A Alfabetização Escolar: uma realidade ao mundo virtual da criança com as novas tecnologias
A Alfabetização Escolar: uma realidade ao mundo virtual da criança com as novas tecnologias
Autora: Solange Gomes da Fonseca
Nos últimos anos, muito se falou da formação do professor e do quanto nossa sociedade ainda não teria percebido a urgência desta questão do preparo para o exercício competente da tarefa de educar.
O atraso nas disposições práticas que pretendem formar o professor torna-se um problema mais grave quando notamos o mundo atual, pautado numa organização social e cultural pelo reconhecimento da importância de informar e divulgar conhecimento.
O estranho paradoxo que encontramos pelo caminho é o mundo globalizado que precisa difundir suas conquistas tecnológicas, mas não é capaz de solucionar o entrave em que se chegou quando se afirma a urgência de capacitar professores para educar. Dilema que se amplia e agrava quando o país em questão pertence ao chamado mundo dos “paises atrasados”.
Um problema central que encontramos é o avanço da tecnologia em algumas classes sociais, em que algumas crianças já interagem com o computador, mas que em contrapartida na vida cotidiana dos cidadãos e, entre estes, os professores e alunos envolvidos na realidade da escola pública não tem acesso às novas conquistas da tecnologia.
O que causa estranhamento é notar a confecção de livros e material didático a partir de sofisticados softwares de autoria, quando a maior parte desses alunos e professores não possui o seu microcomputador casa e nem em algumas escolas da rede pública.
Hoje, o mundo virtual nos obriga a alfabetizar os alunos com os dedos. Devido à evolução constante da tecnologia que esta impulsionando a educação para novos rumos, enfatizando a utilização de novas ferramentas e propiciando uma evolução no processo de ensino/aprendizagem.
Os avanços da tecnologia são constantes e, hoje um pouco mais acessíveis. Pois, as dificuldades de implementação ocorrem devido ao alto custo, que ainda é determinante. Infelizmente, a tecnologia de hardware e software ideal para este tipo de ensino é dispendioso e somente as grandes instituições de ensino a possuem.
As novas tecnologias permitem a interatividade, a participação, à intervenção, a bidirecionalidade e a multidisciplinaridade. Todavia, para que essa realidade virtual possa acontecer de maneira eficaz para uma alfabetização escolar, os professores e a equipe pedagógica da escola junto com a família e os alunos precisam se comprometer, ampliando a sensorialidade e rompendo com a linearidade e, também com a separação emissor/receptor. Pois, assim, poderemos moldar a educação de forma substancial nesse novo modelo do processo ensino/aprendizagem numa classe de alfabetização escolar e, fazer da sala de aula um espaço diversificado e não de uniformidade, de rotina.
A criação de um ambiente artificial para aprendizagem seria uma forma apropriada para aquisição do conhecimento. A artificialidade ajuda na concentração do conteúdo a ser ensinado, as relações com o exterior conferem veracidade às propostas e geram possibilidades de troca entre o lúdico, o livro didático, a lousa e o computador.
Nesse novo processo de ensino/sprendizagem eliminamos o tradicionalismo , não dando lugar para que na sala de aula haja apenas um espaço físico monótono e repetitivo, com crianças inertes e sob o comando do professor.
A sala de aula interativa seria o ambiente em que o professor interrompe a tradição do falar/ditar, deixando de identificar-se com o contador de histórias, e adota uma postura semelhante a dos designers de software interativo. Ele constrói um conjunto de territórios a serem explorados pelos alunos e disponibiliza co-autoria e múltiplas conexões, permitindo que o aluno também faça por si mesmo. E a educação deixa de ser um produto para se tornar um processo de troca de ações que cria conhecimento e não apenas o reproduz.
A melhor oportunidade pra que ocorra esta mudança esta justamente na capacitação do professor para o uso da tecnologia como instrumento e aprendizagem, onde ele irá atuar como aluno. Não permitindo que o professor transponha conteúdos estáticos para o formato digital substituindo o livro didático pela tela do monitor, e sim criando condições de possibilidades para que o professor possa pensar/repensar a sua visão de mundo com as novas tecnologias oferecidas à criança num processo de alfabetização escolar.
O papel do professor nessas circunstancias é atuar como mediador/condutor, ajudando seus aprendizes a perceber os valores éticos, morais e sociais que as novas tecnologias possibilitam para o desenvolvimento do cidadão.
O uso das tecnologias de informações e comunicações nas instituições escolares, não deixa a desejar, uma vez que o mundo digital invadiu a vida de nossas crianças, colocando-as em igualdade com professores no sentido de ter acesso ao conhecimento, através desse mundo virtual.
Diante de grandes metamorfoses sociais e culturais ocorridas neste século, novos comportamentos começaram a ser exigido, o êxito social e cultural das pessoas passou também a envolver no desempenho escolar.
Os números de pesquisas confirmam o constante crescimento do aceso às novas tecnologias, como mostram os dados do Censo Escolar realizado anualmente pelo Ministério da Educação com informações sobre o número de computadores, bem como as formas de acesso à Internet. Além disso, o levantamento dessas pesquisas aponta caminhos para melhorar as condições de uso dessas máquinas a serviço da aprendizagem dos alunos.
Precisamos mudar o foco de que antes as tecnologias estavam voltadas para a educação, mas nos tempo atuais temos que pensar a educação com tecnologia. E, mesmo que envolvam crianças pequenas, essas não, podem ficar de fora das grandes blocos da sociedade que são: infraestrutura, formação e planejamento educacional.
