AMOR, segundo Platão.

 

O amor platônico é o mais incompreendido dos conceitos de Platão. Normalmente, as pessoas, que em sua maioria, não conhecem a obra de Platão, creditam o significado de amor platônico ao amor ascético ou assexuado. Na acepção vulgar, é um sentimento lúdico, de idealização sobre o elemento do gênero oposto, onde se abstrai o elemento sexual. Esta definição, contudo, difere da concepção de amor ideal de Platão. 
 
O filósofo grego acreditava na existência de dois mundos: o das idéias, onde tudo seria perfeito e eterno; e o mundo real, finito, imperfeito, mera cópia mal acabada do mundo ideal. Neste contexto, Platão concebera o amor como algo essencialmente puro e desprovido de paixões, visto que essas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas. No ideal platônico, o amor está fundamentado nas virtudes. 
 
Platão descreve o amor como sendo uma loucura que é uma dádiva, fonte das principais bênçãos concedidas ao homem. Neste ideal, o amor sexual aparece como um ato natural, mas com raízes infinitamente mais profundas. Em O Banquete, Platão descreve tal amor com um significando maior que simples impulsos instintivos: é um sentimento genuíno tão amplo e universal que, embora comece como o amor pela forma bela, termina como o amor pela própria beleza. 
 
Por outro lado, o amor platônico, usado pela primeira vez no século XV pelo filósofo Marsilio Ficino, como sinônimo de amor socrático, significa um amor centrado na beleza do caráter e na inteligência, sem importar os atributos físicos. Refere-se ao laço especial de afeto entre dois homens, ao qual Platão exemplificou com o afeto que havia entre Sócrates e seus discípulos homens. Então, o amor platônico passou a ser entendido como um amor à distância, que não se aproxima não se toca, não envolve. 
 
O objeto desse amor é o ser perfeito, detentor de todas as qualidades distinguindo-se dos demais. O amor platônico distancia-se da realidade e, como foge do real, mistura-se com o mundo de sonho e fantasia. É possível fazer uma analogia com uma figura andrógina, metade feminina e outra masculina. Esta fábula tem implicações muito abrangentes na ética de Platão. É uma forma de afirmar que o ser humano não é completo e o amor é a busca do complemento. 
 



Autor: Maurício D'Errico Nieto Rubinano, meu filho caçula, 20 anos
Estudante de Psicologia, 6º semestre

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Maria Luiza D Errico Nieto
Enviado por Maria Luiza D Errico Nieto em 07/10/2010
Reeditado em 15/08/2023
Código do texto: T2543671
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