NOSSA INFLAÇÃO REAL É IGUAL À DA ARGENTINA
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mede a evolução dos preços de bens e serviços disponíveis no mercado.
Julho/2022:
IPC no Brasil = 0,16% (acumula uma inflação de 5,52% nos últimos 12 meses);
IPC na Argentina = 7,4% (acumula uma inflação de 71% nos últimos 12 meses).
Por que a disparidade?
Ocorre o seguinte:
- ambos IPCs levam em conta os grupos: Habitação - Alimentação - Transportes - Despesas Pessoais - Saúde - Educação;
- o cálculo é feito por região, obtendo-se uma média aritmética ao final;
- comparando-se a extensão territorial dos dois países, o Brasil tem mais regiões no divisor do que a Argentina;
- além do mais, a grande parte dessas regiões no Brasil é pobre ou de extrema pobreza, isto é, seus itens de consumo são mínimos (alimentação e saúde, na maioria dos casos);
- a alimentação básica nas regiões mais pobres do Brasil (carne, feijão, arroz, fubá) superou o índice inflacionário de 50% nos últimos 12 meses;
- o IPC no Brasil leva em conta o consumo de 465 itens: além da carne e do feijão, entram no cálculo: vela, vassoura, agulha, cadaço para sapatos, frisos, material de expediente e informática, gasolina, bebidas finas, vestuário, movelaria..., todos de mínima procura em quaisquer das regiões e de procura quase zero nas regiões mais pobres;
- já na Argentina, além de haver uma homogeneidade de consumo nas regiões, mais prósperas e mais próximas umas das outras, os itens considerados, se muito, alcançam duas centenas, logo, o IPC lá obtido é e será, matematicamente, sempre maior e mais próximo da realidade (71%) do que o calculado no Brasil (5,52%);
- no caso brasileiro, essa é uma brecha para reduzir a cada ano o reajuste de todas as faixas salariais até 10 salários mínimos; a classe média e os pobres - os que produzem - ficam mais pobres;
- paralelamente, eleva-se a taxa de juros (SELIC) para remuneração e atração dos investimentos financeiros, principalmente estrangeiros; e, na especulação, os ricos ficam mais ricos.