Não ao gato por lebre...
Passamos aos nosso leitores, algumas palavrinhas sobre a comercialização, algo que faço desde 1962, e que concretizaram as minhas expectativas...
No comercio visualizamos o ato de troca, ou seja, alguém quer comprar algo e o outro quer vender ou vice e versa.
Sempre comentamos da importância de as duas partes ficarem satisfeitas, tanto vendedor como comprador. Ai esta o fator de sucesso de qualquer empreendimento comercial ou industrial, pois a propaganda de boca em boca também e muito valiosíssima.
O vendedor comprou ou fabricou determinada mercadoria adicionou as suas despesas, impostos para manutenção do Estado e auferido determinado lucro, para sua sobrevivência.
O sucesso envolve vários fatores, como o local, comumente chamado ponto de venda ou localização, estratégias comercial, exposições, divulgação, atendimento. ...
Uns dos itens mais importantes para o sucesso empresarial podemos destacar que é a motivação constante e também, gostar de corpo e alma do que esta fazendo.
Estar sempre vibrando com os resultados positivos que alcance, nem que forem pequenos.
Importante também estar atentos aos seus anúncios, e estar sempre cumprindo o anunciado.
A seguir passou um estudo atinente ao assunto da edição de julho de 2017 da Revista Seleções.
“Ganâncias, Trapaças & Mentiras
Por Derek Burnett
Algumas das empresas mais respeitadas do mundo fizeram o possível e o impossível para nos enganar. Eis como foram pegas.
Theodore Roosevelt, presidente americano que combateu os excessos da época da industrialização depois da Guerra da Secessão, não era hostil às grandes empresas; ele se esforçava “para se livrar de todo mal que há nelas”. Sinto muito, Teddy, mas as más ações não foram expurgadas. Nas últimas décadas, as mentiras da indústria fumageira se revelaram, a Enron e a Tyco desmoronaram sob o peso de condutas ilegais, e instituições financeiras de contabilidade muito criativa nos levaram à grande recessão do início do século 21. Talvez você ache que as grandes empresas de hoje aprenderam com esses delitos. Como mostram os casos a seguir, ledo engano.
VOLKSWAGEN:
ILUDIU PARA PASSAR PELOS TESTES DE EMISSÃO
A ISCA: a Volkswagen garantiu aos consumidores que seus carros com motor a diesel, além de eficientes no uso do combustível, também obedeciam aos padrões de qualidade do ar da Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Os consumidores americanos correram para se pôr atrás do volante dos “carros verdes a diesel” da Volkswagen, quem combinavam grande economia de combustível, excelente desempenho e a classe de dirigir um veículo ecológico europeu.
O ANZOL: Os padrões americanos de qualidade do ar são bem diferentes dos da Europa. Os padrões europeus de emissão se concentram mais nos gases do efeito estufa (dióxido de carbono, particularmente) e na economia de combustível, enquanto os padrões americanos visam limitar a fumaça e o prejuízo à saúde, e assim atacam seis poluentes principais, como monóxido de carbono e particulados. Para atender a essa diferença, a Volkswagen desenvolveu um molho secreto que permitia a seus modelos passarem no teste da Agência de Proteção Ambiental.
O RESULTADO: Acontece que o molho secreto, como revelado ano passado, era a tão conhecida fraude. Todo Volkswagen a diesel era equipado com um “dispositivo fraudador”, um software que detectava quando o carro era submetido a testes, aumentava a intensidade do sistema de controle de emissões do carro e permitia que ele atendesse aos padrões em laboratório. Mas, assim que o carro saía das instalações do teste, o motor voltava à boa vida, cuspindo 40 vezes mais do que o limite permitido de óxido de nitrogênio, que provoca problemas respiratórios, especialmente em populações frágeis como idosos e crianças pequenas com asma.
A empresa confessou a fraude, mas isso não impediu que a Agência Ambiental a processasse. Em junho, a Volkswagen concordou em pagar até 14,7 bilhões de dólares em indenizações aos proprietários insatisfeitos e multas por violação da Lei do Ar Limpo. Se eles achavam que não estavam fazendo mal a ninguém, os engenheiros que projetaram a fraude se enganaram: os cientistas de Harvard e do MIT estimam que essas emissões de óxido de nitrogênio podem ter provocado cerca de 60 mortes precoces só nos Estados Unidos.
