Emoção e Práticas Pedagógicas na Educação de Jovens e Adultos(EJA)
Há décadas que se buscam métodos e práticas adequadas ao aprendizado de jovens e adultos. Por isso, a alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo próprio analfabeto, somente ajustado pelo educador. Esta é a razão pela qual procuramos um método que fosse capaz de fazer os alunos de EJA a sentirem maior emoção no seu aprendizado.
Por essa razão, não acreditamos nas cartilhas que fazem uma montagem como doação sinalizada e que reduzem o analfabeto mais à condição de objeto de alfabetização do que de sujeito do seu próprio processo de aprendizagem.
E, ao acontecer esse processo de aprendizagem, a emoção do aluno de EJA passa a ter uma experiencia afetiva que aparece na sua vida de maneira brusca e que é desencadeada por um objeto ou situação excitante, que provoca muitas reações motoras e glandulares, além de alterar o estado afetivo.
Paulo Freire, sempre esteve convencido da capacidade inata dessas pessoas, pois já fizera experiencias nos dominios visual e auditivo, enquanto elas aprendiam a ler e escrever. Contudo, ainda assim, faltava o estímulo para evocar o interesse pelas palavras e sílabas em pessoas analfabetas. Faltava a "consciência" dos termos individuais.
A experiência mostra que não é suficiente começar com uma discussão intensa da realidade. Analfabetos são fortemente influenciados por suas falhas na escola e em outros ambientes de aprendizagem. A fim de reduzir esses obstáculos e provocar um impluso motivador, as práticas pedagógicas necessitam reconhecer e aproveitar as habilidades desses indivíduos em seus ambientes particulares. Pois, sabemos que a emoção é um estado mental e fisiológico associada a uma ampla variedade de sentimentos, pensamentos e comportamentos. Trata-se, portanto, de um primeiro fator determinante do sentimento de bem-estar subjetivo desses alunos, que vai desempenhar um papel central em suas atividades humanas.
As pesoas se comportam de certo modo como um resultado direto de seus estados emocionais, como chorando, lutando, rindo e gritando. Ainda assim, se podem ter a emoção sem o correspondente comportamento, então nós podemos considerar que a emoção sentida por esses alunos de EJA ao despertarem para o mundo do letramento, não, é apenas o seu comportamento e muito menos que o comportamento não é a parte essencial da emoção. Há, também a cognição, onde a emoção cognitiva é aquela que sentem e sabem definir o porque de senti-la. Um bom exemplo é quando esses alunos de EJA começam a escrever e a soletrar as primeiras letras do seu nome. Provavelmente, suas emoções se tornam, menos se não soubessem , ainda a escrever e a ler as primeiras letras do alfabeto.
Sendo a avaliação cognitiva importante, pois através dela podemos aprender a controlar uma determinada emoção.
Precisamos entender que a razão não sobrevive sem a emoção, e a emoção, por sua vez, precisa da razão para viver as práticas pedagógicas que são oferecidas no contexto da sala de aula.
O texto norteia a identificação, descrição e analise das dimensões afetivas na mediação pedagógica em sala de aula, durante o desenvolvimento das atividades educacionais, dando ênfase nas relações que se estabelecem na mediação do profesor entre alunos e os objetos de conhecimento.
As dimensões emocionais que são sentidas por esses alunos ao descobrirem seu aprendizado, não podem mais ser ignoradas pelas demandas educacionais e devem ser repensadas, pelos professores, no seu planejamento educacional, consistindo no diferencial que pode transformar a experiencia de aprender em uma interação de sucesso ou de fracasso.
O texto construído é relevante ao aspecto emocional e as práticas pedagógicas que vivenciam os alunos de EJA e, me faz pensar se por um lado existem os que ainda acreditam na educação como forma de diminuir a exclusão, por outro lado penso como devemos trabalhar com todos aqueles que estão incluídos na escola, mas que perderam o interesse em aprender, não por falta de bons professores, mas influenciados por uma cultura onde aprender leva a diploma e não necessariamente a conhecimento.
É importante o entendimento e as melhorias nas práticas pedagógicas, de que a natureza de visibilidade das emoções apresentadas por esses alunos seja instrumento valioso para que os educadores possam "ler", nas manifestações dos alunos de EJA, o que esta acontecendo com eles no ato de aprender.
A partir desse conhecimento é que as relações afetivas tornam um cenário de importancia, pois será através dela que a vinculação com o ato de aprender, em meio a diversidade, pode viabilizar as aprendizagens necessarias para que os aprendizes façam boas escolhas nesses tempos de incertezas e diferenças.
O fato de se conhecer os sentimentos que são expressos pelas emoções nos auxiliam na busca de situações que ajudem a melhorar, a aprendizagem dos alunos de EJA, como parte da humanidade e de um sistema muito maior.
Considerando que as emoções são contagiosas, e até epidemicas, encerro o texto desejando que tanto os professores e alunos se sentissem mais emocionados para a tarefa do educar/aprender.