Educar para a liberdade

O cerne do processo educativo é a verdade. A base onde se edifica o processo é constituída por inteligência e verdade, que é seu objeto. O homem se torna livre tanto quanto conhece. Se conhece mais, é tanto mais livre. "Conhecereis a verdade e ela vos fará livres." (Jo 8, 32) O educando deve se ocupar da pergunta de Pilatos: "Que é a verdade?" (Jo 18, 38) pois o homem, para ser livre, precisa conhecê-la e testemunhá-la. Testemunhar a verdade é testemunhar a própria liberdade.: "Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade." (Jo 18, 37)

Educar conduzindo, como pensou Aristóteles, implica fazer com que o educando seja protagonista da sua educação, logo, a vontade livre do educando deve corresponder à ação consciente do educador que atentará para o fato de que o método é o caminho, não o ponto de chegada! Tem-se, de fato, adestrado muito em vez de educar. O educando (adestrando) não se torna capaz de pensar, de discernir, de avaliar, de julgar... não descobre verdadeiros valores, uma vez que a vontade só é livre se apetece o bem e só pode apetecê-lo se o conhece como tal só podendo discerni-lo do mal se for iluminada pela verdade que por sua vez só é descoberta paulatinamente no processo educativo. Daí se acharem críticos aqueles que repetem frases feitas e também aqueles que pensam que pensar e ser livre é discordar de tudo e todos, ficando escravos da dúvida. Ora, se etimologicamente ‘educar’ sugere tirar de dentro, esse tipo de processo resulta em fechar o educando em si mesmo impedindo-o até de formular questões cruciais a existência humana. Esse tipo desastroso de processo educativo (adestramento) diminui o homem, que é um não acabar de possibilidades que precisam ser atualizadas para que conquiste a sua liberdade interior, para que seja ele mesmo, pois não nasce pronto.