O diálogo como fomento construtivo da autoria de pensamento.
Prof. João Beauclair
joaobeauclair@yahoo.com.br
www.profjoaobeauclair.net 
 
Desafios ao inscrever-se, desafios ao escrever: algo sobre um percurso.
 
Como sujeitos que atuamos em Educação, somos desafiados constantemente a (re)inventar sentidos: da Espera, buscamos educar na esperança; da Interdisciplinaridade, nos propomos ao pensar metodologias ativas que sejam facilitadoras dos processos de promoção e desenvolvimento humano; e, com o campo do conhecimento da Psicopedagogia, nos propomos a pensar o sujeito humano como um sujeito aprendente porque tal sujeito é um sujeito desejante.
Aprender, ensinar e acreditar na autoria de pensamento é uma proposição dialógica de pesquisa que objetiva demonstrar alguns movimentos que podem contribuir para a formação do sujeito autor, dando destaque aos processos ensinantes vivenciados por profissionais de educação que pesquisam sua própria prática pedagógica, educacional e psicopedagógica.
            Trabalhar e pesquisar este tema é importante pelo fato de que, ao longo de toda a trajetória sobre pesquisas interdisciplinares em nosso país, ainda observa-se um interessante espaço de construção metodológica que pode favorecer a construção de subjetividades e, com isso, auxiliar novas tessituras de histórias de vida.
            Assim, é possível validar as singularidades da linguagem e ampliar as possibilidades da (re)descoberta de talentos, com o estímulo ao uso das leituras nas entrelinhas, leituras estas alinhavadas com o cuidado da busca de significados e sentidos onde seja provável aliar ética, estética e crítica.
            Além disso, é no desejo de seguir legitimando movimentos de autoria que possam respeitar o tempo e o espaço de cada um, que venho me propondo processos contínuos de permanente busca de autonomia, de estilo, de modos próprios de ser e estar atuando em Educação, numa perspectiva interdisciplinar e psicopedagógica.
           
MOP Metodologia de Oficinas Psicossocioeducativas: um modus operanti de atuar na formação de educadores e psicopedagogos.
 
A partir do diálogo com diferentes autores, a idéia de aprofundar e sistematizar este estudo surgiu do interesse em ampliar as perspectivas de uma metodologia intitulada MOP Metodologia de Oficinas Psicossocioeducativas (BEAUCLAIR, 2009), que, ao longo dos últimos anos, tem se constituído como um modus operanti de atuar na formação de educadores e psicopedagogos, com experiências práticas em diferentes Estados brasileiros e em alguns outros países, como Portugal e Espanha, por exemplo.
            Com a MOP busca-se organizar novos instrumentais com um dinamismo mais psicopedagógico, favorável ao desenvolvimento de um estilo de ensinar e aprender, de uma modalidade de “fazer e aprender o saber fazer”.
            Os quatro princípios interdisciplinares propostos por Ivani Fazenda (2001) espera, humildade, respeito e desapego conduzem tal metodologia e, na interlocução com o conceito de autoria de pensamento proposto por Alicia Fernández (2001), fomentam em mim o desejo de continuar a produzir investigações sobre o uso das metáforas no campo educacional e psicopedagógico, a partir de tais princípios.
            Já proposto em cursos de formação continuada e de especialização em Educação e Psicopedagogia o trabalho com as metáforas fio, rede, equilibrista e olhar, (numa perspectiva dinâmica de intervenção psicossocioeducativa, fazendo uso de diferentes linguagens na constituição da MOP Metodologia: Metodologia de Oficinas Psicossocioeducativas, visa a (des)construção e a (re)construção de novos significados e sentidos à prática educativa.
            Diante disso, o desejo é compartilhar as possibilidades de continuidade de reflexão tratando tais questões, principalmente focando no uso de diferentes linguagens para elaborar, analisar e descrever as próprias vivências com este tema.
            Tomando como base o meu próprio percurso e trajetória de vida em Educação e Psicopedagogia, a principal questão é perceber de que modos a autoria de pensamento e seus substratos epistemológicos e interdisciplinares podem favorecer a ampliação e o surgimento de novos processos de percepção sobre as possibilidades e potencialidades da aprendizagem em nosso tempo presente.
 
BIBLIOGRAFIA:
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