AUTO-ESTIMA: moldura do retrato dos alunos de Educaçao de Jovens e Adultos(EJA).
Auto-estima é o conjunto de crenças e atitudes que voce tem em relaçao a si mesmo e ao pensamento do outro, com relaçao às suas capacidades. Poderiamos dizer que a auto-estima é ter amor proprio, é se gostar, é ser positivo em relaçao aos acontecimentos da vida, por piores que pareçam.
Ter auto-estima é ter autoconfiança, é ser feliz, ter auto-respeito, ser seguro. É gostasr do mundo. Todavia, todos estes conceitos de auto-estima nao sao aplicados aos alunos de EJA, pois vivem numa sociedade que os faz desacreditar da sua propria capacidade cognitiva e seu amor proprio esta comprometido com toda sua trajetoria de vida e por sua consciencia no seu valor pessoal; cabendo ao educador desses alunos o grande desafio de encontrar meios de fazer todos eles acreditarem em si mesmo.
O que nao, podemos nunca é esquecer , que o homem é um ser em constante movimentaçao, adaptaçao, evoluçao e busca , incessantemente, novas descobertas e acaba por se desafiar na busca do que acredita ser ideal , podendo incluir a familia ideal, a situaçao economica ideal, a sociedade ideal e, incluindo nesta , a busca por uma educaçao ideal oferecida à todos pelas leis educacionais do país.
O que os educadores de EJA necessitam é ter mais consciencia de que a educaçao ideal para todos os individuos contribuira na formaçao de uma sociedade mais humanizada e competente, mas o que nos desparamos nessa modalidade de ensino sao com situaçoes assustadoras que ocorrem no processo educativo, sistemico e assistemico de nossos jovens e adultos, que ja trazem consigo uma imagem destruida e sacrificada por sua condiçao socioeconomica ao longo de toda sua vida.
É papel do educador amenizar e permitir a esse grupo de alunos mais confiança, adquirindo sua auto-estima e, assim trabalhando com a formaçao de seres humanos na gestao de pessoas. O que precisamos é estar atentos a tudo que ocorre ao seu redor, administrando profissionalmente estes alunos de EJA para enfrentarem as novas situaçoes no seu cotidiano.
Sao muitos os desafios a serem enfrentados num ambiente escolar de alunos jovens e adultos, principalmente no que diz respeito ao amor proprio desses individuos, que perderam sua auto-estima, mediante as dificuldades que a vida os conduziu. Por este motivo, o processo de formaçao pela qual o profissional da educaçao passa requerer é qualidade e comprometimento de todos os envolvidos. E, os professores engajados nesse ensino devem conhecer as dificuldades e os desafios diarios de um ambiente escolar alfabetizador de jovens e adultos, atuando numa pedagogia transformadora e nao reprodutora.
A auto-estima, um assunto de que muito se fala dos alunos de EJA, mas sobre o qual , atualmente, pouco ou quase nada se escreve parece ter sido relegado aos manuais de auto-ajuda que se difundiram espantosamente no final do seculo passado.
Na tentativa de resgatar a auto-estima desses alunos jovens e adultos, que a cada dia, como presenciamos muitas vezes em nossa vivencia na instituiçao escolar esta indefesa e abalada, sendo confundida com as de uma ciencia moderna que esta sendo construida, como uma das valiosas conquistas da humanidade.
Para os alunos de EJA, sua auto-estima é frequentemente, relacionada ao bem-estar fisico e mental, na grande maioria das vezes, reflete-se nas suas condiçoes fisicas, a aparencia e em muitads evidencias comportamentais no seu dia-a-dia. Essa auto-estima é considerada como uma expressao da relaçao univoca entre a mente e o corpo, o que significa uma unidade dividida, apenas sob o ponto de vista humano.
Tratar da auto-estima dos alunos de EJA, torna-se uma necessidade urgente, especialmente para os que trabalham em instituiçoes escolares, onde o corpo e a mente desses individuos sofrem com o descaso e o despreparo dos profissionais, que nao recebem uma formaçao continuada para lidar com esses alunos em suas praticas pedagogicas.
