LEI DAS PALMADAS – OU “POUCAS E BOAS DEVAGAR QUE DOAM”.

                          

Está na mídia a "LEI DAS PALMADAS". Ela estabelece punições aos pais que derem as conhecidas PALMADAS em seus filhos. Temo pelo tamanho do Estado que tanto cresce se intrometendo na vida das famílias no geral e dos cidadãos no particular. Temo pela ruma de profissionais que vivem "navegando na maionese", pondo em prática o chamado PSICOLOGISMO. Educar é uma ação permanente que compete à escola e, principalmente, à família. No atual momento, essas conceituadas instituições estão em crise de identidade, como se não estivessem preparadas para enfrentar os chamados TEMPOS MODERNOS. Há escolas cheias de professores sem vocação e muitas famílias construídas em alicerce da areia, não obstante a educação que passou a ser vendida como se vende produtos nos supermercados. Estabeleceu-se, subliminarmente, um jogo de empurra: a escola culpa a família e vice-versa, da mesma forma que a polícia prende e diz que a justiça solta e a justiça solta porque a polícia não soube conduzir o inquérito. Contra a família, pesa o ônus da liberação sexual que tem colocado com muita ênfase as "produções independentes". A mocinha, numa "ficada" engravida, tem seu filho que vai ser criado no hibridismo da família, transferindo a criação para os avôs da criança sem o simbolismo do pai e da mãe biológicos - estes são quem darão o sentido de família.
A falta de limite que tanto tem levado crianças e adolescentes ao crime, à delinqüência, às drogas, tem o beneplácito do PSICOLOGISMO. O seu maior argumento é
"quem educa com palmadas (e seus derivados) está levand
o a criança a reproduzi-las no futuro".  Por que não se raciocina o contrário (?): "crianças educadas na base de palmadas, aprende que não se deve reproduzi-las porque dói", bem na lógica do "NÃO QUERO PARA O OUTRO O QUE NÃO QUERO PRA MIM" (?).
A Lei da Palmada, aí incluído o beliscão, o aperto, o safanão, é o retrato de um país que não dá conta dos menores de rua e se mete na educação das crianças pelos pais. Certamente que a violência não deve ser estimulada em nenhum segmento social. O código penal dispõe de lei pra tudo isto, mas os poderes constituídos não têm  competência para por em prática. Uma lei a mais será mais uma. Precisamos de escolas com propostas pedagógicas sérias; precisamos de famílias em que os pais saibam dar limites aos filhos; precisamos de um estado que nos proporcione saúde, educação e segurança. Se isto não é feito como devia, mesmo diante de tanto imposto pago pelos brasileiros, imaginem essa lei idiota que querem nos impor?
"Poucas e boas devagar que doam" - dizia minha avó quando chegava a nossa casa e via meus pais nos "caceteando". Todos os meus irmãos e eu fomos educados com palmadas, beliscões, puxões de orelha, safanões, etc. Hoje não somos traumatizados, somos bem resolvidos e felizes.
Particularmente não acreditamos nessa educação que “educa” filhos colocando-os para 
P E N S A R!  A criança é formação pura nessa fase. – Que tipo de pensamento ela vai elaborar dentro de um quarto PENSANDO? Como não sou pai, nem pretendo, prefiro não adentrar nesse mérito. Mas como educador, filho, tio, professor, não temos dúvidas: o diálogo é maravilhoso, as palmadas têm efeito imediato, a permissividade dá emprego à polícia.
Quando a polícia prende não manda PENSAR!
Minha tendência é mais na linha do "poucas e boas devagar que doam". Conhecemos um caso interessante: uma criança por várias vezes tentou colocar o dedinho numa tomada elétrica. Sua mãe conversou, conversou, explicou sobr
e choque, repetidamente. Um belo dia a mãe percebeu que seu filho não chegava perto da tomada que tanto "gostava". Foi quando a tia da criança falou que no dia que estava tomando conta do sobrinho, ele foi direto botar o dedinho lá, mas ela deu uma tapinha em sua mão e pronto. Se a mãe ainda continuou explicando não sabemos.
Como nada existe sem os dois lados, o lado bom dessa lei é o debate que tem provocado. Diante dessa proposta, muitos agora estão raciocinando sobre a educação como um todo. Talvez cheguem à conclusão de que, dependendo da trela, da idade da criança, das suas condições gerais, umas boas palmadas sejam as mais indicadas. Não se pode confundir palmadas com a violência nos moldes da Procuradora Federal. Ainda bem que a justiça se fez condenando-a a oito anos de cadeia.

Talvez o governo chegue à conclusão de que seu papel é outro e que, por se incomodar com o que não deve, tem contribuído para a violência generalizada que tomou conta da nação.

Finalizo citando Arthur da Távola: "Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz".