexualidade que pode mais representar indício de homossexualidade latente.

6 – O texto é uma ode à pobreza franciscana, com todo respeito ao Santo. Recorremos ao Santo, porque só um milagre pode nos ajudar, enquanto educadores, a sanar o preconceito da face da terra, especialmente os jovens brasileiros. Como erradicar é quase impossível, que consigamos um nível de tolerância capaz de garantir uma convivência saudável entre os diferentes.

7 – A finalização com “beijos”, sugere  a intimidade que ele não deve ter com a professora, mas se acha no direito, por conta de ser “macho”.

8 – Arrisco a dizer que esse jovem, certamente, tem no seu vocabulário: “véio”, “de boa”, “relaxe”, “qual é doido?”, “meu irmão...”, “tu é doido”, “baculejo” (tá no texto), “boyzinha”, “tá ligado?”, “velho (pai) e velha (mãe)”. (Você completa com as expressões que conhece)

9 – Perguntar não ofende: quem duvida que esse tipo de aluno não tome drogas, não transe sem camisinha, não deprede o patrimônio da escola, não desrespeite os superiores? Torço, sinceramente pelo contrário, mas fica difícil.

9 – Conheço um caso parecido: um estudante (guardada a devida proporção) de medicina apedrejou um Gay, em pleno campus universitário, orquestrado pelos colegas. Formado, casou-se e teve três filhos: dois rapazes assumidamente gays e uma filha tetraplégica. Castigo? Não creio, pois se assim fosse colocaria a homossexualidade como castigo. Talvez entre neste contexto uma lógica espírita, para quem acredita.

10 – Como educação é um processo, talvez o aluno em questão não tenha culpa. Competirá à escola fazer sua parte em conjunto com a família. Depois, apostando na índole boa do aluno, torcer para que ele se recomponha diante de si mesmo.