A INFLUÊNCIA DA MÍDIA
                    NA ALIENAÇÃO DA JUVENTUDE



           Neste mês de julho , voltei a dar aulas no Ensino Médio aqui na cidade onde moro, Alfredo Wagner , Santa Catarina. 
          Nosso Colégio é o maior estabelecimento de ensino público do Alto Vale do Itajaí em número de alunos, ministro aulas para 12 turmas de Filosofia , cerca de 350 alunos de 14 a 18 anos, faixa etária mais influenciável pela mídia.      
          Com essa amostra pude perceber o alto grau de contaminação do capitalismo selvagem, onde o ter se sobrepõe ao ser em grande vantagem. As aparências, o modelo de beleza, massificam as relações.
         Onde o que dita as regras é o que aparece na TV, nos sites, nos outdoors, revistas de fofocas, onde tudo parece perfeito, onde as pessoas não envelhecem, não existe pobreza e as dificuldades são apenas conseguir datas na agenda para festa e eventos. 
         Acredito que a realidade pode ser modificada, mas ações de Políticas Públicas e Humanização da Educação, que por imposição governamental,  hoje funciona como uma empresa produtora de diplomas, onde números de aprovação, quantidade de conteúdos, sem a devida compreensão do educando para sua utilidade prática de tais temas e cálculos geram insatisfação e frustração, diminuindo o interesse pelo estudo.
          São fornecidos equipamentos, material didático, até de boa qualidade, mas sem a devida preparação das pessoas para aplicar tais recursos e alunos dispostos a receberem estes produtos, a maioria quer as coisas prontas, mastigadas, quanto menos esforço melhor.
         Além disso, os pais ocupados com suas tarefas profissionais e agitação do mundo moderno, jogam para a Escola o dever de dar Educação para seus filhos, o que não é dever da Escola que seria responsável em fornecer Conhecimento, aliado a educação trazida de lares bem estruturados e pais comprometidos com a formação intelectual e moral de seu filhos, apareceria uma nova geração de indivíduos capazes e cientes de seu papel na Sociedade.
          Mas, não podemos viver a utopia da mudança imediata, pequenas ações individuais de nós, professores, dos pais e principalmente de cada individuo que compõe esta população estudantil, onde cada um modificaria seu mundo.
          Esquecendo a mídia geradora da alienação, tendo a capacidade de criar seus próprios valores, deixando os modelos propostos por esta sociedade de consumo em segundo plano, priorizando as coisas que realmente tem valor, a meu ver, a família, os amigos, respeitando as individualidades e a liberdade de cada ser, com suas deficiências e qualidades.
        Onde conversas entre vizinhos e amigos sejam acompanhadas de olhares , gestos e reações espontâneas, nada de carinhas, ou ícones e frases prontas de MSN , Twitter, Orkut e e-mails.
        Não que devemos abandonar estes meios tão importantes de comunicação, mas usar sim como uma forma de maior interação social, o que hoje as vezes é a única forma de participação dos jovens em grupos sociais, iguais astronautas em uma estação não espacial, mas numa estação de isolamento físico de um mundo tecnificado.
Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 10/07/2010
Reeditado em 22/02/2014
Código do texto: T2369301
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