O texto se propõe a apresentar a questão da inclusão digital de crianças desde a mais tenra idade. Partindo da perspectiva voltada para o desenvolvimento de um processo contínuo e prazeroso no que se refere á construção das habilidades de leitura e escrita dos pequenos alunos, minimizando o problema do mundo virtual no ensino/aprendizagem.
É preciso educar desde cedo as crianças para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dessa aprendizagem. Pois, ao chegarem na escola, as crianças, já estão com os processos fundamentais de aprendizagem desenvolvida de forma significativa. E, assim, essas ferramentas mediadas pelo professor tornar-se mais eficazes na medida que possibilita que o sucesso da aprendizagem escolar efetive.
Nesse contexto é que se faz muito importante valer-se das novas tecnologias para além de incluir a criança nesse novo mundo, que é digital, também possibilitar que essa vá apropriando da linguagem escrita de maneira rica e prazerosa. Rica em diversidade, contidas nos recursos tecnológicos existentes; e prazerosa, pois é através do lúdico que a criança dessa idade aprende.
De acordo com Vygotsky (1998, p. 133), ensinar a escrita nos anos pré-escolares impõe necessariamente que a escrita seja relevante à vida, que as letras se tornem elementos da vida das crianças, da mesma maneira, por exemplo, a fala.
Moran (2001, p. 33-34), diz que os meios de comunicação operam imediatamente com o sensível, o concreto, principalmente a imagem em movimento. Combinam a dimensão espacial com sinestésica, onde o ritmo torna-se cada vez mais alucinante. Ao mesmo tempo utiliza a linguagem conceitual, falada e escrita, mais formalizada e racional.
Com o advento das novas tecnologias, mais propriamente do computador, entendemos que ficou muito mais fácil a questão do letramento, tão importante para a nossa cultura. Através delas, ter acesso a diversos materiais de qualidade e ampla variedade de textos para apoiar a mediação do professor, tornando-se uma prática pedagógica comum, sem deixarmos de lado as formas tradicionais que são utilizadas em sala de aula pelo professor como: a lousa, o giz e a cartilha.
Trabalhar com as tecnologias (novas ou não) de forma interativa nas salas de aula requer: a responsabilidade de aperfeiçoar as compreensões de alunos sobre o mundo natural e cultural em que vivem. Faz-se, indispensável o desenvolvimento contínuo de intercâmbios cumulativos desses alunos com dados e informações sobre o mundo e a história de sua natureza, de sua cultura, posicionando-se e expressando-se, de modo significativo, com os elementos observados, elaborados que serão mais bem avaliados, ao se trabalhar, adequadamente, com essas novas tecnologias.
Os professores precisam sempre estar reciclando seus conhecimentos e Sá depois eles poderão ter a competência para escolher se querem ou não usá-las, se querem ou não praticá-las na educação da alfabetização escolar. Portanto, os professores precisam estar profissionalmente qualificados e, hoje, não se pode falar em qualificação sem assimilação das novas tecnologias. É primordial que os professores se ajustem, deste modo, a diferentes tecnologias de informação e de comunicação.
Por fim, consideramos que, os processos de construção de conhecimento sobre a forma de aprendizagem de alunos e professores são fenômenos que necessitam ser mais estudado por ambos, mas principalmente, pelos professores que devem estar em uma constante busca de conhecimentos, de novas tecnologias.
Acreditamos que o aluno em alfabetização escolar pode sentir dificuldades de leitura, pois ainda não tem autonomia suficiente para traçar seu caminho ao mundo virtual. Após, a construção de uma boa base alfabética, a criança poderá se direcionar para rede, já que não pensamos em desconsiderar a importância da mesma para o ensino/aprendizagem na alfabetização escolar no ambiente virtual.
A Internet é um suporte textual compartilhado socialmente, promove a interação e a troca de informações, podendo-se escrever e ler um texto juntamente com outras pessoas. Sendo assim, não podemos esquecer que estamos na era pós-industrial em que imagens e informações são lidas constantemente. Lemos sons, cores, texturas, palavras e o “novo” leitor também esta aprendendo a lidar com esta realidade.
Partindo dessas expectativas e considerando o perfil da criança que acessa a Internet, estamos diante de um quadro muito diferente, não apenas de leitura, que não se trata mais de um passo a passo, de algo mais fácil para o mais difícil, da ênfase nas imagens até a inclusão de palavras e frases. Mas, sim, de um leitor que tem relacionado imagem e texto muito mais cedo e cada vez menos dependente da leitura individualizada, aquela que se constrói cena por cena, pagina por pagina. Por outro lado, vale observar que virtual é tudo que susceptível de ser real, de se concretizar, mas não se concretiza. No virtual, você vive num mundo do “faz de conta”, daí é que entra o lado tradicional do ensino/aprendizagem, na alfabetização escolar dessas crianças, que não poderá ficar de fora do processo de alfabetização.
Para concluir o texto acrescentamos que o sucesso do uso do computador como uma tecnologia pode favorecer a expansão da inteligência depende da forma como ocorre a relação entre o usuário e as informações contidas nos programas, por ele utilizado. Quanto mais interativa for essa relação, maiores serão as possibilidades de enriquecer as condições de elaboração do saber. Este é um dos principais argumentos para justificar a importância do estudo da interatividade no contexto da inserção dos computadores na educação escola.
A escola de educação infantil e a família devem considerar o recurso tecnológico lúdico como parceiro adicional e utilizá-lo apropriadamente, com supervisão para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança, havendo uma maior conscientização no sentido de desmistificar o papel do “brincar”, que não é apenas um mero passatempo, mas sim um objeto de grande valia na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças com a realidade ao mundo virtual com as novas tecnologias inseridas no processo de alfabetização escolar.