Espanha face às consequências do encerramento do gasoduto Magrebe-Europeu
A Espanha enfrentaas consequências da controversa argelina contra Marrocos sobre a questão do saara marroquino, cuja reação argelina não retarda a suspender o contrato de exploração Magrebe-Europeu, novembro do ano passado.
As importações espanholas de gás natural liquefeito tem aumentado ultimamente por mais de sessenta por cento, agravando ainda mais a situação econômica interna com o alto custo financeiro, e a crise econômica causada pelo surto do COVID-19" no mundo.
De acordo com o jornal ibérico El Confidóncial, Madrid tem importado cerca de 68,8% do gás natural, dezembro passado, através de navios-tanque, enquanto a taxa de importação não ultrapassa 47,6% como foi no período de 2020; isto é, quando utilizava ogasoduto Magreb-Europeu.
A Argélia é oprincipal parceiro da Espanha para suprir suas necessidades internas desse material básico, cujo gás foi diretamente transportado pelo gasoduto “Med Gas”, tal interrupção tem provocado um aumento nas despesas de importação, prejudicando as econômicas no vizinho do norte.
O gás natural argelino exportado para o Reino de Espanha foi aumentado mais de 263 por cento face a 2020. Com isso, a Argélia não parece ter compensado esta diminuição do fluxo de gás natural exportado a Madrid, desde a suspensão do gasoduto Magrebe-Europa.
Em contrapartida, Espanha tem trabalhado para diversificar seus parceiros económicos no domínio da importação de gás natural liquefeito, apostando sobretudo nos Estados Unidosda América, considerado o seu segundo principal fornecedor de gás, depois da Argélia (19,7%), abrindo-se sobre Oriente Médio, cujas exportações de gás cresceram de 103,1%.
Esta diminuição da squantidades de gás natural importado da Argélia após a interrupção do gasoduto transmarroquino chama atenção, tendo em vista o gasoduto alternativo denominado “Med Gas”, ligando o vizinho oriental diretamente à Espanha, através do Mediterrâneo, com menos carregamentos de gás até os bombeados da primeira linha.
Os parlamentares europeus, a este feito, condenaram a decisão unilateral da Argélia de suspender o fornecimento de gás à Europa através do gasoduto Magrebe-Europeu, considerando esta decisão como uma "chantagem inaceitável", "uma mistura de política e economia na gestão dos assuntos estratégicos da região do Mediterrâneo".
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário- Marrocos