AGRONEGÓCIO - Sericicultura: a arte de “dominar” o bicho da seda
ATENÇÃO: Este conteúdo, desenvolvido por Renadson Augusto, está sob domínio do CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ (UNICESUMAR) e catalogado no seu banco de informações. Por isso, não deve ser copiado sem as devidas citações previstas na NR 10520, sob penalização por plágio acadêmico (Lei dos Direitos Autorais 9610/98).
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Quem disse que trabalho no campo é puro sacrifício e sofrimento certamente não conhece a fundo o dia-a-dia apaixonante de um sericicultor. A atividade é considerada por muitos uma arte que une a agricultura à pecuária com um resultado refinado como é a seda. Além do mais, já ganhou destaque no estado do Paraná - maior polo produtor do mundo - e atraiu olhares de vários países no mundo, principalmente investidores e clientes como a China e o Japão, além de conquistar cada vez mais novos produtores.
Essa cadeia produtiva, que parece simples e com baixo retorno econômico, tem se revelado surpreendentemente satisfatória. Registrou-se nos últimos anos ocorrências de rendimentos por hectares beirando a 556 mil quilos de casulo. Levando-se em consideração que cada casulo pode conter até 1500 metros de fio de seda, imagine o quanto de matéria-prima para tecido pode ser produzida com essa coleta em grande nível!
Calcula-se que toda a área dedicada à sericicultura no Brasil foi reduzida nos últimos anos para 1/3 do seu total, embora a produção tenha aumentado. Parece contradição, mas o termo certo é “ganho de produtividade”. A atividade já emprega mais de 8.000 pessoas somente no estado do Paraná, com plataformas de pesquisas bastante tecnológicas e inovadoras. Isso se dá pelo investimento, principalmente de Maringá, em melhoria genética, redução de doenças da amoreira e do bicho-da-seda, estudo para coloração natural de casulos, entre outros.
O desenrolar da produção se dá basicamente com o cultivo da amoreira para servir de alimento ao bicho da seda. Depois de fartas das folhas de alto valor proteico, as lagartas se dedicam a mudar para a fase de mariposa. Para se protegerem na metamorfose, tecem fios resistentes em volta de si, formando um casulo, que é o produto foco da sericicultura. Isso se dá cerca de 25 dias após suas primeiras alimentações.
O recurso que o produtor utiliza em grande escala é a utilização de bosques – que são cartelas de papelão, geralmente – para servir de alojamento para as lagartas desenvolverem sua arte pouco a pouco. O trabalho é caprichado e por isso pode demorar de 3 a 4 dias, mas os insetos são dedicados e dão o melhor de si.
1 - OS SUBPRODUTOS TÊM SEU VALOR
Além do casulo, produto de estimado valor no mercado internacional, a produção precisa dar destinação sustentável aos rejeitos e insetos mortos. Pensando nisso, por ter grande valor nutricional, parte do subproduto – crisálida - é destinado à adubação de solos e outra parte à produção de rações, principalmente para peixes. Isso torna ínfimo o grau de degradação da atividade agropecuária.
2 - HÁ ESPAÇO PARA A FAMÍLIA TODA
A sericicultura é bastante inclusiva e dá oportunidades para a própria família do produtor se dedicar aos cuidados da cadeia de produção, por não ser de alto nível de complexidade. A tecelagem manufatureira tem ganhado espaço e apreço do mercado.
3 - A INDÚSTRIA TÊXTIL CONTINUA A TAREFA
Cadeia produtiva não pode se atentar somente a “dentro da porteira”. À jusante há muito o que se fazer para beneficiar o casulo. A indústria têxtil, que abraça a causa da sericicultura como uma das atividades agropecuárias mais interessantes do mundo, está equipada com maquinário de altíssima qualidade e tecnologia quase futurista.
4 - HÁ ÁREAS PARA DESBRAVAR
O estudo de biólogos, zootecnistas e biomédicos revela que moléculas da matéria-prima da seda podem, futuramente, serem usadas para a melhoria da farmacologia humana. Além disso, o mercado internacional de tecidos tem muito o que ser expandido.
5 - CRESOL INVESTE EM LINHAS DE CRÉDITOS
A empresa, entre outras, encoraja produtores a investirem na sericicultura como atividade alternativa ou principal, apostando em crédito rural e assistência técnica na cadeia.
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Nome do aluno e autor: Renadson A. R. Moreira
Cidade/Polo: Foz do Iguaçu - Paraná
Data de envio do trabalho: 02/07/2018
Curso: Tecnólogo Superior em Gestão de Agronegócios
Disciplina: Cadeias produtivas alternativas de animais
Professor: José Sérgio Righetti