SEX APPEAL

Usar a ousadia dos trajes femininos, como uma justificativa para o assédio sexual, é, no mínimo, desconhecer a real natureza deste delito. Mas não quero dizer que estejamos produzindo aqui uma jurisprudência. Com este nosso texto, estamos apenas emitindo uma opinião. E uma opinião de leigo. Achamos porém que não se pode chamar de provocação ao esforço feminino para se tornar atraente e até mesmo desejada. Mas há os que enxergam nisto um convite tácito aos prazeres insinuados. Consideramos esta concepção machista como uma interpretação deturpada de uma peculiaridade da mulher. Não estamos aqui afirmando que não haja casos reais de propósitos puramente comerciais por traz do apelo sexual, é uma verdade e não podemos nos esquivar dela: muitos corpos bem incrementados por uma roupa íntima já renderam e continuarão a renderem até carros importados.

- Mas isto é prostituição! glamurosa, rica, mas mesmo assim não deixa de ser prostituição. O nosso papo aqui é muito outro. Estamos falando aqui de uma mulher que cultiva a fina arte de se fazer desejada, femea inteligente, esperta,mas muito, muito honesta mesmo.

Valorizar os dotes físicos não pode ser considerado uma coisa má, já que a natureza não poupa cores e perfumes para produzir as belas flores do campo.

De mais a mais, que o assediador, na maioria das vezes, ao lhe faltarem os atrativos da sedução, usa até de expedientes terroristas, manipula situações, arma ciladas. Um sedutor pode ou não, ter boa intenção. Quanto ao assediador, nele a boa intenção já vem logo excluida. Basta dizer que este termo foi tomado de empréstimo às artes bélicas.

O assédio não é, portanto uma apaixonada abordagem decorrente de sentimentos românticos, ele não tem esta pureza emocional, sabemos que Nicolau Maquiavel e outros nem ligaram para a tal pureza emocional, e nos tambem nem estamos ligando para o que Maquiavel escreveu. O assédio quase sempre já traz em sí a clara intenção de produzir constrangimento,e de algumas vezes, até mesmo humilhar a vítima da respectiva cobiça. É isso mesmo, sem equívoco algum, podemos desde já enquadrar o alvo do assediador na categoria de vítima.

Uma paixão ainda que sadia e saudavel também nos faz mover montanhas em busca da nossa eleita, mas há uma oceânica distancia entre uma coisa e a outra.