Final de ano e reflexões acerca da educação
Final de ano é tempo de bipolaridade: de euforia e depressão, inquietações e expectativas. Momento de possibilidades, de concretização de sonhos, mas também de incertezas e possíveis frustrações.
Nenhum resultado, seja ele bom ou mau, se dá do dia para a noite. Nada acontece inesperadamente quando o assunto é Educação. A aprendizagem efetivamente acontece como resultado de um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. Porém, para que a mesma aconteça é fundamental que haja um sincronismo entre aluno/professor/família.
Nesse momento crepuscular do ano, um grande número de estudantes está com a consciência ferida porque passou o ano de forma irresponsável e relapsa. E, nesse contexto, é sabido que muitos pais atravessam o ano letivo em total abstinência participativa da vida escolar de seus filhos.
Entretanto, na ânsia de recuperar o tempo perdido e com isso evitar a reprovação, muitos pais resolvem colocar seus filhos em professores particulares, cortam todo e qualquer divertimento, cobram de maneira repreensiva dando muito mais importância à aprovação “a qualquer jeito” do que à aprendizagem propriamente dita. Enfim, não se preocupam para que haja um aproveitamento suficiente em relação ao ano seguinte.
Naturalmente, quem aprende assim, tudo por cima, de última hora, só se mexendo no final do ano, está sendo incentivado a empurrar tudo com a barriga. Essas questões se sobrepõem a outras que não se restringem à escola, evidenciamos uma crise de educação que abrange família, escola, poderes, instituições...
Não gosto de dezembro. As pessoas correm, como se o mundo fosse acabar e não o ano, na ilusão de que o tempo perdido durante um ano todo seja recuperado em um único mês. Nessa corrida, alguns vencem, porém, outros fracassam e, obviamente, no final, terão aqueles pais que irão procurar culpados para o fracasso do seu filho.
Fica a “dica”, não para ser praticada neste final de ano, mas para colocar em prática no ano que se iniciará em breve. Pais sejam participativos desde o início do ano, acompanhando o desempenho do filho de perto e auxiliando-o no sentido de superar possíveis dificuldades. Com esta atitude seu filho se sentirá motivado a desempenhar melhor o seu papel de estudante. Mas, tudo isso deve acontecer no decorrer do período letivo e não somente no final do ano quando já não há tempo hábil para se tentar reverter a situação.