A Nova Escola e o Papel do Professor
Hoje nossas escolas ainda estão preocupadas em formar técnicos, mas para atender às novas exigências, o sistema educacional deverá ser reformulado, pois segundo Drucker, nenhuma outra instituição enfrenta desafios tão radicais quanto aqueles que irão transformar a escola.
Para o Brasil o desafio é grande. Precisa empenhar-se muito na tarefa de melhorar a qualidade da educação para formar o profissional do futuro, pois ainda muitos jovens não têm acesso à escola, apesar dos esforços governamentais. Uma boa parcela da população economicamente ativa do país é formada por analfabetos e submete-se a subempregos.
Temos que fazer uma verdadeira revolução educacional se quisermos produzir mais e melhor e gerar empregos em quantidade e qualidade.
Para Domenico De Masi, no futuro, será impossível distinguir estudo e trabalho de tempo livre, por causa das próprias atividades desse futuro. O século XXI será dominado pelos países que souberem gerenciar o tempo livre. Aí a necessidade de se educar para o tempo livre. Acredita que o Brasil pode ser um símbolo da nova sociedade do futuro, com uma sociedade baseada no tempo livre e não no tempo de trabalho. O silêncio, o espaço, a autonomia, a segurança social e a criatividade serão, segundo ele, o grande luxo do século XXI.
Assim, a responsabilidade da educação para o novo século deve ser dividida entre a escola e a sociedade. Ambas trabalhando para prover uma educação universal, com visão holística do homem, onde a motivação para o aprendizado deve ser constante, pois a aprendizagem permanente é uma exigência para qualquer trabalhador.
Não cabe mais no nosso mundo a escola que apenas informa, transmite fórmulas e regras. A escola que necessitamos incentiva seus alunos à pesquisa, análise e descobertas. É a escola que respeita a individualidade e cultiva o respeito, a solidariedade, a compaixão, o amor. Que permite a criatividade, idéias e ideais, sonhos e coragem de realizá-los.
Antigamente, o professor ensinava quando transmitia a informação ao aluno e este a memorizava. Hoje, o aluno aprende a construir o conhecimento interagindo no mundo dos objetos e das pessoas. Aprende a ter autoconfiança e competência para obter êxito na sociedade.
Os computadores, já presentes em muitas escolas, facilitam a transmissão de informação e, como afirma Drucker, a tecnologia será um auxílio para o professor, pois o liberará do ensino rotineiro, do ensino corretivo, do ensino repetitivo. Fará o acompanhamento da aprendizagem, sanando os pontos fracos. Assim, o professor terá mais tempo para identificar e focalizar os pontos fortes dos estudantes .
O papel do professor será de facilitador e coordenador. Acreditamos, insubstituível, pois a ele cabe trabalhar com os diversos modos de sentir e pensar o mundo pelos indivíduos e canalizar essa diversidade para as realizações, uma vez que, conforme Fonseca,
"A aprendizagem humana não se explica ou esgota apenas pela integridade dos genes e dos cromossomas, nem se limita a uma pura exposição direta a objetos, acontecimentos, atitudes e situações, mas emerge de uma relação indivíduo-meio que é mediatizada por outro indivíduo mais experiente, cujas práticas e crenças culturais são transmitidas às gerações futuras, promovendo nelas zonas mais amplas de desenvolvimento cognitivo, critico e criativo."
O aprendizado será vitalício e as escolas deverão estar abertas para atender a todas as faixas etárias. “Quanto maior a escolaridade da pessoa, mais ela precisará de estudo adicional”. Terá que se criar oportunidades para que os adultos possam ter uma educação continuada.
A escola terá a tarefa de fazer o homem voltar para si, para um conhecimento mais profundo da sua vida e de seu papel no mundo. Terá que ensinar a aprender.
Seremos eternos estudantes.
Regina Roppa Evilásio
(Trecho da Monografia: O Tempo Livre e as Novas Formas de Trabalho do século XXI, apresentada para conclusão do curso Tecnologia em Automação de Escritórios e Secretariado – FATEC/2000.)