ESPORTE PROFISSIONAL:
PAGO PARA SER PATRIOTA
A ISCA: Os estádios estão entre os lugares mais patrióticos dos Estados Unidos. Lá é possível assistir a uma lacrimosa reunião de surpresa de um soldado que acabou de chegar do Afeganistão com sua família, cerimônias de realistamento em campo, exibições da Força Aérea e muito mais. É o suficiente para provocar um nó na garganta e deixar o povo agradecido ao time pela dedicação aos soldados do país.
O ANZOL: Em 2015, foi revelado que aquelas demonstrações de apoio às forças armadas feitas por times da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano), da NBA (Associação Nacional de Futebol), da NHL (Liga Nacional de Hóquei), da Major League Baseball (Liga Principal de Beisebol) e da Major League Soccer (Liga Principal de Futebol), e que os fãs de esportes tinham considerado genuínas, foram, na verdade, transações comerciais realizadas sob pagamento. não que os times nunca tenham dado demonstrações sinceras de patriotismo; no entanto, é duvidoso que os fãs tivessem reagido de forma tão emocional a todos aqueles espetáculos se soubessem que muitos deles eram propaganda de recrutamento pago pelo Departamento de Defesa.
O RESULTADO: Os senadores Jeff Flake e John McCain, do Arizona, iniciaram uma investigação e publicaram um relatório que condenava o “patriotismo pago”. Eles descobriram que o maior “anunciante”, a Guarda Nacional, despejara milhões de dólares nos clubes enquanto, ao mesmo tempo, solicitava ao Congresso recursos para cobrir um rombo orçamentário de 100 milhões de dólares. (Um exemplo típico denunciado pelos senadores: 20 mil dólares pagos ao New York Jets para homenagear, no placar eletrônico, soldados locais da Guarda Nacional como heróis da cidade, assim como acesso ao camarote do Clube dos Treinadores para os soldados homenageados e três convidados). Os senadores acrescentaram que o Departamento de Defesa, operando com “falta completa de controle interno”, não podia provar que o patriotismo pago tivesse aumentado o recrutamento.
Sem dúvida, é fácil se irritar com o Departamento de Defesa por desperdiçar dinheiro em propaganda potencialmente infrutífera. Mas nem as ligas nem os times deveriam sair ilesos. Afinal de contas, todos estavam ansiosos para se beneficiar com s emoções do público.
Em resposta ao relatório, o Departamento de Defesa emitiu novas diretrizes que proibiram o patriotismo pago. Em maio, depois de uma auditoria, a NFL anunciou ter identificado 723.734 dólares gastos entre 2012 e 2015, que “podem ter sido erradamente aplicados em atividades de apreciação em vez de iniciativas de recrutamento”, que seriam devolvidos aos contribuintes.
LUMOSITY:
PROMETEU BENEFÍCIOS AO CÉREBRO SEM COMPROVAÇÃO
A ISCA: A população americana está envelhecendo e ficando cada vez mais preocupada com a demência e a doença de Alzheimer. Muitos viram pais ou avós perderem a dignidade com o declínio mental e disseram: “Eu daria qualquer coisa para que isso não acontecesse comigo”. Então surgiram empresas como a Lumosity, com uma promessa cativante: aumente sua capacidade cerebral com joguinhos divertidos, projetados por neurocientistas, em seu computador ou celular.
Os anúncios dos jogos da Lumosity – que custam 11,95 dólares por mês ou 299,95 na assinatura vitalícia – afirmavam que eles “melhoram seu desempenho com a ciência da neuroplasticidade”, que é a capacidade do cérebro de reagir a novos desafios forjando novas vias e conexões neurais.
O ANZOL: O papo científico soava bem, mas na verdade 75 dos maiores pesquisadores mundiais em neurociências assinaram em 2014 uma declaração de consenso acusando os fornecedores de “jogos cerebrais” de selecionar dados apenas tangencialmente relacionados aos jogos vendidos e usá-los para fazer afirmações “com frequência exagerada e, às vezes, enganosas”.
Embora não mencionassem pelo nome a Lumosity nem outras empresas de jogos cerebrais, os cientistas revelaram que o setor afirmava oferecer aos consumidores um modo cientificamente comprovado de reduzir ou reverter o declínio cognitivo, apesar de até hoje não haver nenhuma prova científica categórica de que isso realmente aconteça. Os neurocientistas argumentaram que essas afirmações ignoravam um “princípio básico” da psicologia científica: o domínio de uma única tarefa não substitui a capacidade como um todo. Por exemplo, se você ficar muito bom em recordar onde estava o cubo vermelho na tela, isso não significa que se lembrará sempre de onde deixou as chaves do carro.
