Consciência Negra
Negros, imigrantes europeus e nativos indígenas formaram a identidade do povo brasileiro. O resultado disso é uma população etnicamente diversificada. Dia 20 de novembro é o dia em que se celebra a Consciência Negra no Brasil, uma data dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
Em 2003, a lei 10.639, estabeleceu a data como parte do calendário escolar brasileiro e tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas públicas e particulares do país, a data lembra o dia em que foi assassinado, em 1695, o líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, um dos principais símbolos da resistência negra à escravidão. À margem dos deslocamentos populacionais voluntários, como no caso dos imigrantes europeus e asiáticos, milhões de negros foram obrigados a cruzar o oceano Atlântico, ao longo dos séculos XVI a XIX, para construir a mão-de-obra escrava no Brasil.
O dia 20 de novembro foi escolhido como referência em contraposição ao 13 de maio de 1888, quando foi decretada a abolição da escravatura – Lei Áurea – que expressa a celebração da generosidade da princesa Isabel em relação aos negros, em vez de enfatizar a própria luta dos negros por sua libertação.
Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
Sabemos que a questão racial precisa ser tratada com bastante seriedade por todos os segmentos sociais. Viver uma prática de respeito das diferenças presentes, favorecendo o reconhecimento e a valorização da contribuição africana promoverá um conhecimento de si e do outro em prol da reconstrução das relações raciais desgastadas pelas diferenças ou divergências étnicas. Sem esquecer que o respeito é a peça fundamental para que se evite conflitos de qualquer natureza, em qualquer ambiente.
A escola precisa formar cidadãos verdadeiramente pensantes, criativos e comprometidos com as mudanças para efetivar a inclusão social. As escolas, portanto, precisam deixar de tratar esse tema apenas em datas legais e comemorativas.
Enfim, o que o Brasil precisa mesmo é de uma política clara de igualdade de oportunidades para todos. Basta de hipocrisia. Que a consciência negra não seja lembrada apenas no vinte de novembro!