Educando com amor

Prólogo:

"Um dia desses lemos em um adesivo colado no vidro traseiro de um veículo a seguinte advertência: "minha educação depende da tua"!

Ficamos a imaginar qual seria o conceito de educação para quem pensa dessa forma. Ora, se nossa educação dependesse dos outros, certamente seria tão instável quanto a quantidade de pessoas com as quais nos relacionamos.

Ademais, se assim fosse, não formaríamos jamais o nosso caráter. Seríamos apenas o resultado do comportamento de terceiros. Refletiríamos como se fôssemos um espelho, às vezes limpo, quase sempre sujo.

A educação é a arte de formar caracteres, e por conseguinte, é o conjunto de hábitos adquiridos. Assim sendo, como fica a nossa educação se refletir tão somente o comportamento dos outros como uma reação apenas?

O verdadeiro caráter é forjado na luta, na luta por dominar as más tendências, por não revidar uma ofensa, por retribuir o mal com o bem...". (Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada).

“A educação tem que surpreender, cativar, conquistar os estudantes a todo momento. A educação precisa encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades e realizar novos conhecimentos e práticas. O conhecimento se constrói a partir de constantes desafios, de atividades significativas, que excitem a curiosidade, a imaginação e a criatividade .” (José Manuel Moran).

Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade.

Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes.

A prática educativa formal - que ocorre nos espaços escolarizados,quer sejam da Educação Infantil à Pós-Graduação - se dá de forma intencional e com objetivos determinados, como no caso das escolas. No caso específico da educação formal exercida na escola, pode ser definida como Educação Escolar.

Quando nos deparamos com a educação exercida para a utilização dos recursos técnicos e tecnológicos e dos instrumentos e ferramentas de uma determinada comunidade, dá-se o nome de Educação Tecnológica.

Excelente e pragmática lição, modo de educar, aconteceu em um supermercado da Zona Norte do Rio de Janeiro. A jovem mãe, depois vim a saber, chamava-se Fabianne, funcionária de uma das lojas da Kopenhagen, tinha 28 anos, formação acadêmica (Nutricionista pós-graduada), era uma morena linda de pele aveludada e o menino, 2 anos, saudável, inteligente, traquina igual a toda criança com essa idade. Ele se mostrava birrento, teimoso e violento. Ela, forte, complacente, serena e irredutível.

O local era uma prateleira recheada de chocolates finos e caros. O menino parecia estar possesso, uma fera indomável. Queria, porque queria cinco barras de chocolates. Ela, firme, aspergindo perfume envolvente, dizia que ele poderia levar apenas uma barra daquela iguaria.

Foi uma aula de sublime maternidade ou fraterna indulgência. O menino gritava, chorava tão forte e descontrolado que parecia estar sendo agredido com extremada violência.

Batia os pés, assanhava os cabelos, rolava no chão, ameaçava derrubar a prateleira toda. Debalde. Tudo inútil. A linda mamãe, com rosto de adolescente e corpo de menina-mulher, não se deixou impregnar pela irascibilidade infantil. Ela mesma, durante a infância, aprendera com sua mamãe Fátima os limites de sua conduta.

Sem usar de violência física ou erguer a voz, a mãe o obrigava a escolher. Irredutível, ela dizia ao menino que se chamava Pedro Henrique: "ou leva uma só ou não leva nenhuma. Vai ter de escolher querido...”.

A voz não era de quem tem raiva. Era de quem guarda a certeza do que está fazendo. Mais ou menos 15 espectadores observavam o acontecimento, aglomerando-se no corredor do supermercado.

Foram quase oito minutos dolorosos, no final dos quais o pequeno irreverente PH aceitou sua derrota. Os gritos e os pontapés foram diminuindo. Por fim, ele parou com a manha (má-criação), aceitou a mão da mãe zelosa e saiu saltitando do supermercado com sua única barra de chocolate.

O resto ficou lá, na prateleira. Perdeu o supermercado. Venceu a mãe. Venceu a tolerância, o amor, a firmeza, a excelsa educação.

Por isso mesmo, são dignos de aplauso os casais que educam seus filhos para não consumir demais, a ter limites, a fazer escolhas, a crescer, a amadurecer, a respeitar e considerar os pais, os avós, e mais experientes (idosos).

Os espíritos que habitam os corpos dos nossos filhos vêm coabitar conosco para que os ajudemos a vencer os seus defeitos e os preparemos para os deveres da vida material.

Estudemos, desde o berço, as tendências que a criança trouxe das suas existências anteriores. Apliquemo-nos a desenvolver as virtudes e aniquilar os vícios danosos.

Que não nos detenham a fadiga, nem o excesso de trabalho, as interpretações extensivas do que falamos ou escrevemos de forma clara, o excesso ou falta de recursos, as frustrações com os valores morais e a lealdade em decadência, o apego à matéria, os maus exemplos, a cupidez, a desídia ou a incúria.

Auxiliemos a transformação social. Transformemos a face do mundo, pelo caminho do amor, do respeito, da educação. Façamos como nos ensina Joanna de Angelis quando disse:

“O AMOR é substancia criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina. É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte. Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia...”.