O RESULTADO: Em janeiro passado, a Lumosity (sem admitir nem negar nenhum delito) concordou em pagar uma multa de 50 milhões de dólares à Comissão Federal de Comércio por não ter dados que sustentem suas afirmações científicas. “A Lumosity se aproveitou do medo que os consumidores têm do declínio cognitivo ligado à idade”, disse Jessica Rich, diretora do Escritório de Proteção ao Consumidor da comissão. Nenhuma outra empresa de jogos cerebrais foi investigada. A Lumosity terá sido isolada por ser a maior do setor? A Comissão Federal de Comércio não diz. No entanto, ela concordou em reduzir a multa, depois de verificação dos registros financeiros, a 2 milhões de dólares, quantia que a Luminosity alegou poder pagar, desde que a empresa concordasse em não fazer mais afirmativas sem provas científicas confiáveis.
COCA-COLA:
NOTÍCIAS AÇUCARADAS
A ISCA: “Praticamente não há indícios convincentes de que comida de lanchonete e bebidas açucaradas provoquem obesidade”, disse Steven Blair, da Global Energy Balance Network Rede de Equilíbrio da Enegia Global), num vídeo que anunciava a criação dessa entidade de pesquisa científica. Segundo a GEBN, a boa saúde é obtida quando o indivíduo equilibra calorias ingeridas e calorias queimadas.
O ANZOL: A GEBN não era uma fonte muito isenta. Em 2014, James Hill, com Ph.D. pela Universidade de Colorado, mandou um e-mail aos executivos da Coca-Cola: “Não ´pe justo que a Coca-Cola seja isolada como o vilão número 1 do mundo da obesidade”, escreveu ele. “Quero ajudar a empresa a evitar a imagem de ser um problema na vida das pessoas”. A Coca-Cola contribuiu com 1 milhão de dólares para apoiar a criação da entidade. Hill e Blair deram entrevistas aos meios de comunicação ligados à obesidade para enfatizar mais as calorias gastas do que as calorias ingeridas sem revelar seus laços com a Coca-Cola.
O RESULTADO: Depois que uma reportagem do New York Times Journal divulgou a relação especial entre a Coca-Cola e a GEBN, as duas se separaram. A GEBN logo fechou e devolveu o milhão de dólares à empresa. Muhtar Kent, presidente-executivo da Coca-Cola, admitiu “transparência insuficiente” e falhas na abordagem da saúde pública pela empresa. O diretor de Saúde e Ciência da Coca-Cola se aposentou depois do escândalo, e desde então a empresa criou um comitê de supervisão e uma estratégia de vendas concentrada em latas e garrafas menores.
Pode não ter sido a primeira vez que a empresa se intrometeu na esfera da saúde pública. De acordo com o jornal Times, em 2001 a Coca-Cola patrocinou uma campanha chamada H2No, na qual os garçons e garçonetes de alguns restaurantes foram treinados para corrigir a prática problemática de pedir água em vez de refrigerante.
THERANOS:
NÃO PROVOCOU REVIRAVOLTAS
A ISCA: Em 2013, a Theranos era uma empresa nova e entusiasmada com uma tecnologia inovadora tão brilhante que ameaçava causar uma reviravolta no setor médico. A empresa se dizia capaz de fazer exames para descobrir dúzias de doenças – do HIV ao colesterol elevado – com apenas algumas gotas de sangue tiradas do dedo (em vez de frascos de sangue), graças a EDISON, sua tecnologia de testes patenteada.
Grandes nomes, como Henry Kissinger, pularam no barco, e os investidores despejaram centenas de milhões de dólares na empresa. No ano passado, a revista Forbes avaliou a Theranos em 9 bilhões de dólares e estimou o valor líquido pessoal da presidente e fundadora da empresa, Elizabeth Holmes, então com 31 anos e com 50% das ações da firma, em interessantes 4,5 bilhões de dólares.
O ANZOL: Em 2015, ex-funcionários anônimos falaram ao Wall Street Journal sobre sua preocupação com a exatidão de EDISON; eles também afirmaram que a empresa parara de usá-lo e recorria a métodos de exame que eram padrão no setor – os mesmos que a empresa pretendia substituir. Um porta-voz da Theranos chamou a reportagem de “factual e cientificamente errônea”. Um advogado da empresa declarou ao Wall Street Journal que a Theranos ainda não estava usando a tecnologia EDISON em todos os exames que oferecia e chamou essa transição de “jornada”. Mas esse não foi o fim do problema da Theranos. Quando inspecionaram um de seus laboratórios na Califórnia, as autoridades federais encontraram numerosas violações, algumas com potencial de risco à saúde pública. Em resposta, a Theranos apresentou às autoridades um plano de correção.
