Marrocos e Estados Unidos : 15 anos após o Acordo do livre comércio
O acordo comercial entre Estados Unidos e Marrocos firmado 15 anos atrás, foi objeto de comentários e críticas entre sucesso e fraquezas.
Trata-se do valor das exportações de produtos agrícolas do Marrocos para os Estados Unidos, atingindo 45.000 toneladas em relação às frutas cítricas, um recorde no valor de 267 milhões US $, seja um aumento de 155% em relação ao ano 2006.
Quanto ao volume das trocas comerciais de mercadorias entre os Estados Unidos e Marrocos foi de cerca de 5 bilhões e 100 milhões de dólares em 2019, um aumento surpreendente de cinco vezes no valor desde a entrada em vigor do acordo.
Algumas semanas atrás, foi em Burkan, região leste do Marrocos, onde se rastreiam os usuários do Grupo Kantari, embalando dezenas de milhares das deliciosas laranjas e clementinas, produto da zona do Burkan mundialmente famosa, exportado rumo aos Estados Unidos.
Há quinze anos atrás, exportar para os Estados Unidos nesse nível era inimaginável.
Então o que foi mudado?
Em 2006, entrou em vigor o Acordo de Livre Comércio entre os Estados Unidos e Marrocos, dando um forte impulso às relações comerciais e investimento entre os dois países, proporcionando enormes oportunidades de crescimento econômico em favor dos dois países.
Desde a assinatura do Acordo de Livre Comércio, 15 anos atrás, dezenas de milhares de marroquinos e americanos se beneficiaram desse notável crescimento em termos de cooperação econômica e comercial.
No ano passado, apesar dos danos causados pela pandemia “Covid-19”, o valor das exportações marroquinas de produtos agrícolas para os Estados Unidos atingiu 45 mil toneladas de cítricos, um aumento de 155 por cento em comparação com o ano anterior, 2006.
Ao todo, o volume do comércio de mercadorias entre os Estados Unidos e Marrocos tem alcançado quase 5 bilhões e 100 milhões US $ em 2019, um aumento surpreendente de cinco vezes em valor, desde que o acordo entrou em vigor.
As Empresas americanas e marroquinas, a título dos empreendedores jovens de ambos os lados do Atlântico, descobrem as oportunidades, proporcionado pelo Acordo de Livre Comércio, o único acordo desse tipo para os Estados Unidos no continente africano, trata-se de muitas oportunidades inexploradas .
As empresas e empreiteiros marroquinos foram incentivados no sentido de explorar o mercado dos EUA sob o benefício do acordo de livre comércio, investindo em novos projetos ou nos produtos, bem como nos serviços de renome mundial dos Estados Unidos.
Tal acordo vai também permitir a expansão do campo do empreendedorismo marroquino para incluir mercados na África Subsaariana; as exportações dos EUA para o Marrocos se tornam principais insumos para os produtos marroquinos, os quais foram reexportados por meio de acordos comerciais para a União Européia, países do Oriente Médio e África.
Desta forma, tanto a América quanto o Marrocos vão beneficiar dessas trocas, traduzindo, assim, a visão de Sua Majestade o Rei Mohammed VI de Marrocos, como a porta de entrada para África.
De fato, quando se trata do comércio ' todos são vencedores', os investimentos sem precedentes vão acompanhar o aumento das trocas comerciais entre os dois países.
Os investimentos no Marrocos, no âmbito deste acordo, vão ajudar a tornar o Reino globalmente competitivo em setores estratégicos e indústrias, e de alto valor agregado, a exemplo da indústria aeroespacial e automotiva, em parceria com muitas empresas americanas de renome mundial.
Hoje, mais de 150 empresas americanas operam no Marrocos, investindo quase 2 bilhões US $, e com mais de 100.000 empregos.
Tais empresas são, por exemplo, Pfizer, Merck, Coca-Cola, Lear Automotive, contando com 10 fábricas na região de Tangier-Med e na zona franca industrial de Kenitra (Polydesign, Aptiv, Viesteon, Hexcel, Spirit Aerosystems, Cummins, Greif, Jacob Delafon e Fruit of the Loom), todas mantém uma força de trabalho qualificada e competitiva, bem como uma infraestrutura e logística acessível para muitos outros mercados.
Esta visão desse investimento proporcionou às empresas um crescimento em termos financeiros e da força de trabalho.
Trata-se do caso da Eaton, líder mundial na gestão inteligente de energia elétrica, que tem aumentado significativamente o tamanho de suas instalações no Marrocos, desde a entrada em vigor do acordo de livre tem aumentado seu espaço industrial e comercial de 1.200 metros quadrados antes de 2006 para 14.000 metros quadrados.
Sua força de trabalho no Marrocos é quase quadruplicada.
No ano passado, as exportações marroquinas para os Estados Unidos geraram em torno de 1,04 bilhão de dólares, com enorme potencial de crescimento adicional para exportações aos Estados Unidos e outros destinos. Foi num momento em que os marroquinos precisam de expandir seus negócios internacionalmente, veio o Acordo de Livre Comércio para responder às ambições socioeconômicas.
A esse respeito, o exemplo da Imperial Tea Company (SITI) com sede em Marrakesh, inicialmente era uma pequena empresa familiar, tornando-se logo uma grande empreiteira após negociar com um parceiro americano, no sentido de expandir as exportações para os Estados Unidos, empregando, hoje, mais de mil pessoas, contra (250) empregados antes, permitindo, por mais de dez vezes, exportações para muitas partes do mundo.
Da mesma forma, a DARI Couspate, sediada em Rabat, tem exportado para os Estados Unidos graças a este acordo de livre comércio, dando aos clientes americanos a oportunidade de experimentar o melhor, produto cuscuz marroquino.
Além disso, o sucesso do produto ´Dare´ no mercado dos EUA permitiu uma certa inovação e expansão da sua linha de produtos, tendo em vista as maiores oportunidades de exportação para a Europa.
Trata-se de um benefício-chave do livre comércio, ele incentiva a inovação, bens e serviços de tecnologia, abrindo as portas sobre os mercados através do mundo.
Outro mercado, ligado a federação interprofissional do setor avícola tem crescido significativamente sob o Acordo de Livre Comércio, graças à tecnologia americana, contribuindo para a expansão de sua capacidade de exportação.
As fábricas de processamento de aves aproveitam a maior parte de seus equipamentos de alta qualidade de origens americanas, cujos grãos em termos de ração chegam a preços acessíveis.
Tudo isso melhora a produtividade e cria oportunidades de emprego nas áreas rurais, posicionando o Marrocos como líder da África na indústria avícola.
Finalmente, a comemoração do acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e Marrocos não veio, fortuitamente, envolve muitos aspectos das quais a política.
A coordenação de investimentos em tempo e recursos foi programada para proporcionar um certo crescimento contínuo, oportunidades de emprego e prosperidade.
Assim, as empresas marroquinas vão trabalhar junto com parceiros dos Estados unidos e europeus para explorar as oportunidades de exportação para Africa, através de programa “SelectUSA” selectusa.gov, face aos desafios encontrados, depois dos 15 anos de livre comércio entre os Estados Unidos e Marrocos, sob a lema. “todos vencedores!”.
Lahcen EL MOUTAQI
Pesquisador universitário – Marrocos, Rabat