QUAL O PREÇO PELA INDIFERENÇA
Fico abismado quando vejo as pessoas desperdiçarem tanto seu tempo nas faculdades.
Estuda-se uma vida inteira para este momento onde se formará como “profissional".
O que estamos vendo dentro das faculdades, com relação aos estudantes, é um nivelamento por baixo nos estudos, não nas notas, porque estas acabam sendo camufladas por colas e também por trabalhos medíocres e complementares dados pela maioria dos "professores" que estão mais preocupados com a avaliação semestral que terão dos alunos do que propriamente com o ensino e com a formação destes futuros profissionais.
Tem aluno que chega à faculdade e não sabe nem o mínimo de um programa básico que é o Excel e este é preciso em quase todas as profissões, desta forma os professores não conseguem desenvolver analises profundas em determinadas matérias porque os alunos simplesmente não conseguem visualizar e desenvolver esta ferramenta básica, o Excel. Fiquei sabendo que na minha cidade, semana passada, tinha uma vaga para psicóloga com remuneração de R$12.000,00 por mês, necessitava conhecer muito bem o Excell, apareceram currículos maravilhosos, mas nenhum que sabia o programa, a vaga foi preenchida por uma profissional de São Paulo.
É uma pena, pois o nivelamento dos profissionais deveria vir das faculdades, só formando profissionais capazes e aptos, é esta a obrigação de uma instituição de ensino, senão eu pergunto? – Para que ensinar.
Esta situação crônica faz com que tenhamos tantas ofertas de emprego, mas poucas pessoas empregadas, fazendo com que profissionais de curso superior concorram a vagas em empregos com salários medianos prostituindo o mercado de trabalho.
Tivemos recentemente um caso deste, que acontece sempre, mas que chamou a atenção do Brasil, quando vimos diversos “profissionais com curso superior” concorrendo a vagas na Comlurb do Rio de Janeiro.
Pela tão famosa “Lei da Oferta e da procura”, que diz que se temos muita procura de emprego o salário cai e se temos muita oferta e pouca procura o salário aumenta, faz com que estes “profissionais” fiquem perdidos no mercado de trabalho, pois não tem competência para ocupar cargos superiores (cargos de analistas até diretores) ou até se tornarem donos de sua própria empresa, porque não estudaram, automaticamente se formaram sem conhecimento adquirido. Devido ao exposto acima, estes cargos ficam com oferta de emprego, com poucos profissionais para ocupá-los, fazendo com que o salário seja alto devido à escassez de profissionais, mesmo com tantas pessoas com curso superior.
Como estes "profissionais" não tem competência para ocupar cargos superiores, eles se impõem no mercado pelo diploma e concorrem a cargos medianos que deveriam estar sendo concorridos por pessoas com ensino médio e/ou técnico.
Por isto que disse que esta havendo uma prostituição do mercado de trabalho, porque as empresas, pelo fato de ter muita oferta para cargos inferiores estão se dando o direito de colocar profissionais com cursos superiores aonde não precisa desta qualificação e deixando profissionais que de fato estudaram para estes cargos de fora. exemplo: vaga de técnico de administração sendo ocupado por administrador.
E ai como um efeito dominó (Uma pedra ao contato com a outra, a derruba, até terminar todas) os profissionais técnicos fazem o mesmo com os cargos que oferecem salário mínimo, tirando a vaga dos que só tem o ensino fundamental, fazendo com que esta faixa de profissionais, que é a maioria da população, fique desempregada e sem condições de concorrer de igual para igual com os demais profissionais.
Acredito que esta é uma das grandes dificuldades da classe pobre do Brasil e uma das causas do desemprego.
Então o que nós podemos fazer para não fazermos parte da população que prefere ficar na indiferença cruzando os braços?
Podemos atuar em várias frentes, citarei algumas:
1) Você enquanto estudante,
2) Você enquanto professor,
3) Você enquanto coordenador de curso, responsável pela instituição de ensino.
4) Você enquanto dono de empresa, ou responsável pelo recrutamento e seleção.
5) Você enquanto mãe, Pai ou avos.
1) Você enquanto estudante
Não aceite e não se acomode, tente ser o melhor.
Nas avaliações semestrais de professores dê nota zero para estes professores que valorizam a mediocridade em detrimento aos que de fato estudam, não dêem nota boa só para não se comprometer. Converse com a coordenadora de curso ou com o diretor da Escola, ponha a boca no trombone, afinal É SEU FUTURO que esta em jogo.
2) Você enquanto professor
Não seja mais um medíocre, exija de fato de seus alunos, ensine, ensine sempre, mas cobre resultados, fiscalize de fato nas provas para evitar cola, não faça vista grossa. O que esta em jogo é o futuro do Brasil e não mais um aluno que passa de ano.
3) Você enquanto coordenador de curso, responsável pela instituição de ensino.
Fiscalize seus professores, se faça mais presente com os alunos, abra um canal de denúncias com sigilo total sobre quem esta enviando e verifique as denúncias, onde há fumaça, pode haver fogo. Não se atenha só ao currículo de seu professor, um bom profissional pode ser um péssimo professor.
4) Você enquanto dono de empresa, ou responsável pelo recrutamento e seleção
Não caia nesta besteira de colocar profissionais com excesso de qualificação para cargos medianos e profissionais medianos para cargos inferiores, você só terá problemas na maioria das vezes, porque em médio prazo estes profissionais exigirão aumento ou promoções e se não alcançarem seu objetivo saírão da empresa porque só entraram ali para quebrar galho, ou porque estavam desempregados.
Verifiquem sua última remuneração, se for próxima, até uns 30% (trinta por cento) de diferença, ainda dá para arriscar, mais do que isto é loucura, é dinheiro em médio prazo jogado fora.
Se for para que o profissional cresça na empresa, exija experiência de no mínimo 2(dois) anos no cargo que a empresa esta oferecendo ou 2(dois) anos de experiência na graduação que se formou, senão terá decepção a médio prazo quando for promove-lo.
5) Você enquanto mãe, pai ou avos.
Não aceite que seu protegido seja mais ou menos, não se contente com o “passei de ano”, porque estará ajudando ele a ser mais um deste “profissional” que não se preocupa em se qualificar de fato.
Às vezes não depende de nós, depende da pessoa, mas o que depender de você faça.
Temos que nos unir em prol de mudar questões adormecidas dentro de nós que vamos levando e deixando a vida conduzir e agir no nosso lugar.
VAMOS NOS MOBILIZAR, para o mundo melhorar.