O RESULTADO: Apesar de assegurar ao público que seus exames eram confiáveis, em maio a Theranos anulou ou revisou dois anos de resultados gerados pelo sistema EDISON. (A empresa diz que isso representa menos de 1% de todos os resultados de exames). Além disso, o Wall Street Journal noticiou que a Theranos realizava muitos exames por métodos tradicionais. Em junho, o órgão regulador propôs sanções que obrigariam a Theranos a fechar o laboratório desacreditado da Califórnia e proibir Holmes de possuir ou administrar laboratórios durante dois anos. A Theranos anunciou que resolveria os problemas identificados e que já teria adotado “ações remediadoras”, como fechar as instalações e reconstruí-las do nada. Mas Holmes não abandonou a tecnologia. Em agosto, ela apresentou a pesquisa mais recente da Theranos sobre exames com baixo volume de sangue à Associação Americana de Química Clínica.
A tecnologia inovadora da Theranos seria mesmo viável? O tempo e a investigação dirão. A comunidade de investimentos exprimiu sua opinião: em julho, a revista Forbes reexaminou a Theranos e a avaliou por uma fração do valor anterior. E Elisabeth Holmes? Seu valor líquido também foi revisto: zero dólar.
EXXONMOBIL:
OBSTRUIU AÇÕES SOBRE A MUDANÇA CLIMÁTICA
A ISCA: “O risco de mudança climática é real e exige ação. Noventa por cento das emissões vêm do consumo de combustíveis fosseis”. Esta citação é de um ambientalista alternativo? Nada disso. É do porta-voz da Exxon-Mobil que falou conosco no início deste ano. A gigante do petróleo viu a luz; o efeito estufa ameaça a Terra.
O ANZOL: De acordo com o e-mail de um ex-funcionário, há 35 anos executivos da Exxon-Mobil (Exxon, na época) consideravam que teriam de levar em conta a mudança climática em decisões sobre novas extrações de combustível fóssil. Mas continuaram a financiar grupos e indivíduos que refutavam o aquecimento global. No segundo semestre do ano passado, a Union of Concerned Scientists liberou uma série de documentos que revelavam até que ponto o setor de combustíveis fósseis tentou influenciar deliberadamente o público. Um memorando de 1998 do Instituto Americano do Petróleo, entidade do setor financiada pela Exxon-Mobil e por outras empresas de petróleo e gás natural, detalhou uma estratégia para levar o público a “perceber” as “incertezas da mudança climática”. Essa estratégia seria direcionada a professores de ciências do ensino médio, a uma campanha nos meios de comunicação e à distribuição de “kits informativos” com artigos revistos por pares que enfatizassem a “incerteza” da ciência do clima.
O RESULTADO: Agora a Exxon-Mobil enfrenta uma sondagem em suas antigas declarações de pesquisas sobre a mudança climática por procuradores-gerais de Nova York, Massachusetts e Ilhas Virgens americanas. Dezenas de outros procuradores-gerais declararam apoio. Sem dúvida a Exxon-Mobil não é a única empresa petrolífera envolvida na tentativa de alterar o ponto de vista do público. Mas, ironicamente, foram seus próprios memorandos internos que abriram as comportas do escândalo. Em outras palavras, foi a própria Exxon que se pegou.
Em 2009, ela anunciou que não financiaria mais grupos que negassem a mudança climática. Mas, ao contrário da BP e da Shell, a Exxon-Mobil continua a integrar o Conselho Americano de Intercâmbio Legislativo, que, embora admita que a mudança climática exista, é famoso por pressionar parlamentares para bloquear ações para mitigá-la. Um porta-voz da Exxon-Mobil afirma que as contribuições da empresa “não constituem endosso de todas as posições políticas do Conselho”.
Talvez não, mas foi a posição do conselho sobre o clima que fez o Google cortar seus laços com a instituição. “O fato de a mudança climática não está mais em questão”, disse Eric Schmidt, presidente-executivo do Google na época. “Eles estão literalmente mentindo”.”
Por José Pedroso
Frutal/MG, 02 de setembro de 2017.