EDUCAÇÃO NO BRASIL(IV)

A proposta do Ministério da Educação, através da nova versão do anteprojeto de lei da reforma da educação superior de aumentar de 70% para 75% . Ou seja, 2 R$ bilhões a mais no orçamento da união com os gastos com o ensino superior. É bom lembrar que o referido benefício não vai atender os funcionários inativos , nem os pensionistas. Pelo visto a questão central da educação brasileira não é a falta de recursos, o país gasta mais do que o Japão , a Itália, o Chile, em se tratando do seus respectivos PIB. Conclui-se que o Brasil gasta muito em educação, mas gasta de forma equivocada. Pois, grande parte dessa verba vai para o ensino superior, e que obviamente só vai beneficiar as classes privilegiadas em detrimento da maioria do povo brasileiro que tem uma escola de ensino básico de péssima qualidade. A escola pública encontra-se em estado de abandono. Além dos gastos com a escola pública serem menores do que com o ensino superior, ainda possui um agravante esses recursos são mal administrados. O Brasil deveria utilizar o modelo dos países desenvolvidos, como por exemplo , a Austrália, e cobrar a mensalidade de alunos oriundos dessas classes economicamente favorecidas. E não adianta argumentar que as classes médias e altas pagam mais impostos e que esse fator seria o motivo para esse infame privilégio. A prática mostra que não é bem assim, geralmente o dinheiro desse imposto pago por essa elite volta para a mesma em diferentes formas. A qualidade dos cursos universitários também é algo que deve ser levado em consideração pelo MEC, pois há um corporativismo nas universidades públicas que não possibilita uma melhora na qualidade do ensino e da pesquisa. A avaliação periódica que o MEC faz, na prática, tem mostrado que não surtiu o efeito desejado. O número de profissionais mal formados é uma demonstração nítida de que a universidade pública não está funcionando como deveria, ao menos, na formação dos seus alunos. E, há de se fazer uma crítica sobre a escolha dos dirigentes das universidades públicas, atualmente, feita por funcionários, professores e alunos .Pode-se fazer uma comparação com uma empresa privada em que a eleição seja feita pelos funcionários e consumidores. Seria um absurdo. E há quem defenda esse tipo de comportamento nas universidades públicas brasileiras, com o argumento que o ensino não é uma mercadoria. Porém, vale salientar que as melhores universidades do mundo não possuem esse procedimento “ democrático”. Portanto, se é a sociedade brasileira que financia, através dos impostos, o funcionamento das universidades públicas, ela não deveria abrir mão do direito de escolher esses dirigentes, e não deixar essa tarefa para um pequeno grupo de pessoas: os funcionários, professores e alunos. É imprescindível uma reforma nas universidades públicas brasileiras para que se tenha a garantia de quem estudar naquela instituição educacional, tenha uma boa formação. Os professores devem ser bem avaliados, os pesquisadores premiados, é esse o caminho para que construamos universidades democráticas e eficientes. Nas quais, o povo possa ter acesso , e desenvolver seus talentos e suas potencialidades.

( Inspirado no texto " O problema da educação no Brasil não é falta de recursos , de Eduardo Andrade)

Soleno Rodrigues
Enviado por Soleno Rodrigues em 09/10/2010
Reeditado em 14/10/2010
Código do texto: T2546871