SOBRE A GLOBALIZAÇÃO
A globalização pode ser definida como um movimento econômico, político e cultural influenciado por questões sócio históricas. Sua expansão é nitidamente reconhecida na influência exercida na vida econômica de todas as nações com reflexos no contexto político, cultural e marcadamente na desigualdade social. Pode ser também encarada como uma estratégia capitalista de mundialização padronizada de costumes, comportamentos, valores enfatizada pelo consumo, pelo status social.
A `nova ordem` é uma grande interação e integração global. Estas características que se infiltram rompendo fronteiras, barreiras, ditando regras, implantando tecnologias, visando lucros, podem ser interpretadas como uma possibilidade de crescimento econômico de países subdesenvolvidos e emergentes ou como uma nova forma de `colonialismo` moderno, dado o seu caráter impositivo de dependência do poder do grande capital.
Trata-se de um típico fenômeno capitalista, complexo e contraditório sobre sua gênese. Alguns estudiosos atribuem seu início no período dos grandes descobrimentos, intermediado pelo mercantilismo e se consolidando à partir da Revolução Industrial. Outros veem os efeitos desta consolidação no pós II Guerra Mundial.
De qualquer forma, não obstante seus aspectos negativos, esta intensificação globalizada permite de forma positiva o acesso simultâneo dos avanços tecnológicos nas diversas áreas da vida humana, em diversos contextos, muito embora a persistência da discussão sobre a democratização, a socialização e a universalização destas conquistas.
Como efeitos observamos a alteração dos hábitos e mudanças culturais dos povos de todas as nações podendo citar como exemplo a China, até então uma economia fechada, hoje admitida como o maior polo de investimentos estrangeiros e com um potencial exportador, importador e consumidor sem precedentes.
Este sistema demonstra suas condicionalidades de impactos sociais: O indivíduo é visto como um consumidor em potencial, sem participação consciente dado à alienação submetida, provoca a competitividade, estimula a corrupção, a flexibilização dos direitos do trabalho e a redução dos investimentos públicos na área social, dentre outras, aumentando ainda mais a distância entre ricos e pobres.
Isto posto vem a indagação: O que vem a ser progresso?. Pelo ponto de vista capitalista é o mercado produzindo indiscriminadamente para atender a um consumo cada vez mais ilimitado criando inclusive impactos ambientais expressivos, pois os recursos naturais são limitados. Tudo em nome da reprodução e da concentração do capital, que são riquezas produzidas socialmente, mas distribuídas de maneira desigual.
Esta forma contraditória de lidar com as questões econômicas acaba deixando sem relevância a questão social e suas expressões que foram criadas por este mesmo modelo subjugando o comprometimento da cidadania, enfim o próprio ser humano que passa a ser valorizado não pelo que ele seja em essência, mas sim por sua ascensão social.