A importancia da afetividade na EJA modifica o convivio diario e serve como elemento facilitador de aprendizagem. A relaçao de confiança entre os alunos e destes com os professores é fundamental, pois proporciona o desembaraço, a criatividade, o enfrentamento dos novos desafios. Porem, o que devemos ter em mente é que esses laços nao podem ser estabelecidos de maneira forçada ou obrigatoria e, sim de forma espontanea.
A interaçao em sala de aula é um dos principais papeis dos educadores, a fim de proporcionar momentos e dinamicas que sao ampliadas de saberes e que as historias de vida sejam consideradas e os vinculos se criem por afinidade e empatia, por encanto e confiança entre os alunos e os professores.
Sendo, obvio que toda relaçao ou vinculo, seja de amizade ou profissional, deve ser construida atraves do respeito às individualidades e vivencias trazidas por cada um.
O afeto, o saber ouvir, o aprender com o aluno, muitas vezes sao mais importantes que algumas formalidades estabelecidas nas praticas escolares; evitando o rebaixamento da auto-estima que se expressa por sentimentos de desvalia, de vergonha, de inadequaçao e, por assim dizer, por uma sensaçao constante de inferioridade, que é a "moldura" cruel do retrato desses alunos. Afinal de contas, a sensaçao de sentimentos prazerosos de nos mesmos nao pode ser algo delegado a um segundo plano, ou a uma ilusao apenas de superficie, ja que so temos uma unica vida e vive-la bem e em sua plenitude é o que nos resta, e o que esses alunos jovens e adultos, que ja foram tao prejudicados pelo seu meio socioeconomico esperam das politicas pedagogicas de nossos orgaos governamentais é uma implementaçao pedagogica nas escolas, com a participaçao do diretor, equipe pedagogica e professores para o auxilio no acompanhemento, desenvolvimento, programaçao das atividades e a necessidade de praticas educativas mais afetivas por parte dos professores desta modalidade de ensino.
Embora, esses alunos tragam consigo uma vasta bagagem de conhecimentos adquiridos como experiencia de vida, ao busca a escola procuram obter a educaçao formal que garanta oportunidades de emprego.
Um sentimento frequentemente associado ao universo de EJA é a baixa auto-estima, resultante das situaçoes de fracassos vivenciadas, como exclusao social e repetencia escolar. Outro sentimento é a vergonha de sua condiçao de iletrado, pois a falta de leitura e escrita prejudica a qualidade de vida desses alunos dificultando as oportunidades no mundo do trabalho.
Para tanto, apontamos a importancia da relaçao professor/aluno, que deve agir como mediador das relaçoes afetivas, que nao podem ser ignoradas e precisam ser levadas em conta no planejamento das atividades escolares, pois as decisoes assumidas pelo professor é o divisor de aguas entre o sucesso e o fracasso na experiencia da aprendizagem e na elevaçao da auto-estima desses alunos.
O aluno de EJA quer ser visto como um individuo com possibilidades de mudanças e potencial para atuar numa sociedade e, nao apenas como uma pessoa que retorna aos bancos escolares em busca do "tempo perdido" na sua infancia.
A "moldura"do retrato dos alunos de EJA é exposta pela auto-estima, onde mesmo sendo alunos adultos , o professor pode ser o exemplo de vida para eles, atraves do incentivo na realizaçao das atividades mostrando o quanto sao capazes , nao importando a diferença de idade que esta presente entre eles.
Para finalizar, concluimos que a auto-estima influi consideravelmente, no rendimento escolar dos alunos e, que atraves dela poderao sentir mais prazer na realizaçao das atividades, tornando-se possivel ao aluno adulto se permitir uma expressao de afeto desenvolvendo relaçao de confiança com seu grupo e permitindo a si mesmo e a sociedade uma moldura perfeita no seu retrato de alunos jovens e adultos.